Por John R.W. Stott
I. Escolha seu texto
A. É melhor confiar em estudos expositivos do livro para a sólida dieta de seu povo, porque isto assegurará de que eles receberão “todo o conselho de Deus”.
B. Contudo, o seguinte pode ser ocasiões para sermões especiais:
1. Ocasiões especiais do calendário: Natal, Páscoa, etc.
2. Circunstâncias externas especiais que estão na mente pública.
3. Necessidades especiais discernidas pelo pregador ou por outros.
4. Verdades que têm especialmente inspirado o pregador.
C. Mantenha um caderno para escrever idéias para sermões, percepções, apreensões, ilustrações, etc. Registre-os imediatamente sempre que eles vieram à mente, porque você geralmente esquecê-los-á mais tarde.
II. Medite sobre o texto
A. Sempre que possível, planeje os textos semanas ou meses antecipadamente. Isto dá o benefício da “incubação subconsciente”.
B. A “incubação” concentrada deve iniciar pelo menos uma semana antes da pregação. Deve envolver o seguinte:
1. Ler, re-ler, e re-re-ler o texto.
2. Estar certo de que você compreende o que ele significa. Faça o seu próprio trabalho interpretativo. Não use comentários até que você tenha formulado as questões interpretativas específicas que você foi incapaz de responder, ou até que você tenha completado seu trabalho interpretativo.
3. Considere detenidamente como ele se aplica ao seu povo, à cultura, a você, etc.
4. Ore a Deus para iluminar o texto, especialmente sua aplicação.
5. Escreva notas de pensamentos, idéias, etc.
6. Solicite as percepções de outros através de fitas, conversando com outros pregadores, etc.
III. Isole o pensamento dominante
(Este é o propósito da seção II.)
A. Seu sermão deve transmitir somente uma mensagem principal. Todos os detalhes de seu sermão devem ser organizados para ajudar seu povo a captar esta mensagem e sentir seu poder.
B. Você deve ser capaz de expressar o pensamento dominante em uma curta, clara e vívida sentença.
IV. Arranje seu material para servir ao pensamento dominante
A. Esculpa e modele seu material. Descarte implacavelmente todo material que é irrelevante para o pensamento dominante. Subordine o material restante ao pensamento dominante usando este material para iluminar e reforçar o pensamento dominante.
B. A estrutura de seu sermão deve ser adaptada ao texto, não artificialmente imposta. Evite a estrutura que é muito destra, proeminente ou complexa.
C. Decida sobre seu método de pregação para este texto: argumentação, facetação, categorização, analogia, etc.
D. Escolha cuidadosamente palavras que sejam precisas, simples, claras, vívidas e honestas. Escreva as seções chaves, frases e sentenças para ajudá-lo em sua escolha da palavra. Prenda-se às sentenças declarativas e interrogativas com poucas, se alguma, cláusulas subordinadas.
E. Sugira ilustrações e exemplos que explanem e convençam. Empregue uma larga variedade: figuras de linguagem, imagens, recontando histórias bíblicas em linguagem contemporânea, inventando novas parábolas, recontando histórias verdadeiras e/ou eventos biográficos, etc. Mantenha um fichário destes, especialmente se eles não lhe vêem facilmente. Evite fazer ilustrações e exemplos tão proeminentes que eles diminuam o pensamento dominante. Também, evite aplicá-los inapropriadamente ou exageradamente.
V. Adicione a introdução e conclusão
A. A introdução não deve ser elaborada, mas suficiente para estimular sua curiosidade, para molhar seus apetites e para introduzir o pensamento dominante. Isto pode ser feito por uma variedade de meios: explanando o cenário da passagem, história, o evento ou assunto atual, etc.
B. A conclusão não deve ser meramente recapitular seu sermão – ela deve aplicá-lo. Obviamente, você deve aplicá-lo durante todo o tempo, mas você deve guardar algo para o fim que persuadirá seu povo a fazer algo. “Nenhuma intimação, nenhum sermão”. Pregue tanto para a cabeça como para o coração (isto é, vontade). O objetivo do sermão deve ser “atacar a fortificação da vontade e capturá-la para Jesus Cristo”. O que você quer que eles façam? Empregue uma variedade de métodos para fazer isto:
1. Argumento: antecipe objeções e refute-as.
2. Admoestação: advirta das conseqüências da desobediência.
3. Convicção Indireta: desperte a indignação moral e então a volte para eles (Natã e Davi).
4. Imploração: aplique as gentis pressões do amor de Deus, o interesse pelo seu bem-estar e as necessidades de outros.
5. Visão: pinte uma figura do que é possível através da obediência a Deus nesta área.
VI. Escreva sua mensagem e ore por ela
A. Escrever seu sermão lhe força a pensar francamente e suficientemente. Expõe o pensar preguiçoso e o cura. Depois que você estiver perfeitamente familiarizado com seu esboço, reduza-o a pequenas notas.
B. Ore a Deus para lhe capacitar para “tanto possuir a mensagem, que a mensagem o possua”.
NOTA: Este esboço foi condensado a partir de John R. W. Stott, Between Two Worlds (Grand Rapids: Eerdmans Publishing Co., 1982), pp. 211-216.
Revisado por Ewerton B. Tokashiki
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