26 fevereiro 2016

A relação do Estado e da Igreja

Escrito por Charles Hodge


Nota do editor

Nas últimas três décadas tanto políticos conservadores como liberais escreveram uma grande quantidade de perigosas besteiras sobre a igreja e o estado. Esta estupidez está começando a afetar a política de governo e os gastos das rendas de impostos. Recentemente William Bennett, secretário da Educação, defendeu o suporte financeiro governamental para escolas católicas romanas, e os conservadores defenderam programas de fiação para canalizar fundos governamentais para escolas religiosas. Este escritor esteve presente em uma conferência nacional de diretores de escolas cristãs em Washington, D.C., no início deste ano e ouviu um orador (que não era um cristão nem um diretor de escola) opor a legislação ante o Congresso baseando-se em que os subsídios federais sob a legislação não poderiam ser canalizados para creches religiosas. Dentro dos últimos meses, William F. Buckley, Jr. foi convidado para se dirigir em uma grande convenção do Conselho Internacional de Inerrância Bíblica quanto ao assunto da impossibilidade de separar a igreja do estado. E por último, mas não menos importante, a agenda de pelo menos alguns dos “cristãos reconstrucionistas” pareciam incluir o uso da autoridade civil para manter a ortodoxia entre a população.

No meio desta confusão contemporânea nós apresentamos Charles Hodge, que foi chamado de “o príncipe dos teólogos americanos”. Hodge talvez foi o mais influente teólogo presbiteriano do século dezenove, docente no Princeton Theological Seminary por décadas, e autor de muitos livros, incluindo seus três volumes de Systematic Theology. Os seus ensaios apareceram originalmente na Princeton Review em 1863. São agora tomados de um livro recentemente relançado de ensaios por uma variedade de autores e editado por Iain Murray, The Reformation of the Church.


Este é um assunto sumamente complicado e difícil. Existem três aspectos sob os quais ele pode ser visto.
I. A real relação que em diferentes momentos e em diferentes países tem subsistido entre as duas instituições.
II. A teoria desenvolvida para justificar ou determinar os limites de tal relação de existência.
III. A relação normal, tal como deveria existir de acordo com a vontade revelada de Deus, e a natureza do Estado e da Igreja.


Constantino

Antes da conversão de Constantino, a igreja era, é claro, tão independente do estado que ela determinava sua própria fé, regulava seu culto, escolhia seus oficiais, e exercia sua disciplina sem qualquer interferência das autoridades civis. Os seus membros eram considerados como cidadãos do estado, dos quais as opiniões religiosas e práticas eram, exceto em tempos de perseguição, considerados como questões indiferentes. É provável que muita da mesma liberdade era concedida aos cristãos primitivos como era dada pelos romanos para os judeus, que não eram somente permitidos, em casos ordinários, a conduzir seus cultos na sinagoga como desejassem, mas decidir assuntos de disputa entre eles, de acordo com suas próprias leis. Também é declarado que igrejas eram permitidas a posse de propriedades imobiliárias antes da profissão de Cristianismo pelo imperador.

Quando Constantino se declarou como cristão, ele expressou a relação que deveria subsistir doravante entre a igreja e o estado, dizendo a certos bispos, “Deus vos fez os bispos dos assuntos internos da igreja, e a mim o bispo de seus assuntos externos”. Desde então, este pronunciamento se tornou por toda uma grande porção da Cristandade, a fórmula permanente para expressar a relação do magistrado civil com o reino de Cristo.

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