Segue abaixo algumas definições da disciplina de
Teologia Sistemática para comparação:
TEÓLOGOS PRESBITERIANOS/REFORMADOSA.A. Hodge (1860)[1]
“é a determinação, interpretação e defesa científica dessas Escrituras, junto com a história da maneira pela qual as verdades nelas reveladas têm sido entendidas, e os deveres nelas impostos têm sido cumpridos, por todos os cristãos, em todos os séculos”.[2]
Charles Hodge (1872-1873)
“a ciência dos fatos da revelação divina até onde esses fatos dizem respeito à natureza de Deus e à nossa relação com ele, como suas criaturas, como pecadores e como sujeitos da redenção.”[3]
Robert L. Dabney (1878)
“a ciência do ser e da natureza de Deus, e suas relações com a criatura.”[4]
William G.T. Shedd (1888)
“é a ciência que está preocupada tanto com o Infinito com o Finito, tanto com Deus como com o Universo. O material, portanto, que ela inclui é mais amplo do que o de qualquer outra ciência.”[5]
B.B. Warfield (1896)
“é a ciência que discorre acerca de Deus e do seu relacionamento com o homem e o mundo.”[6]
Herman Bavink (1909)
“é a ciência que extrai o conhecimento de Deus de Sua revelação, que estuda e pensa sobre ela sob a orientação do Espírito Santo, e então tenta descreve-la de forma a honrar a Deus.”[7]
David S. Clark (1921)
“é a ciência que trata de nosso conhecimento de Deus e de sua relação para com os homens.”[8]
Louis Berkhof (1932)
“a dogmática é o sistema científico do conhecimento de Deus”.[9]
G. H. Kersten (1947)
“dogmática é a descrição sistemática dos conteúdos e correlação mútua das verdades (dogmata) reveladas na Palavra de Deus.”[10]
Júlio A. Ferreira (1963)
“é uma apresentação das realidades espirituais apresentadas na Bíblia de modo a nos dar uma visão de seu conjunto e de suas relações.”[11]
Herman Hoeksema (1966)
“é aquela disciplina teológica em que o dogmático, numa relação orgânica com a igreja do passado, bem como do presente, propõe esclarecer das Escrituras o verdadeiro conhecimento de Deus, ao confirmar em alguma forma sistemática, e depois comparar os dogmas existentes com a Escritura, conduzindo o conhecimento de Deus ao mais alto estado de desenvolvimento.”[12]
J.Oliver Buswell Jr. (1962)
“o estudo de Deus em sua relação com o mundo e o homem é suscetível de ser organizado como um todo sistemático. A palavra ‘sistemático’ sugere assim um grau relativamente elevado de integração, coerência e correspondência entre as afirmações e os fatos.”[13]
Robert L. Reymond (1998)
“estudo metodológico da Bíblia que analisa a Escritura Sagrada como uma completa revelação, em distinção das disciplinas de Teologia do Antigo Testamento, Teologia do Novo Testamento e Teologia Bíblica, as quais se aproximam das Escrituras como uma revelação progressiva. Deste modo, o teólogo sistemático analisa as Escrituras como uma revelação completa, buscando entender holisticamente o plano, propósito e a intenção didática da mente divina revelada na Sagrada Escritura, e organizar este plano, propósito e intenção didática de modo ordenado e apresentação coerente como artigos da fé cristã”.[14]
TEÓLOGOS LUTERANOSJohn T. Mueller (1934)
“a capacidade espiritual para ensinar e defender a Palavra de Deus, em suma, para exercer as funções do ministério cristão nos moldes escriturísticos (II Co 3:5-6), quer de modo objetivo, ou abstrato, para designação da doutrina cristã, seja em seu todo, seja em parte, apresentada tanto oralmente como por escrito, II Tm 1:13.”[15]
Gustaf Aulén (1961)
“a teologia sistemática é, portanto, a disciplina teológica que tem por objetivo o estudo e a pesquisa da fé cristã.”[16]
Carl E. Braaten (1984)
“o conhecimento de Deus e das coisas divinas, obtido em particular, de modo natural, pelo uso da razão, e em parte de modo sobrenatural, através de uma revelação especial.”[17]
Arnaldo Schüler (2002)
“parte da teologia que apresenta a verdade religiosa de forma ordenada e crítica. Compreende a dogmática, a teologia fundamental e a ética.”[18]
TEÓLOGOS BATISTASJames P. Boyce (1887)
“ciência que trata de Deus”.[19]
Augustus H. Strong (1906)
“é a ciência de Deus e das relações entre Deus e o universo.”[20]
Lewis Sperry Chafer (1948)
“a Teologia Sistemática pode ser definida como a coleta, cientificamente organizada, comparada e defendida, de todos os fatos e toda e qualquer fonte a respeito de Deus e de suas obras.”[21]
Bruce Milne (1982)
“pensamentos e palavras derivados de um conhecimento de Deus”.[22]
A.B. Langston (19 )
“um estudo acerca de Deus, baseado na experiência do homem com Deus e na revelação divina.”[23]
B.A. Demarest (1984)
“tentativa de reduzir a verdade religiosa a um sistema organizado”.[24] Mais detalhadamente, Demarest sugere ela seja “a disciplina que (1) apresenta uma formulação unificada da verdade a respeito de Deus e Seu relacionamento com a humanidade e o universo conforme a revelação divina os expõe, e que (2) aplica tais verdades a todo aspecto da vida e do pensamento humano.”[25]
Charles C. Ryrie (1986)
“significa a interpretação racional da fé cristã.”[26]
Millard J. Erickson (1992)
“aquela disciplina que se esforça em dar uma coerente declaração das doutrinas da fé cristã, baseada primariamente nas Escrituras, colocando no contexto da cultura em geral, trabalhada num idioma contemporâneo e relacionada para promover a vida.”[27]
Wayne Grudem (1994)
“é qualquer estudo que responda à pergunta ‘O que a Bíblia como um todo nos ensina hoje? Acerca de qualquer tópico’ e acrescenta que ela “envolve compilar e entender todas as passagens relevantes da Bíblia sobre vários tópicos e então, sintetizar claramente o seu ensino de tal modo que saibamos em que crer acerca de cada tema.”[28]
Stanley J. Grenz e Roger E. Olson (1996)
“é a reflexão e a organização das crenças referentes a Deus e ao mundo que os cristãos têm em comum como seguidores de Jesus Cristo”.[29]
TEÓLOGOS ANGLICANOSEdward E. Litton (1960)
“é o inevitável processo em que se tenta sistematizar e arranjar os materiais fornecidos parcialmente pela Escritura e parcialmente pela fé implícita da Igreja; e esta necessidade em linguagem atualizada e sob a influência da filosofia da época.”[30]
John Macquerrie (1977)
“a teologia pode ser definida como o estudo que, por meio da participação e da reflexão a respeito de uma crença religiosa, busca expressar o conteúdo dessa fé por meio da linguagem mais clara e mais coerente possível.”[31]
Alister McGrath (2001)
“o estudo sistemático das idéias fundamentais da fé cristã”.[32]
Robert Banks (1993)
“todo esforço da parte dos cristãos quanto a pensar até o fim e organizar suas crenças, com a intenção de se aproximar de Deus e espelhar mais de seu carácter em suas vidas.”[33]
TEÓLOGOS METODISTASWalter Klaiber e
Manfred Marquardt (1993)
“reflexão metódica e sistemática, bem como exposição da fé em Deus, baseada em Jesus.”[34]
TEÓLOGOS PENTECOSTAISMyer Pearlman“a ciência que trata do nosso conhecimento de Deus e das suas relações para com o homem”, ou ainda “consiste em fatos relacionado com Deus e com as coisas de ordem divina, apresentadas de uma maneira lógica e ordenada.”[35]
James H. Railey, Jr e
Benny C. Aker (1994)
“o estudo de Deus e do seu relacionamento com tudo quanto Ele criou.”[36]
TEÓLOGOS NEO-ORTODOXOS PROTESTANTESKarl Barth (1962)
“parece indicar que em seu âmbito, por ser ciência específica (e muito específica), se trate de perceber, de compreender e de interpretar a ‘Deus’”.[37]
Hendrikus Berkhof (1982)
“é um pensamento refletido e sistematizado acerca do conteúdo do relacionamento que Deus estabeleceu conosco em Cristo”.[38]
TEÓLOGOS CATÓLICOSTomás de Aquino“Theologia a Deo docetur, Deum docet, et ad Deum ducit” [Deus ensina teologia, a teologia nos ensina acerca de Deus, e nos conduz a Deus].[39]
J. Feiner e M. Lohrer (1965)
“é a reflexão metódica e crítica de tudo o que se propõe no querigma da igreja e se aceita pela fé, pela qual o homem se submete à palavra de Deus”.[40]
Karl Rahner (1966)
“é conforme a sua essência, a escuta expressamente esforçada do homem crente à revelação verdadeira de Deus, historicamente acontecida.”[41]
Thomas P. Rausch (1993)
“se empenha em compreender as doutrinas básicas da fé e em mostrar como elas se relacionam entre si. (...) As doutrinas dizem respeito a afirmações claras de realidades religiosas. A teologia sistemática procura compreender as realidades religiosas proclamadas pelas doutrinas.”[42]
John O’Donnell (1993)
“é a tentativa de traduzir o único e irrepetível evento de Cristo em cada um dos períodos subseqüentes.”[43]
J.B. Libanio & Afonso Murad (1996)
“a teologia define-se como reflexão crítica, sistemática sobre a intelecção da fé. E a fé termina em Deus e não nos enunciados a respeito de Deus, como muito bem explicita Santo Tomás.”[44]
Frei Honório Rito (1998)
“ela nunca deixa de ser um discurso e uma linguagem sobre Deus, que, para nós cristãos, não é qualquer ser divino abstrato mas o Deus concreto da Revelação bíblico-cristã. Esse discurso e essa linguagem evoluem em seu conteúdo de significação mas não deixam de ser uma forma de expressar nossa compreensão da fé.”[45]
Notas:[1] As datas identificam o ano de publicação original do livro dos autores citados.
[2] A.A. Hodge,
Esboços de Teologia, pág. 11.
[3] Charles Hodge,
Teologia Sistemática, pág. 16.
[4] Robert L. Dabney,
Lectures in Systematic Theology, pág. 5.
[5] William G.T. Shedd,
Dogmatic Theology, vol. 1, pág. 16.
[6] B.B. Warfield,
Studies in Theology in:
The Works of B.B. Warfield, vol. 9, pág. 56.
[7] Herman Bavink,
Teologia Sistemática, pág. 32.
[8] David S. Clark,
Compêndio de Teologia Sistemática, pág. 18.
[9] Louis Berkhof,
Introducción a la Teolígia Sistemática, pág. 37.
[10] G.H. Kersten,
Reformed Dogmatics (Grand Rapids, Wm. B. Eerdmans Publishing CO., 2000), vol. 1, pág. xiii.
[11] Júlio A. Ferreira,
Antologia Teológica, pág. 27.
[12] Herman Hoeksema,
Reformed Dogmatics, vol. 1, pág. 6.
[13] J. Oliver Buswell Jr.,
A Systematic Theology of the Christian Religion, vol. 1, pág. 14.
[14] Robert L. Reymond,
A New Systematic Theology of the Christian Faith, pág. xxv-xxvi.
[15] John T. Mueller, Dogmática Cristã, vol. 1, pág. 33.
[16] Gustaf Aulén,
A Fé Cristã, pág. 21.
[17] Carl E. Braaten & Robert W. Jenson,
Dogmática Cristã, vol. 1, pág. 31.
[18] Arnaldo Schüler,
Dicionário Enciclopédico de Teologia, pág. 449.
[19] James P. Boyce,
Abstract of Systematic Theology, pág. 1.
[20] Augustus H. Strong,
Teologia Sistemática, vol. 1, pág. 21.
[21] Lewis S. Chafer,
Teologia Sistemática, vols. 1, pág. 50.
[22] Bruce Milne,
Estudando as Doutrinas da Bíblia, pág. 10.
[23] A.B. Langston,
Esboço de Teologia Sistemática, pág. 15.
[24] B.A. Demarest, “Teologia Sistemática” in:
Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã, vol. 3, pág. 514.
[25] B.A. Demarest, op.cit., pág. 515.
[26] Charles C. Ryrie,
Teologia Básica, pág. 13.
[27] Millard J. Erickson,
Christian Theology, pág. 21. Outra definição de Teologia Sistemática do mesmo autor é “o estudo da doutrina é conhecido como teologia. Literalmente, teologia é o estudo de Deus. É o estudo, a análise e a declaração cuidadosa e sistemática da doutrina cristã in:
Introdução à Teologia Sistemática, p. 16.
[28] Wayne Grudem,
Teologia Sistemática, pág. 1.
[29] Stanley J. Grenz e Roger E. Olson,
Quem Precisa de Teologia?, pág. 43.
[30] Edward A. Litton,
Introduction to Dogmatic Theology, pág. 1.
[31] Citado em Alister McGrath,
Teologia sistemática, histórica e filosófica, pág. 176.
[32] Alister McGrath,
Teologia sistemática, histórica e filosófica, pág. 177.
[33] Robert Banks,
A teologia nossa de cada dia, pág. 54.
[34] Walter Klaiber & Manfred Marquardt,
Viver a Graça de Deus – Um Compêndio de Teologia Metodista, pág. 2.
[35] Myer Pearlman,
Conhecendo as Doutrinas da Bíblia, pág. 13.
[36] Stanley M. Horton, ed.,
Teologia Sistemática – Uma Perspectiva Pentecostal, pág. 50.
[37] Karl Barth,
Introdução à Teologia Evangélica, pág. 5.
[38] Hendrikus Berkhof,
Introduction to the Study of Dogmatics, pág. 9. O autor mantém essencialmente a mesma definição em seu manual de teologia chamado
Christian Faith, pág. 33.
[39] Louis Berkhof,
Introducción a la Teologia Sistemática, pág. 30.
[40] J. Feiner & M. Lohrer,
Mysterium Salutis (Madri, Ediciones Cristianidad, 1965), vol. 1, pág. 29.
[41] Karl Rahner & H. Vorgrimler, ed.,
Diccionario Teológico (Barcelona, Editorial Herder, 1966), pág. 720.
[42] Thomas P. Rausch,
Introdução à Teologia, pág. 19.
[43] John O’Donnell,
Introdução à Teologia Dogmática, pág. 10.
[44] J.B. Libanio & Afonso Murad,
Introdução à Teologia, pág. 67.
[45] Frei Honório Rito,
Introdução à Teologia, pág. 35.
Rev. Ewerton B. Tokashiki