Por David W. Hall
Embora não seja particularmente popular, seja
em nosso atual meio secular, seja em nossa atual amnésia eclesiológica,
continuo a crer que ter, manter e exigir uma confissão é bom para nós. Em suma,
uma confissão é boa para a nossa saúde, mesmo que, às vezes, exija remédios que
não tenham um gosto bom à primeira vista. Os tratamentos alternativos
frequentemente geram caos, culto à vontade, autopromoção de celebridades de
seitas, confusão, a idolatria de metodologia ou fluxo contínuo.
Digo isso com três ressalvas: (1) primeiro, se
a confissão for completamente bíblica e, portanto, atemporal e não regionalista;
(2) segundo, se a confissão for usada corretamente como um padrão subordinado,
não como um padrão ordenado; e (3) terceiro, se a confissão for usada por homens
com preocupação pastoral e piedosa para servir à unidade e à clareza.
Quanto à primeira ressalva, nenhuma confissão
merece respeito se não for completamente bíblica. Uma confissão, se for um eco
fiel do que Deus diz, pode nos guiar e proteger das deficiências de uma época
ou de uma circunstância. Confissões que repetem e amplificam levemente os sons
das Escrituras perduram, ao mesmo tempo em que equipam a família de Deus com
força e perspectiva para evitar as lacunas de toda moda passageira ou heresia.
As confissões bíblicas, felizmente, nos salvam de reinventar tudo. Confissões
que se apoiam nos ombros de exegetas santos anteriores são os cursos avançados
que resolvem certas questões e proporcionam uma vantagem inicial — isto é, para
aqueles que são humildes o suficiente para aprender com os outros.
Quanto à segunda ressalva, um padrão
subordinado, deve-se entender, é exatamente o que esse termo implica:
subordinado (sempre às Escrituras) e ainda um padrão. Um padrão secundário
ainda é um padrão, e muitas áreas usam padrões secundários para auxiliar seus
praticantes no controle de qualidade. Uma confissão é projetada para isso. É
simultaneamente taquigrafia e sabedoria comprovada; é ortodoxia e ortopraxia ao
mesmo tempo. A menos que a vida seja infinita, quando oramos para que Deus “nos
ensine a contar os nossos dias, de modo que possamos aplicar os nossos corações
à sabedoria”, as confissões frequentemente nos ajudarão na administração do
tempo, bem como nos protegerão de idiossincrasias incapacitantes. Um padrão
subordinado pode ajudar a saúde.
Quanto à terceira ressalva, o telos de uma
confissão é servir à unidade e à clareza. Muitos de nós aprendemos da maneira
mais difícil que as leis e os padrões mais condenatórios são aqueles não
escritos. Os fariseus, antigos e modernos, são mestres em usar os padrões não
escritos para levar os não iniciados ao coma. Uma confissão bíblica explícita,
por outro lado, não sujeita a comunidade crente a essas leis secretas; em vez
disso, ela nos liberta dos padrões próprios e, também, torna a igreja aberta a
todos sob os mesmos padrões. Assim, uma confissão sólida purifica da doença e
fortalece o sistema imunológico com uma unidade salutar.
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