O historiador batista A.H. Newman, que é favorável à ordenação feminina, observa sem fundamentada evidência que “aparentemente reconhecidas no Novo Testamento, [as diaconisas] reaparecem nas igrejas neste período [século IV]. As suas funções eram orar, e ministrar aos religiosos e necessidades circunstanciais das mulheres. Elas eram rigorosamente excluídas do serviço ‘do altar’”.[1] É necessário fazer algumas observações nesta declaração de Newman. O fato das viúvas serem “rigorosamente excluídas do serviço ‘do altar’”, indica que elas eram assistentes nas necessidades da igreja, e não líderes. O historiador interpreta que as diaconisas “reaparecem nas igrejas neste período”. Todavia, não há evidência histórica que explique esta lacuna de ausência na ordenação de diaconisas entre o primeiro e o início do quarto século.
Quando observamos o surgimento das diaconisas do século IV podemos concluir que a sua origem vem da ordem das viúvas que Paulo menciona em 1 Tm 5:9-12. Como muitas práticas se corromperam e cristalizaram com o decorrer dos séculos, é possível que o mesmo tenha ocorrido com as “verdadeiras viúvas”. A liderança assumiu uma hierarquia no governo da Igreja e nas funções litúrgicas. O surgimento de bispos, subdiáconos, acólitos, e diaconisas evidenciam a criação de ofícios e funções estranhos à liderança existente no Novo Testamento. É mais provável que o ofício de diaconisas nunca existiu entre a liderança da Igreja primitiva vindo a estabelecer-se apenas no início do quarto século.
Nota:
[1] A.H. Newman, A Manual of Church History (Philadelphia, The American Baptist Publication Society, 1933), vol. 1, pp. 293-294.
Rev. Ewerton B. Tokashiki
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