O labor teológico de quem se preocupa em oferecer a sistematização e aplicabilidade das Escrituras para a proclamação do Reino de Deus
12 junho 2009
Bispos ou presbíteros?
Clemente de Roma menciona os termos gregos episcopos, geralmente traduzido por bispo ou supervisor, e presbyteros, como sendo sinônimos. Ele afirma que "os nossos apóstolos conheciam, da parte do Senhor Jesus Cristo, que haveria disputas por causa da função episcopal. Por esse motivo, prevendo exatamente o futuro, instituíram aqueles de quem falávamos antes, e ordenaram que, por ocasião da morte desses, outros homens provados lhes sucedessem no ministério. Os que foram estabelecidos por eles ou por outros homens eminentes, com a aprovação de toda a igreja, e que serviram irrepreensivelmente ao rebanho de Cristo, com humildade, calma e dignidade, e que durante muito tempo receberam o testemunho de todos, achamos que não é justo demiti-los de suas funções. Para nós, não seria culpa leve se exonerássemos do episcopado aqueles que apresentaram os dons de maneira irrepreensível e santa. Felizes os presbíteros que percorreram seu caminho e cuja vida terminou de modo fecundo e perfeito. Eles não precisam temer que alguém os afaste do lugar que lhes foi designado."[2]
O mais antigo manual de catecúmenos, conhecido como Didaquê, instrui que “escolham para vocês bispos e diáconos dignos do Senhor. Eles devem ser homens mansos, desprendidos do dinheiro, verazes e provados, porque eles também exercem para vocês o ministério de profetas e mestres.”[3] Novamente, usa-se o título de bispo em lugar de presbíteros para se referir ao mesmo oficial. Não é ao sistema episcopal que os autores da Didaquê fazem menção, pois estes bispos eram eleitos pela igreja, e não por um colégio episcopal. Podemos aceitar a conclusão do anglicano J.B. Lightfoot ao reconhecer que “na linguagem do Novo Testamento o mesmo ofício na Igreja é chamada indistintamente tanto por ‘bispo’ (episkopos) e ‘ancião’ ou ‘presbítero’ (presbyteros).”[4] É possível comparar as evidências em algumas passagens bíblicas (At 14:23; 20:17, 28; Fp 1:1; Tt 1:5-7; 1 Pe 1-2).
Notas:
[1] T.M. Lindsay, The Church and Ministry in the Early Centuries (London, Hodder and Stoughton Publishing, 1903), p. 155.
[2] Clemente de Roma in: Padres Apostólicos (São Paulo, Ed. Paulus, 1995), vol. 1, p. 54-55.
[3] Didaquê in: Padres Apostólicos (São Paulo, Ed. Paulus, 1995), vol. 1, p. 358.
[4] J.B. Lightfoot, Saint Paul’s Epistle to the Philippians (Grand Rapids, Zondervan Publishing House, 1956), p. 95.
2 comentários:
Caro leitor, a sua opinião sobre este post é muito importante. Para boa ordem, os comentários são moderados e somente são publicados os que forem assinados e não forem ofensivos, lembrando que discordar não é ofensa. Por isso, sigo alguns critérios:
(1) Reservo-me no direito de não públicar críticas negativas de "anônimos". Quer criticar e ter a sua opinião publicada, por favor, identifique-se. (2) Se quiser discordar faça-o com educação, e sem uso de palavrão! (3) Ofereça o seu ponto de vista, contudo, não aceitarei que você ensine heresia em seu comentário, e não contribuirei para que ela seja divulgada neste espaço.
Ola Ewerton!
ResponderExcluirVi o link de seu blog no blog de um amigo. Vim conhecer e gostei. Vou segui-lo a partir de agora. Se tiver oportunidade, visite o meu também.
Graça e Paz
Danilo
http://genizah-virtual.blogspot.com/
Pr. Ewerton,
ResponderExcluirAprendi com Grudem que bispo e presbítero descrevem o mesmo ofício na igreja.
Em minha denominação, contudo, há três ofícios ordenados: pastor, presbítero e diácono. Creio que os dois primeiros são redundantes.
Em Cristo,
Clóvis