
Nada pode diluir a comunhão espiritual que há entre os cristãos. Pois, nada pode separar a Igreja da sua comunhão espiritual com Cristo. Uma vez salvos em Cristo, os cristãos tornam-se membros do mesmo Corpo. Entretanto, a prática da mutualidade pode ser corrompida e afetada. Se houver uma reunião onde não há a recíproca prática da comunhão, não há a Ceia do Senhor. A mesa da comunhão celebrada de modo pecaminoso, com sectarismos, é uma contradição de termos. Esta foi a avaliação de Paulo “quando, pois, vos reunis no mesmo lugar, não é a ceia do Senhor que comeis” (11:20). Eles tornavam a sua reunião indigna, isto é, imprópria para realmente celebrarem a Ceia do Senhor, por causa do modo como se relacionavam. Dunn observa que a mesa do Senhor “não podia ser um negócio particular em que cada qual fizesse o que quisesse. A Ceia do Senhor não era a Ceia do Senhor, se não unia a comunidade participante em mútua responsabilidade de uns com os outros.”[4]
A recomendação paulina exige não apenas a comunhão que os cristãos devem exercer entre si, mas de torná-la manifesta pela mutualidade. Os cismas dentro da igreja de Corinto prejudicavam essencialmente a celebração da Ceia. Em meio às disputas, os seus relacionamentos deixavam de estar em conformidade com aquilo que eles eram em Cristo. Conseqüentemente, a igreja de Corinto realizava uma ceia que era propriamente sua, mas não do Senhor. Não é de se estranhar que após uma esclarecedora observação acerca dos juízos que estavam disciplinando aquela comunidade, o apóstolo termine com esta conclusão “assim, pois, irmãos meus, quando vos reunis para comer, esperai uns pelos outros” (vs. 33, grifos meus). A participação da reunião para a Ceia não estava de acordo com o seu valor, assim, poderia ser considerada indigna.
Notas:
[1] James D.G. Dunn, A Teologia do Apóstolo Paulo, p. 694.
[2] Herman Ridderbos, El Pensamiento del Apóstol Pablo, p. 548.
[3] James D.G. Dunn, A Teologia do Apóstolo Paulo, p. 696.
[4] James D.G. Dunn, op.cit., p. 702.
Rev. Ewerton B. Tokashiki
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