O Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil em sua última reunião, em Julho, decidiu sair da AMIR - Aliança Mundial das Igrejas Reformadas. Talvez, alguém que esteja descontextualizado se pergunte, porque a IPB, sendo uma denominação histórico e teologicamente "reformada" deixou a AMIR? A resposta é simples, porque embora as denominações que participem da AMIR descendam historicamente da Reforma calvinista, abandonaram a sua identidade doutrinária realmente reformada. Muitos deles poderiam ser classificados como adeptos da teologia feminista e da teologia da libertação, Bultmannianos, Tillichianos, e principalmente Barthianos, mas não calvinistas!
Após ler o artigo[1] da colunista Letícia Ferreira fornecendo uma descrição fiel aos fatos da “24ª Assembléia Geral da Aliança Mundial de Igrejas Reformadas” (AMIR) qualquer um ficaria estarrecido com o seu teor! Ciente de que a apostasia doutrinária, de vários grupos intitulados reformados, têm se tornado uma realidade cada vez maior, é preocupante que se torne também cada vez mais próxima de nós presbiterianos brasileiros.
Deveríamos continuar participando desse banquete pagão e celebrar a comunhão dos que ceiam a comida sacrificada aos ídolos? Nesse caldeirão onde se encontram as mais diversas tendências teológicas neo-ortodoxas, sendo apresentadas com naturalidade, exigindo tolerância ao pecado e, redefinindo o amor cristão como adoção dum pluralismo confessional e sexual, devemos gritar com eloqüência profética “há veneno na panela”!
As fotos da 24ª Assembléia Geral da AMIR podem ser usadas para descrever eventos totalmente diferentes daquilo que chamamos de cristãos. A foto do púlpito (pág. 14) assemelha-se a um altar de Umbanda. O arco-íris cobrindo os participantes do congresso parece mais um encontro da “Parada Gay” (pág. 15). O que seria a celebração da Santa Ceia é um ritual da Nova Era. Mas fazer da cruz um manequim de mãe-de-santo já é o cúmulo do absurdo!
Qual seria a explicação que devo dar àqueles que conhecendo o compromisso teológico da AMIR, me questionam acerca do propósito da participação da IPB nela? Membros da igreja que pastoreio ficaram horrorizados! Alunos de seminários ficaram confusos! Se somos uma denominação confessional calvinista, e creio, que seja num sentido estrito do termo. Se somos conservadores, crendo que a Escritura Sagrada é a Palavra de Deus, padrão absoluto de verdade, única regra de fé e prática. Se somos uma igreja que tem procurado encontrar-se fiel e pura, tanto em doutrina como na prática. Se somos chamados pela graça para pregar acerca do Deus Santo, que odeia o pecado e ama o pecador, chamando-o ao arrependimento e fé em Cristo Jesus e, que nos santifica pela obra do seu Espírito Santo. Então, abertamente, eu mesmo pergunto: o que estaríamos fazendo no meio da AMIR?
O que procuramos na AMIR? Perdemos alguma coisa essencial para reencontrar ali? Está nos faltando alguma coisa que somente eles podem dar? Somos tão ignorantes que apenas eles têm o melhor ensino para passar-nos? Para quem não entendeu ainda, faço uma declaração bastante sincera, saímos desse meio, porque tem veneno na panela.
Rev. Ewerton Barcelos Tokashiki
Nota:
[1] Jornal Brasil Presbiteriano, Outubro de 2004. Ano 46/ No. 601, pp. 14-15
2 comentários:
Rev. Tokashiki,
Tudo bem? Que saudades! De fato, entendo perfeitamente que era necessário sair da AMIR. Já era tempo. O argumento de manter a IPB para fazer a diferença lá, é meio estranho, principalmente porque existem poucas representações deixando a voz dos verdadeiramente fiéis a Fé Reformada se torne abafada diante de um mar enorme de liberais. É perder tempo e trabalho.
Abraços de seu colega de turma (JMC)
Rev. Emerson Baran
oi Rev. Emerson Baran
Que saudade! Fico feliz de você aparecer e dar a sua opinião. Poucos colegas da nossa turma mantenho contato. Mas, todos lembro com muito carinho.
Abraços
Pr Ewerton B. Tokashiki
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