19 maio 2009

Implicações do Livre Arbítrio

De acordo com e esquema do livre-arbítrio, o Senhor tem boas intenções, mas precisa aguardar como um servo, a iniciativa de sua criatura, para saber qual é a intenção dela. Deus quer o bem e o faria, mas não pode, por causa de um homem indisposto, o qual não deseja que sejam realizadas as boas coisas de Deus.

O que os senhores fazem, senão destronar o Eterno e colocar em seu lugar a criatura caída, o homem? Pois, de acordo com essa teoria, o homem aprova, e o que ele aprova torna-se destino. Tem de existir um destino em algum lugar; ou é Deus ou é o homem quem decide. Se for Deus Quem decide, então Jeová se assenta soberano em seu trono de glória, e todas as hostes Lhe obedecem, e o mundo está seguro. Em caso contrário, os senhores colocam o homem em posição de dizer: “eu quero” ou “eu não quero”. “Se eu quiser, entro no céu; se eu quiser, desprezarei a graça de Deus. Se quiser, conquistarei o Espírito Santo, pois sou mais sou mais forte do que Deus e mais forte que a onipotência. Se eu decidir, tornarei ineficaz o sangue de Cristo, pois sou mais poderoso que o sangue, o sangue do próprio filho de Deus. Embora Deus estipule seu propósito, me rirei desse propósito; será o meu propósito que fará o dEle realizar-se ou não” Senhores, se isso não é ateísmo é idolatria; é colocar o homem onde Deus deveria estar.

Eu me retraio, com solene temor e horror diante dessa doutrina que faz a maior das obras de Deus – a salvação do homem - depender da vontade da criatura, para que se realize ou não. Posso e hei de me gloria neste texto da palavra, em seu mais amplo sentido: “Assim, pois, não depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia”(Rm 9.16).

Charles H. Spurgeon

3 comentários:

Eduardo Medeiros disse...

Quem sou eu para discordar do "príncipe dos pregadores" mas deixo aqui algumas observações.
1 - sempre que nos fechamos e não permitimos diálogo com o que está "fora", tornamo-nos reféns de um sistema de pensamento. No caso aqui, tanto o calvinismo quanto o arminianismo.
2- em minha opinião, o calvinismo põe o homem como um ser que não pensa, não age, não é capaz de escolher seguir ou não a Jesus, a não ser que Deus o "programe" para isso. conheço relativamente bem todos os argumentos calvinistas e ainda assim, creio que essa teologia, faz de Deus um soberano que não reina. O texto diz:"...o mundo está seguro", aludindo à soberania de Deus. Mas o mundo está seguro? A soberania de Deus serve prá que? O mundo não está seguro, pelo contrário: e Deus na sua soberania não é capaz de evitar tantas tragédias tanto naturais quanto provocadas pelo homem. Quer dizer então que Deus só é soberano para salvar os eleitos que ele quiser e deixar o resto queirmar no inferno, mas não é capaz de melhorar e proteger mais um pouquinho o mundo?
3 - a teologia arminiana por sua vez, também faz de Deus um soberano que não governa, pois a última palavra é sempre do homem.
4 - concluindo, são duas teologias excludentes, e quando dois sistemas de pensamento são totalmente excludentes, é bem provável que nenhum dos dois seja verdadeiro.
espero ter contribuido para a reflexão dos leitores. parabéns pelo excelente bloger.

Matheus Fernandes disse...

A Soberania de Deus é compatível com o livre-arbítrio. Deus não se torna servo do ser humano, ele apenas respeita a escolha da sua criação: quer que ele deseje se tornar filho, quer que ele deseje rejeitá-lo.

A prerrogativa no sinergismo, está com Deus. Ele é quem converte o homem, João 6. Ele é quem o capacita-o para fazer a suas escolhas (é isto que o arminianismo ensina).

Matheus Fernandes disse...

A Soberania de Deus é compatível com o livre-arbítrio. Deus não se torna servo do ser humano, ele apenas respeita a escolha da sua criação: quer que ele deseje se tornar filho, quer que ele deseje rejeitá-lo.

A prerrogativa no sinergismo, está com Deus. Ele é quem converte o homem, João 6. Ele é quem o capacita-o para fazer a suas escolhas (é isto que o arminianismo ensina).