Por Thomas Brooks
Originalmente publicado em 1652 na Inglaterra
Neste capítulo trataremos de duas formas como Satanás procura desviar o crente para o pecado. Uma maneira é tornando-o muito atraente e outra é persuadindo aos crentes de que os seus pecados são pequenos e sem importância.
Primeiro, o diabo engana aos crentes fazendo do pecado algo atrativo, natural e de aparência normal e aceitável. O pecado quase sempre se disfarça com esta aparência. Talvez muitos crentes se apeguem demasiadamente em sua própria aparência, suas roupas, seus pertences, em sua reputação. O diabo lhes diz que isto não é orgulho, que é algo normal, que todos fazem isto. Talvez alguns crentes são cobiçosos e Satanás lhes sussurrará que isto é justo, que é normal, que consigam e atesourem tudo o que puderem, afinal, todo mundo o faz. Talvez uma pessoa tenha a tentação de beber. Então o diabo lhe dirá que não é pecado embriagar-se. Simplesmente lhes dirá que é uma diversão saudável, uma forma de convivência e de ser amistoso com os demais. Depois lhes dirá que merecem e fará com que o vício lhe pareça muito atrativo, acrescentando-lhes uma posição social, um prestígio, lindas mulheres, prosperidade, simpatia, etc.
Quando Satanás se dedica a seduzir-nos desta forma, então temos que recordar de quatro fatos importantes:
Primeiro, o pecado não é menos vil e abominável quando é apresentado numa forma mais atraente. O diabo gosta de esconder a verdade acerca do pecado. O Novo Testamento diz que o diabo pode transfigurar-se num anjo de luz (2 Co 11.14) que o lobo pode se disfarçar com pele de ovelha. Mas Satanás e o pecado continuarão sendo “Satanás e o pecado”; não importa como se disfarcem.
Segundo, quanto mais atrativo se apresenta o pecado, resulta em maior perigo. O veneno mais perigoso se encontra, frequentemente, nas flores mais bonitas. A roupa mais cara, em geral, é usada para cobrir os corpos mais indignos e o corpo mais perfeito cobre a alma mais vil. Do mesmo modo, os nomes mais sofisticados e os títulos mais elevados são usados para falar dos vícios mais horríveis e dos pecados mais abomináveis.
Terceiro, é necessário que vejamos o pecado tal como o veremos no dia do juízo. Nesse dia todos verão a verdadeira face do pecado. Quando todos os povos estiverem reunidos diante do Grande Juiz do universo, então apreciarão a pecaminosidade do pecado. Nesse momento o pecado será desmascarado e será despojado de sua atrativa vestimenta; aparecerá mais sujo e mais desprezível que o próprio inferno. O que antes parecia formoso e atraente, se manifestará feio e repugnante. A Bíblia descreve o pecado comparando-o com várias coisas: o vômito de um cão, uma ferida apodrecida, a lepra, o esterco, a espuma do mar, etc. Também compara os pecadores com os porcos que se revolvem no lodo, bestas embrutecidas, animais irracionais (cabras, cães, bois), agitadas ondas do mar, estrelas errantes, árvores desarraigadas, etc. É necessário ver o pecado tal como o veremos no dia da morte. A consciência pode estar adormecida por um longo tempo, mas no dia da morte e do juízo se despertará e nos mostrará o dano e amargura do pecado. Então devemos aprender a ver o pecado não como é apresentado pelo diabo, senão como o veremos na eternidade.
Quarto, os pecados que parecem mais atrativos provocaram a morte de nosso Senhor Jesus Cristo. Somente podemos avaliar o pecado à luz da crucificação de Cristo. Devemos ver a Cristo em sua paixão e sofrimento pelo pecado: afligido, chicoteado, ferido, humilhado, angustiado, suando grandes gotas de sangue, seu corpo desfigurado, seu sangue derramado, o Juiz do universo condenado, o Senhor de vida morto, sua cabeça que levava a coroa de glória, coroada de espinhos. Seus ouvidos que recebiam o louvor celestial, agora recebem o desprezo e as blasfêmias da multidão. O rosto mais formoso dos filhos dos homens é cuspido e desfigurado. As mãos que sustentavam o cetro agora são cravadas numa cruz. Tudo isso foi originado pelos pecados que o diabo procura apresentar de modo tão atrativo. Quando os crentes veem a Cristo sofrendo e morrendo pelo pecado, percebem o quão mau ele é, e eles lhe viram as costas e lutam contra ele. Outra maneira como Satanás seduz os crentes ao pecado é dizer-lhes que os seus pecados são “pecadinhos”, ou seja, que seus pecados são pequenos e sem importância. Quando Satanás age assim, quer que os crentes passem desapercebidos de certos pecados e que se acostumem com eles. Ele intenciona que classifiquem os seus próprios pecados como ínfimos em comparação com os pecados dos demais. Deseja que os crentes pensem do pecado como se houvessem apenas pecados grandes e escandalosos, para que evitem apenas estes últimos.
O primeiro remédio contra essa tática é percebermos que os pecados que parecem pequenos atraem a ira de Deus. Mesmo o menor pecado é uma transgressão contra a santa lei de Deus. Os pecados que parecem “pequenos” são ofensas contra a glória e a bondade de Deus. Um único pecado arruinou toda a raça humana. Por pecados que aos homens parecem pequenos, Deus derramou o inferno sobre Sodoma e Gomorra.
Segundo, os pecados pequenos inevitavelmente conduzem a pecados maiores. O pecado se contamina a vida pouco a pouco. Os que continuam vivendo em pecados pequenos, terminarão vivendo completamente em pecado. Quando cometemos um único pecado, nunca saberemos até que ponto nos levará. O rei David começou desejando a Bate-Seba e terminou adulterando e assassinando a Urias, o heteu, seu marido. Os que começam com pequenos pecados não podem deter-se, e normalmente terminam em grandes pecados.
Terceiro, é algo triste afastar-se de Deus devido a um pecado pequeno. Podemos dizer que por menor força seja a tentação, maior é o pecado; os pecados menores deveriam ser os mais fáceis de se evitar. Quando alguém é tentado numa coisa pequena e cede, demonstra o quão mau é. Indica que prefere gozar um poco do pecado, do que se satisfazer em Deus. Quando nos desgostamos com um amigo acerca de uma coisa pequena, isto demonstra nossa necessidade e nossa falta de humildade. Do mesmo modo é tolice e perversidade pecar contra Deus e afastar-nos dele por causa de um pecado pequeno.
Quarto, frequentemente há um perigo enorme no pecado menor. Os pecados pequenos podem influenciar-nos por longos períodos de tempo até que nos causem muitos danos. Um pequeno furo num barco permite a passagem da água até que finalmente o afunde. Assim, um pequeno pecado pode afetar-nos paulatinamente até arruinar a nossa vida.
Quinto, ao longo da história sabemos que os crentes escolheram sofrer os piores tormentos do que participar dos pecados pequenos. Daniel e seus amigos puderam pecar facilmente, mas estavam dispostos a sofrer. De igual forma muitos crentes sofrem por se negarem a participar da idolatria, do mundanismo, dos erros doutrinários, etc.
Finalmente, quando Deus mostra aos homens quão poderoso é o pequeno pecado, não poderão manter-se de pé diante da culpa do menor deles. Os egípcios consideravam a praga das moscas como o “dedo de Deus”. E mesmo sendo criaturas pequenas se tornaram poderosas quando foram usadas por Deus para juízo. Então, quando Deus mostra aos crentes o mal e o grande poder dos pecados pequenos, não poderão pensar superficialmente neles.
O labor teológico de quem se preocupa em oferecer a sistematização e aplicabilidade das Escrituras para a proclamação do Reino de Deus
24 novembro 2017
Remédios preciosos contra as artimanhas do Diabo - Capítulo 2
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Thomas Brooks
Ministro presbiteriano, escritor, tradutor, revisor e professor de teologia
23 novembro 2017
5 teólogos batistas que todo pastor deveria ler
por Jeff Robinson
Irmão pastor, se você não leu profunda e amplamente no registro da história do batista, coloque esses gigantes em sua lista de leitura.
Alguns anos atrás, eu tinha um amigo que partia do convívio batista para se juntar a Presbyterian Church in America. Quando discutimos seu raciocínio para a mudança, ficou claro que tinha menos a ver com o batismo do que a herança teológica. Em sua opinião, a ascendência confessional e teológica dos batistas não era bem igual à dos presbiterianos.
Não há dúvida, nossos amigos presbiterianos - dos quais eu tenho muitos - possuem uma forte herança confessional com uma lista conhecida de nomes que vão de Calvino e Knox a Hodge, Warfield e Machen. Mas os batistas têm uma linhagem teológica robusta também. Como pastores, devemos estar lendo e envolvendo figuras notáveis do nosso passado e, como surge a oportunidade, devemos conscientizar nossas congregações de nosso rico legado confessional, teológico e de púlpito.
Para esse fim, aqui estão cinco teólogos batistas do passado, eu recomendo como uma leitura necessária para cada pastor batista.
1. BENJAMIN KEACH (1640-1704)
Keach serviu como pastor da igreja Horse-lie-down em Southwark, na Inglaterra. Ele adotou a soteriologia reformada depois de inicialmente subscrever o Arminianismo. Keach estava entre os signatários da Segunda Confissão de Londres de 1689, escreveu talvez o catecismo batista mais amplamente utilizado, e argumentou com sucesso em favor do cântico de hinos no culto congregacional.
As principais áreas de contribuição de Keach incluem a teologia da aliança em sua expressão batista e justificação pela fé. Ele escreveu 43 obras, várias das quais permanecem impressas. Leitura recomendada de Keach: o Catecismo de Keach, A Pregação dos Tipos e Metáforas da Bíblia, As Viagens da Verdadeira Divindade, A Essência da Verdadeira Justificação e Exposição das Parábolas.
2. JOHN GILL (1697-1771)
Muitas vezes, John Gill é acusado de hipercalvinista. Enquanto esse ponto é discutível (Tom Nettles lida com isso neste livro clássico), durante muitos anos ele pastoreou a igreja Horsleydown, a congregação que foi pastoreada por Keach e mais tarde Charles Spurgeon (que eventualmente se tornaria Tabernáculo Metropolitano). Ele debateu com o famoso fundador do Metodismo, John Wesley, sobre a predestinação e resistiu acusações de que sua teologia da soberania de Deus equivalia ao Antinomianismo.
As principais áreas de contribuição de Gill incluem uma defesa das doutrinas da Graça, da Lei e do Evangelho, teologia sistemática e da exposição das Escrituras. Leitura recomendada de Gill: Compêndio Completo de Teologia Prática, Uma Exposição do Antigo e do Novo Testamento, A Causa de Deus e a Verdade, A Aliança Eterna.
3. ANDREW FULLER (1754-1815)
Fuller poderia ser considerado o pai do movimento das missões modernas junto com seu colega mais famoso, William Carey. Convertido sob a pregação de um pastor hipercalvinista chamado "Sr. Eve", Fuller foi convertido e batizado em 1770 em Soham, Inglaterra, onde mais tarde serviu como pastor de 1775 a 1782. Mudou-se para Kettering em 1782, onde permaneceu como pastor até a sua morte em 1815. Fuller forneceu o fundamento teológico para missões globais com seu livro Evangelho Digno de Inteira Aceitação, em que ele respondeu - em resposta às críticas do hipercalvinismo - o que era então conhecido como "A Questão Moderna:" Cada pessoa tem o dever de se arrepender dos pecados e acreditar em Cristo? Fuller respondeu afirmativamente e enviou Carey para a Índia.
Fuller foi um firme defensor do calvinismo experiencial e evangélico e participou de várias controvérsias teológicas importantes, incluindo debates com Robert Sandeman sobre uma forma de crença fácil. Ele debateu com o batista geral Dan Taylor sobre a extensão da expiação. Fuller foi o pai fundador da Baptist Missionary Society e serviu como seu secretário por 23 anos, até o fim de sua vida. Ele produziu muitas obras e é uma leitura extremamente frutífera. De muitas maneiras, Fuller e Spurgeon brilham como exemplos bíblicos preeminentes do pastor-teólogo. Os trabalhos de Andrew Fuller permanecem disponíveis hoje em três volumes.
4. JOHN LEADLEY DAGG (1794-1884)
Dagg foi o primeiro teólogo escritor entre os batistas do sul. Nascido em Loudon County, Virgínia, Dagg foi pastoreado na Filadélfia e, posteriormente, mudou-se para a Geórgia, onde atuou como presidente da Mercer University. Os seus escritos exalam como o doce aroma de Cristo ao articular um robusto calvinismo evangélico.
A sua magnum opus foi o Manual de Teologia, publicado em 1857, a primeira teologia sistemática abrangente escrita por um Batista na América. A Nova Enciclopédia da Geórgia escreve brilhantemente acerca do maior teólogo do Estado de Peach: Dagg é talvez a figura teológica mais representativa entre os batistas antebellum nos Estados Unidos.
Para os seus contemporâneos, ele era “o venerável Dr. Dagg”, um homem de intelecto e piedade, de honestidade e integridade, de clareza em pensamento e discurso. A sua gentileza e cortesia foram frequentemente observadas. Uma pessoa escreveu: “Se alguma vez houve um grande homem que não conhecia, ou conhecendo, não se importava com isso, esse homem é o Dr. Dagg”.
Juntamente com o seu Manual de Teologia, em 1858, ele escreveu um tratado sobre a ordem da igreja, um volume complementar do Manual sobre eclesiologia batista. Ambos permanecem impressos e são necessárias leituras para pastores batistas.
5. JAMES P. BOYCE (1827-1888)
Como presidente fundador do Southern Seminary, Boyce estabeleceu uma visão confessional para a educação do seminário com suas "Três Mudanças nas Instituições Teológicas" que permanecem firmes até hoje. Boyce, um nativo da Carolina do Sul, foi pioneiro na educação teológica batista do sul. Ele serviu como pastor da Primeira Igreja Batista de Columbia, S.C., e também passou um breve período como editor do jornal denominacional na Carolina do Sul. Ele era filho de um comerciante influente, e foi educado na Brown University e na Princeton University, onde foi influenciado pelos famosos teólogos de Princeton. Boyce escreveu um catecismo, mas a sua maior contribuição escrita foi o seu Resumo de Teologia Sistemática, que permanece impresso. Como os dois volumes de Dagg, a teologia de Boyce é uma leitura prazerosa do caloroso e experiencial Calvinismo.
Obviamente, isso deixa no banco dois gigantes que se destacam na paisagem batista, John Bunyan e C. H. Spurgeon. Não há dúvida de que ambos se classificariam no topo de qualquer lista de famosos batistas (se você concebe que Bunyan era um batista, e eu estou disposto a aceitá-lo) pastores-teólogos. Eu os omiti da minha lista dos cinco melhores, simplesmente, porque queria incluir homens que talvez fossem menos conhecidos de alguns. Vou assumir que a maioria dos leitores conhecem a posição de importância de Bunyan e Spurgeon na leitura essencial para todos os pastores - quer sejam batistas ou, de outros grupos. A maioria dos livros de Spurgeon permanecem impressos, assim como a maioria dos seus sermões, e as obras de Bunyan estão disponíveis em três volumes, bem como em edições críticas individuais.
Irmão pastor, se você não leu profunda e amplamente o registro da história batista, coloque esses gigantes em cima de sua lista de leitura.
Extraído de http://equip.sbts.edu/article/5-baptist-theologians-every-pastor-read/
Traduzido por Rev. Ewerton B. Tokashiki
Irmão pastor, se você não leu profunda e amplamente no registro da história do batista, coloque esses gigantes em sua lista de leitura.
Alguns anos atrás, eu tinha um amigo que partia do convívio batista para se juntar a Presbyterian Church in America. Quando discutimos seu raciocínio para a mudança, ficou claro que tinha menos a ver com o batismo do que a herança teológica. Em sua opinião, a ascendência confessional e teológica dos batistas não era bem igual à dos presbiterianos.
Não há dúvida, nossos amigos presbiterianos - dos quais eu tenho muitos - possuem uma forte herança confessional com uma lista conhecida de nomes que vão de Calvino e Knox a Hodge, Warfield e Machen. Mas os batistas têm uma linhagem teológica robusta também. Como pastores, devemos estar lendo e envolvendo figuras notáveis do nosso passado e, como surge a oportunidade, devemos conscientizar nossas congregações de nosso rico legado confessional, teológico e de púlpito.
Para esse fim, aqui estão cinco teólogos batistas do passado, eu recomendo como uma leitura necessária para cada pastor batista.
1. BENJAMIN KEACH (1640-1704)
Keach serviu como pastor da igreja Horse-lie-down em Southwark, na Inglaterra. Ele adotou a soteriologia reformada depois de inicialmente subscrever o Arminianismo. Keach estava entre os signatários da Segunda Confissão de Londres de 1689, escreveu talvez o catecismo batista mais amplamente utilizado, e argumentou com sucesso em favor do cântico de hinos no culto congregacional.
As principais áreas de contribuição de Keach incluem a teologia da aliança em sua expressão batista e justificação pela fé. Ele escreveu 43 obras, várias das quais permanecem impressas. Leitura recomendada de Keach: o Catecismo de Keach, A Pregação dos Tipos e Metáforas da Bíblia, As Viagens da Verdadeira Divindade, A Essência da Verdadeira Justificação e Exposição das Parábolas.
2. JOHN GILL (1697-1771)
Muitas vezes, John Gill é acusado de hipercalvinista. Enquanto esse ponto é discutível (Tom Nettles lida com isso neste livro clássico), durante muitos anos ele pastoreou a igreja Horsleydown, a congregação que foi pastoreada por Keach e mais tarde Charles Spurgeon (que eventualmente se tornaria Tabernáculo Metropolitano). Ele debateu com o famoso fundador do Metodismo, John Wesley, sobre a predestinação e resistiu acusações de que sua teologia da soberania de Deus equivalia ao Antinomianismo.
As principais áreas de contribuição de Gill incluem uma defesa das doutrinas da Graça, da Lei e do Evangelho, teologia sistemática e da exposição das Escrituras. Leitura recomendada de Gill: Compêndio Completo de Teologia Prática, Uma Exposição do Antigo e do Novo Testamento, A Causa de Deus e a Verdade, A Aliança Eterna.
3. ANDREW FULLER (1754-1815)
Fuller poderia ser considerado o pai do movimento das missões modernas junto com seu colega mais famoso, William Carey. Convertido sob a pregação de um pastor hipercalvinista chamado "Sr. Eve", Fuller foi convertido e batizado em 1770 em Soham, Inglaterra, onde mais tarde serviu como pastor de 1775 a 1782. Mudou-se para Kettering em 1782, onde permaneceu como pastor até a sua morte em 1815. Fuller forneceu o fundamento teológico para missões globais com seu livro Evangelho Digno de Inteira Aceitação, em que ele respondeu - em resposta às críticas do hipercalvinismo - o que era então conhecido como "A Questão Moderna:" Cada pessoa tem o dever de se arrepender dos pecados e acreditar em Cristo? Fuller respondeu afirmativamente e enviou Carey para a Índia.
Fuller foi um firme defensor do calvinismo experiencial e evangélico e participou de várias controvérsias teológicas importantes, incluindo debates com Robert Sandeman sobre uma forma de crença fácil. Ele debateu com o batista geral Dan Taylor sobre a extensão da expiação. Fuller foi o pai fundador da Baptist Missionary Society e serviu como seu secretário por 23 anos, até o fim de sua vida. Ele produziu muitas obras e é uma leitura extremamente frutífera. De muitas maneiras, Fuller e Spurgeon brilham como exemplos bíblicos preeminentes do pastor-teólogo. Os trabalhos de Andrew Fuller permanecem disponíveis hoje em três volumes.
4. JOHN LEADLEY DAGG (1794-1884)
Dagg foi o primeiro teólogo escritor entre os batistas do sul. Nascido em Loudon County, Virgínia, Dagg foi pastoreado na Filadélfia e, posteriormente, mudou-se para a Geórgia, onde atuou como presidente da Mercer University. Os seus escritos exalam como o doce aroma de Cristo ao articular um robusto calvinismo evangélico.
A sua magnum opus foi o Manual de Teologia, publicado em 1857, a primeira teologia sistemática abrangente escrita por um Batista na América. A Nova Enciclopédia da Geórgia escreve brilhantemente acerca do maior teólogo do Estado de Peach: Dagg é talvez a figura teológica mais representativa entre os batistas antebellum nos Estados Unidos.
Para os seus contemporâneos, ele era “o venerável Dr. Dagg”, um homem de intelecto e piedade, de honestidade e integridade, de clareza em pensamento e discurso. A sua gentileza e cortesia foram frequentemente observadas. Uma pessoa escreveu: “Se alguma vez houve um grande homem que não conhecia, ou conhecendo, não se importava com isso, esse homem é o Dr. Dagg”.
Juntamente com o seu Manual de Teologia, em 1858, ele escreveu um tratado sobre a ordem da igreja, um volume complementar do Manual sobre eclesiologia batista. Ambos permanecem impressos e são necessárias leituras para pastores batistas.
5. JAMES P. BOYCE (1827-1888)
Como presidente fundador do Southern Seminary, Boyce estabeleceu uma visão confessional para a educação do seminário com suas "Três Mudanças nas Instituições Teológicas" que permanecem firmes até hoje. Boyce, um nativo da Carolina do Sul, foi pioneiro na educação teológica batista do sul. Ele serviu como pastor da Primeira Igreja Batista de Columbia, S.C., e também passou um breve período como editor do jornal denominacional na Carolina do Sul. Ele era filho de um comerciante influente, e foi educado na Brown University e na Princeton University, onde foi influenciado pelos famosos teólogos de Princeton. Boyce escreveu um catecismo, mas a sua maior contribuição escrita foi o seu Resumo de Teologia Sistemática, que permanece impresso. Como os dois volumes de Dagg, a teologia de Boyce é uma leitura prazerosa do caloroso e experiencial Calvinismo.
Obviamente, isso deixa no banco dois gigantes que se destacam na paisagem batista, John Bunyan e C. H. Spurgeon. Não há dúvida de que ambos se classificariam no topo de qualquer lista de famosos batistas (se você concebe que Bunyan era um batista, e eu estou disposto a aceitá-lo) pastores-teólogos. Eu os omiti da minha lista dos cinco melhores, simplesmente, porque queria incluir homens que talvez fossem menos conhecidos de alguns. Vou assumir que a maioria dos leitores conhecem a posição de importância de Bunyan e Spurgeon na leitura essencial para todos os pastores - quer sejam batistas ou, de outros grupos. A maioria dos livros de Spurgeon permanecem impressos, assim como a maioria dos seus sermões, e as obras de Bunyan estão disponíveis em três volumes, bem como em edições críticas individuais.
Irmão pastor, se você não leu profunda e amplamente o registro da história batista, coloque esses gigantes em cima de sua lista de leitura.
Extraído de http://equip.sbts.edu/article/5-baptist-theologians-every-pastor-read/
Traduzido por Rev. Ewerton B. Tokashiki
Ministro presbiteriano, escritor, tradutor, revisor e professor de teologia
22 novembro 2017
Remédios preciosos contra as artimanhas do Diabo - Capítulo 1
Por Thomas Brooks
Originalmente publicado em 1652 na Inglaterra
Neste capítulo trataremos com uma das maneiras que Satanás procura conduzir aos crentes ao pecado. Este método consiste em mostrar-lhes que há prazer em pecar, ocultando-lhes a tristeza e as consequências que o pecado lhes trará. O pecado pode parecer muito prazeroso e Satanás quer que os crentes pensem acerca dele desta maneira. O diabo sabe que se cairmos no erro de pensar assim, o pecado nos parecerá muito atrativo e nos esqueceremos da verdade que o pecado é cruel e danoso. Deus disse a Adão e Eva que não comessem do fruto da árvore ou morreriam, além disso Satanás falou à mulher que comendo do fruto seriam como deuses. Satanás fez que a desobediência parecesse atrativa e prazerosa. Satanás continua fazendo o mesmo até hoje. Por exemplo, no deserto tentou a Jesus da mesma forma. Ele apresentou a Jesus todos os reinos e sua glória, oferecendo-lhes sob a condição de que Jesus lhe adorasse. Quão formoso e sedutor apresentou o pecado. Todavia, Jesus não foi seduzido pela astúcia do diabo.
Como os crentes conseguirão resistir a Satanás, quando faz com que o pecado seja tão atrativo? Há quatro remédios que podem nos ajudar para não sermos atraídos pelo pecado desta maneira. Primeiro, os crentes devem manter-se afastados do pecado tanto quanto consigam (1 Ts 5.22, Pv 5.8). Uma pessoa que caminha à beira do precipício, pode cair a qualquer momento. Se o crente caminha próximo do que é pecaminoso, não deve surpreender-se se é preso pelo pecado. Paulo disse aos cristãos que odiassem a maldade e que a odiassem intensamente (Rm 12.9).
Segundo os crentes devem recordar que o prazer do pecado prontamente se converterá em amargura (Jó 20.12-14). O pecado pode celebrar o prazer por um instante e parecer-nos fácil no início (Hb 11.25); mas ao fim, a dor produzida é maior que o prazer que se recebe. É como a comida com veneno, tem bom sabor, mas se não é descartada é mortal. O pecado que se come na terra, terá que se digerir no inferno.
Terceiro, os crentes devem recordar que o pecado lhes fará perder aquilo que é realmente bom. Os que cedem ao pecado perdem o favor de Deus. O seu gozo espiritual se desvanece e perdem a paz em seu coração. O Espírito Santo é entristecido e sua influência vivificadora diminuí. O pecado lhes faz perder estas boas coisas. Então, o diabo lhes está enganando porque o pecado não é realmente prazeroso (o seu conforto sempre é temporal).
Quarto, os crentes devem fixar-se bem na forma como o pecado engana. O pecado é o maior enganador e é a causa de todo o engano que há no mundo. Em si mesmo, o pecado é sobremaneira pecaminoso. (Hb 3.13) Quando o pecado os engana, os crentes frequentemente se negam a admiti-lo e, pelo contrário, pensam que estão bem. O pecado lhes faz crer que o mal é bom. Basta pensar no que aconteceu com Faraó, Balaão e Judas, para percebermos que uma pessoa pode conduzir-se pecaminosamente pensando que está agindo bem. Em tais exemplos podemos observar como é que uma pessoa pode estar disposta a perder a Deus, o céu, Cristo e ainda a sua própria alma porque não quer deixar os seus pecados. Não há nada tão enganoso como o pecado.
Recorde-se de que o pecado não é prazeroso, pelo contrário, ele é amargo, e não importa que tão agradável lhe pareça. Não deixe que Satanás lhe afaste de Deus com um engano como este.
Originalmente publicado em 1652 na Inglaterra
Neste capítulo trataremos com uma das maneiras que Satanás procura conduzir aos crentes ao pecado. Este método consiste em mostrar-lhes que há prazer em pecar, ocultando-lhes a tristeza e as consequências que o pecado lhes trará. O pecado pode parecer muito prazeroso e Satanás quer que os crentes pensem acerca dele desta maneira. O diabo sabe que se cairmos no erro de pensar assim, o pecado nos parecerá muito atrativo e nos esqueceremos da verdade que o pecado é cruel e danoso. Deus disse a Adão e Eva que não comessem do fruto da árvore ou morreriam, além disso Satanás falou à mulher que comendo do fruto seriam como deuses. Satanás fez que a desobediência parecesse atrativa e prazerosa. Satanás continua fazendo o mesmo até hoje. Por exemplo, no deserto tentou a Jesus da mesma forma. Ele apresentou a Jesus todos os reinos e sua glória, oferecendo-lhes sob a condição de que Jesus lhe adorasse. Quão formoso e sedutor apresentou o pecado. Todavia, Jesus não foi seduzido pela astúcia do diabo.
Como os crentes conseguirão resistir a Satanás, quando faz com que o pecado seja tão atrativo? Há quatro remédios que podem nos ajudar para não sermos atraídos pelo pecado desta maneira. Primeiro, os crentes devem manter-se afastados do pecado tanto quanto consigam (1 Ts 5.22, Pv 5.8). Uma pessoa que caminha à beira do precipício, pode cair a qualquer momento. Se o crente caminha próximo do que é pecaminoso, não deve surpreender-se se é preso pelo pecado. Paulo disse aos cristãos que odiassem a maldade e que a odiassem intensamente (Rm 12.9).
Segundo os crentes devem recordar que o prazer do pecado prontamente se converterá em amargura (Jó 20.12-14). O pecado pode celebrar o prazer por um instante e parecer-nos fácil no início (Hb 11.25); mas ao fim, a dor produzida é maior que o prazer que se recebe. É como a comida com veneno, tem bom sabor, mas se não é descartada é mortal. O pecado que se come na terra, terá que se digerir no inferno.
Terceiro, os crentes devem recordar que o pecado lhes fará perder aquilo que é realmente bom. Os que cedem ao pecado perdem o favor de Deus. O seu gozo espiritual se desvanece e perdem a paz em seu coração. O Espírito Santo é entristecido e sua influência vivificadora diminuí. O pecado lhes faz perder estas boas coisas. Então, o diabo lhes está enganando porque o pecado não é realmente prazeroso (o seu conforto sempre é temporal).
Quarto, os crentes devem fixar-se bem na forma como o pecado engana. O pecado é o maior enganador e é a causa de todo o engano que há no mundo. Em si mesmo, o pecado é sobremaneira pecaminoso. (Hb 3.13) Quando o pecado os engana, os crentes frequentemente se negam a admiti-lo e, pelo contrário, pensam que estão bem. O pecado lhes faz crer que o mal é bom. Basta pensar no que aconteceu com Faraó, Balaão e Judas, para percebermos que uma pessoa pode conduzir-se pecaminosamente pensando que está agindo bem. Em tais exemplos podemos observar como é que uma pessoa pode estar disposta a perder a Deus, o céu, Cristo e ainda a sua própria alma porque não quer deixar os seus pecados. Não há nada tão enganoso como o pecado.
Recorde-se de que o pecado não é prazeroso, pelo contrário, ele é amargo, e não importa que tão agradável lhe pareça. Não deixe que Satanás lhe afaste de Deus com um engano como este.
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Pecado,
Santificação,
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Tentações,
Teologia pastoral,
Thomas Brooks
Ministro presbiteriano, escritor, tradutor, revisor e professor de teologia
21 novembro 2017
Remédios preciosos contra as artimanhas do Diabo - Prefácio
Escrito por Thomas Brooks
Originalmente publicado em 1652 na Inglaterra
Introdução
Este livro trata com as estratégias usadas por Satanás para induzir aos crentes a pecar. Satanás é o inimigo de Cristo e de todos os seus discípulos. Satanás quer desviá-los da vontade de Deus e que se afastem dele. Satanás é muito sútil em seu propósito. Deseja que os crentes sejam seduzidos sem que eles percebam. Quer que pequem, mas não quer que creiam, ou percebam que estão pecando.
Há quatro assuntos acerca dos quais os crentes devem aprender. Devem aprender de nosso Senhor Jesus Cristo, acerca da Bíblia, a respeito de si mesmos e acerca da astúcia de Satanás em seus intentos de afastá-los de Deus.
Satanás é um inimigo cruel. Ele demonstra o seu desprezo contra Deus e o seu povo em todas as formas que lhe seja possível. Satanás quer que o povo de Deus seja miserável e cheio de amargura. Sabe que não há nada que lhes faça mais miseráveis do que fazer-lhes cair em pecado. Satanás utiliza muitas maneiras enganosas para conseguir que os crentes pequem. Satanás é um inimigo forte, mais forte do que a nossa capacidade. Satanás pode ferir e causar muitos danos aos crentes. Em sua astúcia não quer que os crentes se informem de quão forte ele é, e, portanto, é necessário advertir a cada crente: Satanás é um inimigo forte e cruel. Desejo adverti-los de que maneiras Satanás procurará daná-los. Desejamos que todos os que lerem este livro sejam fortalecidos a fim de que possam resistir a Satanás em todas as suas conspirações.
Por isso não é suficiente apenas ler este livro, há que aprender e praticá-lo. Todo ensino cristão não é simplesmente para ajudar aos crentes que aprendam a verdade. Os crentes devem não somente entender a vontade de Deus, como também cumpri-la. Jesus disse, “Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sereis se as fizerem.” (Jo 13.17)
Há muitos textos na Bíblia que nos advertem acerca da sutileza de Satanás. Os crentes necessitam ser fortalecidos para resistirem a Satanás. Em seguida citaremos alguns textos da Bíblia que nos advertem acerca de Satanás. O primeiro texto é 2 Co 2.11: “Para que Satanás não obtenha vantagem alguma sobre nós; pois não ignoramos os seus desígnios”. O apóstolo disse que sabe bem acerca das maquinações satânicas para danar aos crentes. Paulo estava consciente das distintas formas que Satanás usa para prejudicar aos crentes.
O segundo texto é Ef 6.11: “Revesti-vos de toda a armadura de Deus para poderdes estar firmes contra as ciladas do diabo”. Paulo disse aos crentes que fossem como soldados, colocando a sua armadura para protegerem-se de seu inimigo. Paulo sabia que Satanás atacaria aos crentes de muitas maneiras diferentes. Às vezes fará armadilhas para atacá-los de repente, sem advertência. Em outras ocasiões buscará desviar-lhes do caminho e os atacará quando estiverem confusos. Também lhes tentará com uma armadilha de falsa segurança, para que depois lhes ataque quando estiverem desprevenidos. Satanás em todas estas maquinações deseja ferir o povo de Deus e conseguir que deixem de trabalhar e pelejar na causa de Deus. Os crentes necessitam da armadura e da força de Deus para lutar contra Satanás.
O terceiro texto é 2 Tm 2.26: “livrando-se eles dos laços do diabo, tendo sido feitos cativos por ele, para cumprirem a sua vontade”. Aqui o apóstolo Paulo se refere a pessoas que estão sendo levadas cativas como prisioneiras de guerra. Os prisioneiros sentem-se desesperados, sem nenhum poder para livrarem-se e estão sujeitos à vontade de outro. Do mesmo modo Satanás quer conseguir que os crentes sejam seus prisioneiros. Esta palavra é usada também para referir-se às aves quando são presas numa gaiola. Satanás quer que os crentes se sintam assim.
Tenham muito cuidado com as artimanhas de Satanás. Não se esqueçam de que Satanás é um inimigo forte e cruel, que se opõe a todos os verdadeiros crentes. Ele quer prejudica-los e fazer com que se tornem inúteis para o reino de Deus.
Originalmente publicado em 1652 na Inglaterra
Introdução
Este livro trata com as estratégias usadas por Satanás para induzir aos crentes a pecar. Satanás é o inimigo de Cristo e de todos os seus discípulos. Satanás quer desviá-los da vontade de Deus e que se afastem dele. Satanás é muito sútil em seu propósito. Deseja que os crentes sejam seduzidos sem que eles percebam. Quer que pequem, mas não quer que creiam, ou percebam que estão pecando.
Há quatro assuntos acerca dos quais os crentes devem aprender. Devem aprender de nosso Senhor Jesus Cristo, acerca da Bíblia, a respeito de si mesmos e acerca da astúcia de Satanás em seus intentos de afastá-los de Deus.
Satanás é um inimigo cruel. Ele demonstra o seu desprezo contra Deus e o seu povo em todas as formas que lhe seja possível. Satanás quer que o povo de Deus seja miserável e cheio de amargura. Sabe que não há nada que lhes faça mais miseráveis do que fazer-lhes cair em pecado. Satanás utiliza muitas maneiras enganosas para conseguir que os crentes pequem. Satanás é um inimigo forte, mais forte do que a nossa capacidade. Satanás pode ferir e causar muitos danos aos crentes. Em sua astúcia não quer que os crentes se informem de quão forte ele é, e, portanto, é necessário advertir a cada crente: Satanás é um inimigo forte e cruel. Desejo adverti-los de que maneiras Satanás procurará daná-los. Desejamos que todos os que lerem este livro sejam fortalecidos a fim de que possam resistir a Satanás em todas as suas conspirações.
Por isso não é suficiente apenas ler este livro, há que aprender e praticá-lo. Todo ensino cristão não é simplesmente para ajudar aos crentes que aprendam a verdade. Os crentes devem não somente entender a vontade de Deus, como também cumpri-la. Jesus disse, “Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sereis se as fizerem.” (Jo 13.17)
Há muitos textos na Bíblia que nos advertem acerca da sutileza de Satanás. Os crentes necessitam ser fortalecidos para resistirem a Satanás. Em seguida citaremos alguns textos da Bíblia que nos advertem acerca de Satanás. O primeiro texto é 2 Co 2.11: “Para que Satanás não obtenha vantagem alguma sobre nós; pois não ignoramos os seus desígnios”. O apóstolo disse que sabe bem acerca das maquinações satânicas para danar aos crentes. Paulo estava consciente das distintas formas que Satanás usa para prejudicar aos crentes.
O segundo texto é Ef 6.11: “Revesti-vos de toda a armadura de Deus para poderdes estar firmes contra as ciladas do diabo”. Paulo disse aos crentes que fossem como soldados, colocando a sua armadura para protegerem-se de seu inimigo. Paulo sabia que Satanás atacaria aos crentes de muitas maneiras diferentes. Às vezes fará armadilhas para atacá-los de repente, sem advertência. Em outras ocasiões buscará desviar-lhes do caminho e os atacará quando estiverem confusos. Também lhes tentará com uma armadilha de falsa segurança, para que depois lhes ataque quando estiverem desprevenidos. Satanás em todas estas maquinações deseja ferir o povo de Deus e conseguir que deixem de trabalhar e pelejar na causa de Deus. Os crentes necessitam da armadura e da força de Deus para lutar contra Satanás.
O terceiro texto é 2 Tm 2.26: “livrando-se eles dos laços do diabo, tendo sido feitos cativos por ele, para cumprirem a sua vontade”. Aqui o apóstolo Paulo se refere a pessoas que estão sendo levadas cativas como prisioneiras de guerra. Os prisioneiros sentem-se desesperados, sem nenhum poder para livrarem-se e estão sujeitos à vontade de outro. Do mesmo modo Satanás quer conseguir que os crentes sejam seus prisioneiros. Esta palavra é usada também para referir-se às aves quando são presas numa gaiola. Satanás quer que os crentes se sintam assim.
Tenham muito cuidado com as artimanhas de Satanás. Não se esqueçam de que Satanás é um inimigo forte e cruel, que se opõe a todos os verdadeiros crentes. Ele quer prejudica-los e fazer com que se tornem inúteis para o reino de Deus.
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Thomas Brooks
Ministro presbiteriano, escritor, tradutor, revisor e professor de teologia
08 novembro 2017
O ofício de presbítero - por Geerhardus Vos
Nós chegamos aos ofícios ordinários. Aqui diferentes questões devem ser discutidas:
(a) A relação que os ofícios de ancião (presbítero) e bispo ou superintendente (episkopos) mantêm um com o outro, e se é um e o mesmo ofício.
(b) A relação em qual o ofício de pastor (poimēn) é nos dois mencionados (a); isto é, se dentro do presbiterato há uma distinção entre aqueles que são pastores e aqueles que não são pastores. (c) A questão relativa ao ofício de mestre e se este era um ofício particular, distinto do ofício de pastor. (d) A questão concernente ao ofício de diáconos e diaconisas. (e) A questão acerca do chamado aos ofícios e a forma como alguém é investido no ofício.
a) A relação entre o episcopado e o presbiterato. Os que advogam o sistema episcopal dizem que os dois ofícios de bispo e presbítero são diferentes. Os bispos são superiores aos presbíteros. Eles têm o poder de ordenar e governar os presbíteros. Estes não podem se ordenar. Há quem vá mais longe, como vimos, e faz dos bispos os sucessores dos apóstolos. Em antítese, postulamos a tese: o bispo e o presbítero, o superintendente e os anciãos indicam plenamente o mesmo ofício. Um superintendente é um ancião e um ancião é um superintendente. Se houvesse uma distinção no presbiterato e no ofício de supervisão, isso não teria nada a ver com o duplo nome. Nomeiam-se os dois tipos de anciãos tanto para os supervisores como os presbíteros. É relatado que Paulo (Atos 20:17) convocou os anciãos da igreja de Éfeso e depois, referiu-se a eles como superintendentes (20:28). Em Filipenses 1:1, os supervisores aparecem ao lado dos diáconos, como em outros lugares os anciãos estão ao lado dos diáconos (veja também 1 Tm 3: 2 com 3: 8); “Que você deve nomear anciãos de cidade em cidade” (Tt 1: 5) e “um superintendente deve ser reprovado” (1:7). Consequentemente, nada é mais claro do que a identidade desses dois ofícios. A única diferença reside nesses dois pontos: ancião (presbítero) é um termo judaico derivado da sinagoga, e que foi administrada pelos homens mais velhos; o supervisor (episkopos) é um termo grego. Ancião refere-se à dignidade do ofício, supervisor é o seu trabalho.
b) A segunda das questões acima diz respeito à distinção dentro do próprio presbiterato. Havia dois tipos de anciãos? Parece que em 1 Timóteo 4:14, havia uma pluralidade de anciãos numa mesma igreja, e que eles formavam uma equipe, um colegiado, um “presbitério”, eram “anciãos”. Em 1 Timóteo 5:17, parece que havia anciãos que trabalhavam na Palavra e no ensino, e também anciãos que não estavam ocupados com tal trabalho. A distinção entre anciãos docentes e anciãos regentes baseia-se nisso.
Teremos que pensar sobre o assunto da seguinte forma. Originalmente toda a ênfase acerca do ancião recaiu sobre o governo, mantendo a supervisão. A razão para isso foi que o ofício extraordinário de profecia e o extraordinário dom (charismata) em geral, bem como a presença contínua dos apóstolos e evangelistas tornaram a necessidade de um ofício ordenado de mestre menos visível. Os anciãos podiam ensinar e falar a Palavra, mas havia outros além destes que também ensinavam e profetizavam na congregação. Mais tarde, quando os dons extraordinários diminuíram, surgiu a necessidade de um ofício normativo de mestre. Nas epístolas pastorais de Paulo, isso aparece como uma estrutura estabelecida. Ainda assim, parece-nos que isso deriva muito das informações que argumentam que todos os anciãos não eram livres para atuarem no ensino na congregação. Somente tem-se esta certeza: havia um número de anciãos que tinham o dever específico de ensinar. Os outros poderiam a liberdade, mas eles não teriam o dever. Por isso, de fato, a distinção reformada entre dois tipos de anciãos é legitimada em princípio.
Para leitura do texto completo veja AQUI.
(a) A relação que os ofícios de ancião (presbítero) e bispo ou superintendente (episkopos) mantêm um com o outro, e se é um e o mesmo ofício.
(b) A relação em qual o ofício de pastor (poimēn) é nos dois mencionados (a); isto é, se dentro do presbiterato há uma distinção entre aqueles que são pastores e aqueles que não são pastores. (c) A questão relativa ao ofício de mestre e se este era um ofício particular, distinto do ofício de pastor. (d) A questão concernente ao ofício de diáconos e diaconisas. (e) A questão acerca do chamado aos ofícios e a forma como alguém é investido no ofício.
a) A relação entre o episcopado e o presbiterato. Os que advogam o sistema episcopal dizem que os dois ofícios de bispo e presbítero são diferentes. Os bispos são superiores aos presbíteros. Eles têm o poder de ordenar e governar os presbíteros. Estes não podem se ordenar. Há quem vá mais longe, como vimos, e faz dos bispos os sucessores dos apóstolos. Em antítese, postulamos a tese: o bispo e o presbítero, o superintendente e os anciãos indicam plenamente o mesmo ofício. Um superintendente é um ancião e um ancião é um superintendente. Se houvesse uma distinção no presbiterato e no ofício de supervisão, isso não teria nada a ver com o duplo nome. Nomeiam-se os dois tipos de anciãos tanto para os supervisores como os presbíteros. É relatado que Paulo (Atos 20:17) convocou os anciãos da igreja de Éfeso e depois, referiu-se a eles como superintendentes (20:28). Em Filipenses 1:1, os supervisores aparecem ao lado dos diáconos, como em outros lugares os anciãos estão ao lado dos diáconos (veja também 1 Tm 3: 2 com 3: 8); “Que você deve nomear anciãos de cidade em cidade” (Tt 1: 5) e “um superintendente deve ser reprovado” (1:7). Consequentemente, nada é mais claro do que a identidade desses dois ofícios. A única diferença reside nesses dois pontos: ancião (presbítero) é um termo judaico derivado da sinagoga, e que foi administrada pelos homens mais velhos; o supervisor (episkopos) é um termo grego. Ancião refere-se à dignidade do ofício, supervisor é o seu trabalho.
b) A segunda das questões acima diz respeito à distinção dentro do próprio presbiterato. Havia dois tipos de anciãos? Parece que em 1 Timóteo 4:14, havia uma pluralidade de anciãos numa mesma igreja, e que eles formavam uma equipe, um colegiado, um “presbitério”, eram “anciãos”. Em 1 Timóteo 5:17, parece que havia anciãos que trabalhavam na Palavra e no ensino, e também anciãos que não estavam ocupados com tal trabalho. A distinção entre anciãos docentes e anciãos regentes baseia-se nisso.
Teremos que pensar sobre o assunto da seguinte forma. Originalmente toda a ênfase acerca do ancião recaiu sobre o governo, mantendo a supervisão. A razão para isso foi que o ofício extraordinário de profecia e o extraordinário dom (charismata) em geral, bem como a presença contínua dos apóstolos e evangelistas tornaram a necessidade de um ofício ordenado de mestre menos visível. Os anciãos podiam ensinar e falar a Palavra, mas havia outros além destes que também ensinavam e profetizavam na congregação. Mais tarde, quando os dons extraordinários diminuíram, surgiu a necessidade de um ofício normativo de mestre. Nas epístolas pastorais de Paulo, isso aparece como uma estrutura estabelecida. Ainda assim, parece-nos que isso deriva muito das informações que argumentam que todos os anciãos não eram livres para atuarem no ensino na congregação. Somente tem-se esta certeza: havia um número de anciãos que tinham o dever específico de ensinar. Os outros poderiam a liberdade, mas eles não teriam o dever. Por isso, de fato, a distinção reformada entre dois tipos de anciãos é legitimada em princípio.
Para leitura do texto completo veja AQUI.
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04 novembro 2017
Uma orientação cristã - por Samuel Rutherford
1. Que algumas horas do dia, em menor ou maior tempo, com a Palavra e a oração, sejam separadas para Deus; não evitando a duodécima hora, ou o meio do dia, mas que seja, então, dedicado um período mais curto.
2. Em meio as atividades mundanas, deve-se ocupar com alguns pensamentos sobre o pecado, morte, julgamento e eternidade, com pelo menos uma ou duas palavras de oração espontâneas a Deus.
3. Tenha cuidado com a inconstância do coração na oração privada.
4. Não se deixe dominar pela má vontade, se ao terminar a oração você se encontre sem o sentimento de alegria. A contrição, sentimentos de culpa e a ansiedade, são muitas vezes melhores para nós.
5. Que o Dia do Senhor, da manhã até a noite, seja sempre ocupado com o culto público ou privado.
6. Que as palavras sejam observadas, os pensamentos fúteis e ociosos sejam evitados, bem como a raiva repentina e desejos de vingança, mesmo que por causa da perseguição da verdade. Guarde-se contra tais pensamentos, pois muitas vezes misturamos nosso zelo com nosso fogo selvagem.
7. Que os pecados conhecidos, descobertos e revelados, que são contra a consciência, sejam evitados, prevenindo-se contra os mais perigosos meios para a dureza do coração.
8. Que ao lidar com os homens a fé e a verdade em acordos e negócios sejam consideradas, para que lidemos com todos os homens com sinceridade; que a consciência evite palavras vazias e mentirosas; e que nossa conduta seja tal, que os que a vejam, falem honradamente de nosso doce Mestre e do nosso testemunho de fé.
2. Em meio as atividades mundanas, deve-se ocupar com alguns pensamentos sobre o pecado, morte, julgamento e eternidade, com pelo menos uma ou duas palavras de oração espontâneas a Deus.
3. Tenha cuidado com a inconstância do coração na oração privada.
4. Não se deixe dominar pela má vontade, se ao terminar a oração você se encontre sem o sentimento de alegria. A contrição, sentimentos de culpa e a ansiedade, são muitas vezes melhores para nós.
5. Que o Dia do Senhor, da manhã até a noite, seja sempre ocupado com o culto público ou privado.
6. Que as palavras sejam observadas, os pensamentos fúteis e ociosos sejam evitados, bem como a raiva repentina e desejos de vingança, mesmo que por causa da perseguição da verdade. Guarde-se contra tais pensamentos, pois muitas vezes misturamos nosso zelo com nosso fogo selvagem.
7. Que os pecados conhecidos, descobertos e revelados, que são contra a consciência, sejam evitados, prevenindo-se contra os mais perigosos meios para a dureza do coração.
8. Que ao lidar com os homens a fé e a verdade em acordos e negócios sejam consideradas, para que lidemos com todos os homens com sinceridade; que a consciência evite palavras vazias e mentirosas; e que nossa conduta seja tal, que os que a vejam, falem honradamente de nosso doce Mestre e do nosso testemunho de fé.
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