Preparado por Pb. Edson Marques & Rev. Ewerton B. Tokashiki
Em 1954, quando Getúlio Vargas era
o Presidente do Brasil, A Igreja Presbiteriana do Brasil se pronunciou contra o
comunismo da seguinte forma: “SC-54-138 - Quanto à consulta do Presbitério do
Botucatu sobre se um membro da IPB, com ideias francamente comunistas, pode
tomar parte nos trabalhos da Igreja, como dirigir classe da Escola Dominical,
etc., o SC resolve responder que há incompatibilidade entre o comunismo ateu e
materialista e a doutrina bíblica e os símbolos de fé da IPB”.
Em 1956, a IPB teve que se
posicionar sobre a atitude cristã quanto ao comunismo: “CE-56-096 - Quanto ao
Documento Intitulado ‘Avaliação’, enviado pela CBM, a CE-SC/IPB resolve: [...]
7) Em referência à atitude cristã quanto ao comunismo, persistimos em pregar a
realidade do poder transformador do evangelho de Cristo, crendo que o comunismo
é uma filosofia de vida contrária ao espírito e à doutrina evangélica.”
Em 1965, o assunto ainda fomentava
nos presbitérios ao ponto de vermos que as consultas continuavam a ser
encaminhadas à Comissão Executiva: “CE-65-081 - Presbitério de Castro -
Consulta - Quanto ao Doc. 10 - Consulta do PCST sobre atitude a ser tomada por
Presbitério quando tiver obreiro comunista e sobre a posição da IPB em face do
mesmo assunto - a CE-SC/IPB resolve aprovar Doc. III nos seguintes termos: 1)
Declara que a esta CE-SC/IPB não padece qualquer dúvida sobre a idoneidade
moral dos Presbitérios para considerarem a situação sócio-político-doutrinária
de seus obreiros; 2) Encaminhar ao SC a consulta sobre a posição da IPB em face
do assunto.”
Então, em 1966, no Governo de
Humberto Castelo Branco, o Supremo Concílio da IPB tomou posição contra o
comunismo e seus adeptos, como segue: “SC-66-074 – Presbitério de Castro -
Consulta - Doc. XXXIV- Quanto ao Doc. 26 Consulta do PCST sobre atitudes do
Presbitério quando tiver obreiro comunista, o SC resolve: 1) Reafirmar ser
indispensável a qualquer pessoa que deseja filiar-se à IPB, em especial aos
seus oficiais e ministros, a aceitação da Palavra de Deus como única regra de
fé e prática, e seus símbolos de fé. Quando qualquer prova se possa fazer
contra membro ou membros da IPB de que já não mais aceitam a Palavra de Deus e
seus símbolos de fé, por adotarem uma filosofia em choque com os princípios
cristãos, no todo ou em parte, a mesma prova deve ser apresentada ao Conselho
competente para os devidos fins; 2) Reafirmar a resolução da Assembleia Geral
de 1936 que declara: ‘Compete ao cristão obedecer as autoridades legitimamente
constituídas e realizar os deveres do cidadão, nunca devendo adotar qualquer
ideologia que atente contra os princípios evangélicos da liberdade civil e de
consciência e de ordem e paz sociais’”.
Em 1977, no governo de Ernesto
Geisel, foi a vez da Organização Palavra de Vida flertar com o comunismo. Havia
muitos jovens que participavam de seus eventos. A IPB se posicionou: “CE-77-007
- Atividade da Organização Palavra da Vida - Doc. XLIV - Quanto ao Doc. 40 -
Informações do Sr. Presidente referente à Palavra da Vida. A Comissão Executiva
do Supremo Concílio, considerando ser ambígua a doutrina implícita, sobre a
compatibilidade ética do comunismo russo, marxista, com o cristianismo,
esposado pela ‘Organização Palavra da Vida’ conforme publicação oficial feita
no ‘Jornal Palavra da Vida’ em seus artigos ‘Eu chorei na Rússia’ e
‘Cristianismo na Rússia, uma existência inquieta’. Resolve: 1) Recomendar às
Igrejas que, mediante doutrinação, aconselhem seus jovens e fiéis a não
participarem das atividades da ‘Organização Palavra da Vida’; 2) Recomendar que
os Presbitérios e as igrejas não encaminhem jovens nos cursos mantidos pela
organização supracitada; 3) Encaminhar a presente resolução à Comissão Especial
dos Seminários”.
O Rev. Boanerges Ribeiro como Vice-presidente
e representando a IPB na Assembleia Geral da PCUSA, apresentou o seu parecer
sobre a condição doutrinária daquela denominação. A CE - 1979 - DOC. XVI fez o seguinte
registro: “Rev. Boanerges Ribeiro - Relatório de Comparecimento à Assembleia
Geral da Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos - Doc. XLV - Quanto ao Doc. 42
- Relatório do Sr. Vice-presidente do Supremo Concílio, Rev. Boanerges Ribeiro
referente ao seu comparecimento â Assembleia Geral da Igreja Presbiteriana dos
Estados Unidos, como representante da Igreja Presbiteriana do Brasil - A
Comissão Executiva do Supremo Concílio resolve: 1) Tomar conhecimento. 2)
Ressaltar a ênfase dada no relatório do Rev. Boanerges de que a evangelização,
tal como a compreendemos, ou seja: proclamação de que em Jesus Cristo, e
somente pela fé nele pode o homem salvar-se, vem, naquela Igreja, perdendo
relevo, face à orientação da ‘Igreja nativa’ para a ‘libertação’ em um
entendimento marxista, histórico-materialista, que recebe ênfase, recursos
e pessoal. 3) Alertar a Igreja Presbiteriana do Brasil contra a possível
infiltração de pessoas oriundas de tal orientação. 4) Apreciar a atuação firme
e fiel do Rev. Boanerges como representante da Igreja Presbiteriana do Brasil”.
Em 1990, A IPB produziu uma Pastoral
de Ética Cristã Política que, entre outras coisas, recomenda: “Que se evite
todo e qualquer apoio a candidatos reconhecidamente descompromissados com os
ideais de democracia, justiça e paz propugnados pela nossa Igreja, que visam
apenas o interesse pessoal, pactuam com os injustos e corruptos, aceitam
subornos, negam justiça aos pobres (Is 5.18, 22-23), decretam leis injustas (Is
10.1) e se afastam da Palavra de Deus como ‘regra de fé e prática’”.