Como presbiterianos subscrevemos os Padrões de Westminster. Todos os membros ao serem recebidos, ou os oficiais da nossa denominação ao serem ordenados ou instalados em seu exercício de mandato, é requerido em seus votos de ordenação crêr na suficiência das Escrituras Sagradas [sola scriptura - única regra de fé e prática, ou seja, não submissão a tradição, à leis humanas ou qualquer espécie de novas revelações] e, subscrever os documentos doutrinários de Westminster. Todos verbalmente se comprometem, e publicamente assumem o solene compromisso de ensinar, defender e viver a nossa herança Reformada. Todavia, a ética é evidenciada com incoerência. Não poucos desdizem na prática, quando não pelo ensino cousas contrárias ao que cremos e confessamos. Isto é triste, vergonhoso e motivo de confusão em nosso arraial presbiteriano. Por isso, não vejo verdadeira paz neste contexto disseminado em várias regiões de nossa pátria.
Uma doutrina claramente ensinada na Confissão de Fé de Westminster é a da cessação dos "dons revelacionais", isto é, os dons de línguas e profecias. Cremos que os dons de serviço destinam-se à edificação da Igreja, e são para hoje. Todavia, os meios revelacionais cessaram com o fechamento do cânon das Escrituras. Ao consumar a escrita do livro de Apocalipse, Deus cessa a continuidade da comunicação da revelação verbal que iniciou a escrever em Moisés (Ap 22:18-19). Ele não mais concede outras revelações além daquela que se encontra na Escritura. Os meios revelacionais alcançam o seu propósito e findam a sua utilidade. Leiamos o que declara a Confissão de Fé de Westminster no capítulo I, no parágrafo 1 que
Ainda que a luz da natureza e as obras da criação e da providência de tal modo manifestem a bondade, a sabedoria e o poder de Deus, que os homens ficam inescusáveis, contudo não são suficientes para dar aquele conhecimento de Deus e da sua vontade necessário para a salvação; por isso foi o Senhor servido, em diversos tempos e diferentes modos, revelar-se e declarar à sua Igreja aquela sua vontade; e depois, para melhor preservação e propagação da verdade, para o mais seguro estabelecimento e conforto da Igreja contra a corrupção da carne e malícia de Satanás e do mundo, foi igualmente servido fazê-la escrever toda. Isto torna indispensável a Escritura Sagrada, tendo cessado aqueles antigos modos de Deus revelar a sua vontade ao seu povo (Ref. - Sl 19:1-4; Rm 1:32 e 2:1, e 1:19-20 e 2:14-15; 1 Co 1:21 e 2:13-14; Hb 1:1-2; Lc 1:3-4; Rm 15:4; Mt 4:4, 7, 10; Is 8:20; 1 Tm 3:I5; 2 Pe 1:19).
Temos a Escritura Sagrada e ela é suficiente para nos revelar, salvar, orientar, determinar, corrigir, educar segundo o santo propósito de Deus (2 Tm 3:16-17). Não necessitamos de nada além das Escrituras. Também não podemos submeter a nossa consciência a nada que além, contrário ou intencionando substituir a Escritura Sagrada, como inequívoca PALAVRA DE DEUS. Somente a Escritura é a Palavra de Deus. Isto significa sola scriptura!
Negar a obra do Espírito Santo é algo perigoso, mas atribuir à Ele o que não Lhe pertence é gravíssimo, porque é colocar mentira na boca do Senhor! (Jr 23:9-40; Ez 13:1-16; Gl 1:6-9). Por isso, temo e tremo agir contra o Senhor Deus. É fato que o falso não pode anular o que é verdadeiro, mas, o falso mesmo tendo aparência de verdade continuará sempre sendo mentira (2 Ts 2:7-12).
Esta carta não se dirige a um destinatário especifíco. Ela é uma carta aberta. Mas tenciona somente recordar o nosso compromisso, identidade e fidelidade aos votos realizados em nossa aceitação como membros, e duplamente por aqueles que se tornaram oficiais da IPB. Assim, não desejo provocar contenda, mas esclarecimento, paz e edificação contra toda confusão que seja causada em nosso arraial presbiteriano. Espero não errar em lembrar aos irmãos no que cremos.
Por isso, declaro sola scriptura, sola gratia, sola fide, solo christos, soli Deo gloria, aqui permaneço e firmo a minha consciência, levando-a cativa sob a autoridade exclusiva da Escritura Sagrada, a única revelação da Palavra de Deus preservada para o nosso conforto eterno.
Seu servo, em Cristo o Senhor da Igreja.
Rev. Ewerton B. Tokashiki,
Pastor da Igreja Presbiteriana de Porto Velho - Porto Velho/RO.
Professor de Teologia Sistemática do SPBC - Extensão Ji Paraná/RO.
5 comentários:
Graça e paz.Depois de uma breve visita,quero te parabenisar, muito bom seu blog com certeza voltarei novamente.sim também passo a seguir.um abraço Deus continue te abençõando.
Graça e Paz. Meu contato é para parabenizá-lo pelo edificante blog.Que Deus continue te abençoando e sua vida continue servindo para o bem da igreja de Cristo.
Tenho também um blog onde procuro postar textos de teologia e filosofia.O endereço é:
http://exposicaoteologica.blogspot.com/
Rev.Adriano carvalho.
Gostei da maneira clara e direta que escreve. Sobre a necessidade de honrarmos nosso entendimento bíblico e reformado a respeito dos dons revelacionais. Dos votos assumidos nos nossos batismos e ordenações.
Um abraço, em Cristo nosso Senhor.
QUERO PARABENIZÁ-LO PASTOR PELO ZÊLO DAS ESCRITURAS, TENHO FÉ REFORMADA. MAS ACHO QUE FALTA A VOCÊS A ALGUNS PASTORES PRESBITERIANOS, EXPERIÊNCIA COM O ESPÍRITO SANTO, VOCÊS QUASE QUE DEMONIZAM A AÇÃO SOBRENATURAL DO ESPÍRITO SANTO, SERÁ QUE MILHÕES DE PESSOAS QUE TEM ATUALIDADE DOS DONS ESTÃO COM ESPIRITOS ENGANADORES? E SÓ A RAZÃO FILOSOFICA E RACIONAL ESTÁ CERTA? SERÁ QUE O QUE ESTÁ PROMETIDO DESDE OS PROFETAS A.T E O QUE É CLARO NO N.T QUE CULMINARÁ NOS FINS DOS TEMPOS NÃO É VERDADE? O ESPÍTITO SANTO SÓ PODE AGIR NOS DONS MINISTERIAIS? E A PARTICULARIDADE DO INDIVIDUO O ESPÍRITO SANTO NÃO PODE USAR PROFETA DO MEIO DO POVO? OU TERÁ QUE USAR SÓ CLERO NOVAMENTE?
PERDOE PASTOR, E TAMBÉM SOU PASTOR, AMO AS ESCRITURAS, E A MESMA ME REVELA QUE O ESPIRITO SANTO LEVANTA QUEM QUER E DERRAMA SEUS DONS NO SEIO DA IGREJA.
Welinton Mota, o Rev. Ewerton B. Tokashiki, não está demonizando a ação do Espírito Santo, pelo contrário, está lutando contra as falsas manifestações.. tenho visto muitas falsas profecias, na verdade todas que já vi eram falsas, como o tempo se desmentiram.. as escrituras são claras quanto ao cessacionismo.. Não vejo que as pessoas estão com "espíritos enganadores", mas levadas pelo emocionalismo que aflige a igreja dos nossos dias.. Graça e paz!!!
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