03 abril 2011

Minha sincera preocupação com o "deus" da Teologia Relacional

Penso que o d_e_u_s do Teísmo Aberto ou Teologia Relacional deveria procurar um psiquiatra e tentar resgatar a sua identidade deslocada, e sair desta crise de descrença em si mesmo. Deveria repensar as suas dúvidas, e confiar um pouco mais no poder que tem, senão nem divindade poderá ser considerado.

Imagino adoradores que se curvam diante de um d_e_u_s protrado. Eu me pergunto: quem está mais embaixo com a cara no pó lamentando entre as frustrações e decepções diante das desgraças naturais, sofrimentos de pecadores, e atrocidades do subproduto pecaminoso, este d_e_u_s ou os seus devotos? Quem seria idiota o suficiente para confiar numa deidade tão inapta, impotente, desnorteada, angustiada, e tão, senão mais limitado que as reles criaturas lançadas à sorte da fortuna, já que ele, enquanto d_e_u_s não controla os eventos, os tempos nem a direção do futuro.

Há cerca de um século atrás o filósofo alemão Fredrich Nietizsche (1844-1900) declarou "Gott ist tot", ou seja, DEUS ESTÁ MORTO! O "deus" no entendimento do pensador, remodelado por ele, havia ido à óbito, e isto era inevitável a partir do Idealismo Alemão que era o Zeitgeist [pensamento predominante] de sua época, como hoje o é o Pós-modernismo. O que Nietizsche estava atacando era a possibilidade da Metafísica e da Epistemologia serem usadas à favor da Fé Cristã. Afinal, tudo condicionado pelo status quo da erudição da época. Por isso ele bradou

Deus está morto! Deus permanece morto! E quem o matou fomos nós! Como haveremos de nos consolar, nós os algozes dos algozes? O que o mundo possuiu, até agora, de mais sagrado e mais poderoso sucumbiu exangue aos golpes das nossas lâminas. Quem nos limpará desse sangue? Qual a água que nos lavará? Que solenidades de desagravo, que jogos sagrados haveremos de inventar? A grandiosidade deste acto não será demasiada para nós? Não teremos de nos tornar nós próprios deuses, para parecermos apenas dignos dele? Nunca existiu acto mais grandioso, e, quem quer que nasça depois de nós, passará a fazer parte, mercê deste acto, de uma história superior a toda a história até hoje! — NIETZSCHE, Friedrich. A Gaia Ciência, §125.


Uma premissa falha dos teólogos relacionais é que a sua teoria acerca da "descontrução clássica da doutrina de Deus" tem problemas seríssimos de base. Eles cometem, resgardadas as diferenças, o mesmo pecado que Nietzche incorreu, ou seja, negar a possibilidade da Metafísica e da Epistemologia como recurso instrumental para falarmos de Deus. Aqui resolvemos a questão, pressuposicionalmente - cremos: Deus falou por meio de homens! E o que Ele revelou acerca de Si mesmo, é absoluta verdade. Todo o resto é conseqüência.

A minha preocupação é que se esse d_e_u_s diante de sua crise e angústia resolva cometer suícidio, e se os seus fiéis se sintam constrangidos já que ele poderia dizer: "sejam meus imitadores." Talvez, isso ocorra somente como implicação final, por coerentização, pois os seus adeptos recorreram ao suicídio intelectual e, pior, ao espiritual quando abraçaram a crença numa divindade tão diminuta e estranha ao Deus soberano auto-revelado nas Escrituras.