Nós chegamos aos ofícios ordinários. Aqui diferentes questões devem ser discutidas:
(a) A relação que os ofícios de ancião (presbítero) e bispo ou superintendente (episkopos) mantêm um com o outro, e se é um e o mesmo ofício.
(b) A relação em qual o ofício de pastor (poimēn) é nos dois mencionados (a); isto é, se dentro do presbiterato há uma distinção entre aqueles que são pastores e aqueles que não são pastores. (c) A questão relativa ao ofício de mestre e se este era um ofício particular, distinto do ofício de pastor. (d) A questão concernente ao ofício de diáconos e diaconisas. (e) A questão acerca do chamado aos ofícios e a forma como alguém é investido no ofício.
a) A relação entre o episcopado e o presbiterato. Os que advogam o sistema episcopal dizem que os dois ofícios de bispo e presbítero são diferentes. Os bispos são superiores aos presbíteros. Eles têm o poder de ordenar e governar os presbíteros. Estes não podem se ordenar. Há quem vá mais longe, como vimos, e faz dos bispos os sucessores dos apóstolos. Em antítese, postulamos a tese: o bispo e o presbítero, o superintendente e os anciãos indicam plenamente o mesmo ofício. Um superintendente é um ancião e um ancião é um superintendente. Se houvesse uma distinção no presbiterato e no ofício de supervisão, isso não teria nada a ver com o duplo nome. Nomeiam-se os dois tipos de anciãos tanto para os supervisores como os presbíteros. É relatado que Paulo (Atos 20:17) convocou os anciãos da igreja de Éfeso e depois, referiu-se a eles como superintendentes (20:28). Em Filipenses 1:1, os supervisores aparecem ao lado dos diáconos, como em outros lugares os anciãos estão ao lado dos diáconos (veja também 1 Tm 3: 2 com 3: 8); “Que você deve nomear anciãos de cidade em cidade” (Tt 1: 5) e “um superintendente deve ser reprovado” (1:7). Consequentemente, nada é mais claro do que a identidade desses dois ofícios. A única diferença reside nesses dois pontos: ancião (presbítero) é um termo judaico derivado da sinagoga, e que foi administrada pelos homens mais velhos; o supervisor (episkopos) é um termo grego. Ancião refere-se à dignidade do ofício, supervisor é o seu trabalho.
b) A segunda das questões acima diz respeito à distinção dentro do próprio presbiterato. Havia dois tipos de anciãos? Parece que em 1 Timóteo 4:14, havia uma pluralidade de anciãos numa mesma igreja, e que eles formavam uma equipe, um colegiado, um “presbitério”, eram “anciãos”. Em 1 Timóteo 5:17, parece que havia anciãos que trabalhavam na Palavra e no ensino, e também anciãos que não estavam ocupados com tal trabalho. A distinção entre anciãos docentes e anciãos regentes baseia-se nisso.
Teremos que pensar sobre o assunto da seguinte forma. Originalmente toda a ênfase acerca do ancião recaiu sobre o governo, mantendo a supervisão. A razão para isso foi que o ofício extraordinário de profecia e o extraordinário dom (charismata) em geral, bem como a presença contínua dos apóstolos e evangelistas tornaram a necessidade de um ofício ordenado de mestre menos visível. Os anciãos podiam ensinar e falar a Palavra, mas havia outros além destes que também ensinavam e profetizavam na congregação. Mais tarde, quando os dons extraordinários diminuíram, surgiu a necessidade de um ofício normativo de mestre. Nas epístolas pastorais de Paulo, isso aparece como uma estrutura estabelecida. Ainda assim, parece-nos que isso deriva muito das informações que argumentam que todos os anciãos não eram livres para atuarem no ensino na congregação. Somente tem-se esta certeza: havia um número de anciãos que tinham o dever específico de ensinar. Os outros poderiam a liberdade, mas eles não teriam o dever. Por isso, de fato, a distinção reformada entre dois tipos de anciãos é legitimada em princípio.
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Um comentário:
que exegese, deste mundo ou do porvir, consegui tirar de 1Tm 5.17, dois oficios destintos no presbiterato?
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