A reforma religiosa que iniciava na Alemanha, também frutificava na cidade de Zurique, na Suíça, com Ulrich Zwínglio. Ele foi um reformador do cantão leste suíço, região de língua alemã, nascido em Wildhaus, Sankt Gallen, em 1 de Janeiro de 1484, e estudou nas universidades de Viena e Basiléia. Em 1516 obteve uma versão latina do Novo Testamento, que Erasmo de Roterdã havia traduzido do grego. Dedicou-se a estudar e a pregar, vindo a atacar as doutrinas romanas, especialmente a veneração dos santos e a venda de relíquias, as promessas de curas e o abuso originado na venda de indulgências. Em 1 de Janeiro de 1519, a sua popularidade lhe rendeu o nomeamento como pregador da colegiata de Zurique. Entretanto, o Papa Adriano VI o proibiu de pregar e exigiu que o consistório de Zurique o condenasse como herege. Assim no ano de 1523, Zwinglio apresentou diante do conselho da cidade as suas Articuli sive conclusiones LXVII [Os 67 Artigos ou Conclusões], em que reinvindicou a supremacia da Escritura Sagrada sobre a autoridade papal e a tradição romana. Nestes artigos se opôs ao culto de imagens, as relíquias e aos santos, atacou a doutrina sacramental romana e o celibato do clero. Ele mesmo contraiu casamento, em 1524, com Anna Reinhardt, uma viúva com quem vivia publicamente como sua esposa.
Mais energicamente em 1525, com a aprovação do conselho de Zurique transformaram os monastérios em hospitais, eliminou a missa e o uso de imagens nos templos, e adotou apenas dois sacramentos, o batismo e a Ceia. Durante o seu esforço de implantação dos princípios da Reforma, Zuínglio não conseguiu banir definitivamente o catolicismo da Suíça, embora a sua obra tenha aberto uma larga porta para a Reforma na Suíça. Ele intencionava implantar a sua doutrina em outros cantões, assim seis deles tornaram-se seus seguidores, todavia, outros cinco cantões montanheses da região de Uri, Schwyz, Unterwalten, Lucerna e Zug mantiveram-se católicos. A hostilidade entre os cantões desembocou, em 1529, num conflito armado, em que os católicos venceram. Dois anos depois, num outro conflito, os reformistas perdem novamente, e Zwinglio morre em 1531, pondo fim a continuidade de sua obra na Suiça. Ele não obteve tanto êxito em sua tarefa de reforma como Lutero, e ficou quase que esquecido após a sua morte prematura.
Principais obras escritas
1. Articuli sive conclusiones LXVII (Os 67 Artigos ou Conclusões de Ulrich Zwinglio) escrito em 1523.
2. De vera et falsa religione commentarius (Um Comentário da verdadeira e falsa religião) escrito em 1525. Esta obra foi dedicada ao rei francês Francisco I, que era católico.
Rev. Ewerton B. Tokashiki