25 maio 2016

Somos uma igreja presbiteriana

O sistema de governo presbiteriano significa que somos governados pelos presbíteros. Não somos congregacionais (onde todos decidem pelo voto direto), nem episcopais (onde apenas um superior decide sobre os demais). Somos uma igreja regida representativamente pelos presbíteros escolhidos pela igreja local sob a autoridade da Escritura Sagrada.

Segue abaixo os princípios do nosso sistema de governo:[1]
1. Cristo é a cabeça da sua Igreja e a fonte de toda a sua autoridade.
2. Esta autoridade encontra-se escrita na Escritura Sagrada, de modo que, todos têm acesso ao seu conhecimento.
3. Todos os crentes devem estar unidos entre si e ligados diretamente a Cristo, assim como os diversos membros de um corpo, que se subordinam à direção da cabeça.
4. Cristo exerce a sua autoridade em sua Igreja, por meio da Palavra de Deus e do seu Espírito.
5. O próprio Cristo determinou a natureza do governo de sua Igreja.
6. Cristo dotou tanto a membros comuns como aos oficiais da sua Igreja com autoridade, sendo que os oficiais receberam adicional autoridade, por meio da ordenação, como é requisito para realização dos seus respectivos deveres.
7. Cristo estabeleceu apóstolos para estabelecimento do seu fundamento, entretanto, eram de caráter transitório. O ofício de apóstolo cessou, mas a sua autoridade é preservada pelos seus escritos, isto é, o Novo Testamento.
8. Cristo providenciou para o específico exercício da autoridade por meio de representantes (os presbíteros docentes e regentes), a quem separou para a preservação da doutrina, adoração e disciplina na Igreja.
9. O ofício de presbítero e o termo bispo [supervisor] possuem o mesmo significado.
10. Os presbíteros têm a responsabilidade permanente de pastorear a Igreja de Cristo.
11. A pluralidade de presbíteros numa igreja local é a liderança normativa até a segunda vinda de Cristo.
12. Em cada igreja local precisa possuir uma pluralidade de diáconos, auxiliando os presbíteros, e exercendo o ministério da misericórdia.
13. A seleção dos homens deve obedecer a prescrição divina da qualificação dos oficiais (1 Tm 3:1-13 e Tt 1:5-9).
14. A admissão ao ofício deve ser pela ordenação, com oração e imposição de mãos dos presbíteros.
15. A forma de administração em cada congregação é pela representação dos presbíteros eleitos pela igreja local.
16. Em casos de dificuldades na igreja local quanto à doutrina, disciplina, culto e governo são resolvidas administrativamente pela consulta ou intervenção dos concílios superiores. Os concílios superiores deverão se guiar pela autoridade final da Escritura Sagrada para promover a pureza e unidade na verdade, a fim de que a Igreja Visível testemunhe a nossa comunhão com o nosso Cabeça, o Senhor Jesus Cristo, e o mundo saiba que somos um.

Em suma, o nosso sistema de governo é formado pela pluralidade de presbíteros. Isto significa que a igreja é governada por um concílio de presbíteros, e não por um homem ou por toda a comunidade. Por isso, o nosso sistema de governo também é chamado de conciliar, ou seja, ele possui uma estrutura formada de concílios menores, que federados formam concílios superiores.

Todos os presbíteros têm a mesma autoridade em reunião de conselho. Os pastores, que são presbíteros docentes, em discussão e voto possuem igual poder de decisão que os demais presbíteros regentes. Esta igualdade de decisão ocorre em qualquer nível conciliar, desde o Conselho da igreja local estendendo-se até o Supremo Concílio.

O Novo Testamento menciona duas funções dos presbíteros. Ronald Hanko observa que
a Escritura faz a distinção entre presbíteros regentes (1 Tm 3:4-5; 1 Tm 5:17) e presbíteros docentes (1 Pe 5:1). Todavia, isto não significa que um seja superior ao outro. Como estas passagens demonstram, não há uma distinção absoluta entre estes ofícios. Presbíteros regentes também devem ser capazes de ensinar (1 Tm 3:2), e presbíteros docentes “que se afadigam na palavra e no ensino” também governam (1 Tm 5:17).[2]

De modo complementar, os pastores também governam, e os presbíteros também pastoreiam. Os pastores são presbíteros docentes, porque se afadigam priorizando o estudo e ensino da Palavra, enquanto, os demais presbíteros são regentes, e estes têm como prioridade governar os membros e administrar o patrimônio da igreja local.

NOTAS:
[1] Adaptado parcialmente de Robert L. Reymond, A New Systematic Theology of the Christian Faith (Nashville, Thomas Nelson Publishers, 2ªed.rev., 1997) pp. 902-903, bem como de James M. Porteous, Jesus Christ King of the Church (The James Begg Society, 1999), p. 110.
[2] Ronald Hanko, Doctrine according to Godliness – A Primer of Reformed Doctrine (Grandville, Reformed Free Publishing, 2004), p. 240.
[3]

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