02 maio 2013

Sola Scriptura – A ÚNICA FONTE E REGRA DE AUTORIDADE


O presbiterianismo possui o seu sistema doutrinário centrado na Escritura Sagrada. Ela se preocupa em ser regulada pela Palavra de Deus. Desde a Reforma do século XVI foi ensinada a doutrina da sola Scriptura – ou seja, que a Escritura é a única fonte e regra de autoridade. Isto significa que a base da nossa doutrina, forma de governo, culto e práticas eclesiásticas não está no tradicionalismo, no racionalismo, no subjetivismo, no relativismo, no pragmatismo, ou no pluralismo, mas extraída e fundamentada somente na Escritura Sagrada, por que cremos que somente ela é a verdade absoluta revelando a Sua vontade. Em outras palavras, somente a Escritura é a Palavra de Deus.

Cremos que a Palavra de Deus registrada no Antigo e no Novo Testamento, sendo escrita por autores humanos, foi inspirada por Deus (2 Tm 3:16) garantindo a sua inerrância, autoridade, suficiência e clareza. O processo de comunicação de Deus até nós ocorreu da seguinte forma: sabemos que absolutas verdades existem na mente de Deus, e que através da revelação elas vieram à mente do escritor original, assim na inspiração esta revelação registrou-se em Escritura: a Palavra de Deus em palavras humanas. Com a preservação dos manuscritos temos os textos atuais que precisam ser criteriosamente comparados para termos o que foi originalmente escrito pelos autores. Pela tradução obtemos as nossas versões que procuram transmitir fielmente o significado essencial do texto original, e estas traduções passam por contínuas revisões devido a dinâmica de cada idioma. Por fim, através da interpretação a verdade chega a mente do leitor representando proposicionalmente a verdade original da mente de Deus.

A Escritura Sagrada é a autoridade suprema em que todas as questões doutrinárias e eclesiásticas devem ser decididas (Dt 4:2). Esta doutrina é importantíssima para a purificação da Igreja. Tudo o que nela não se lê, nem por ela se pode provar, não deve ser exigido de pessoa alguma que seja crido como artigo de Fé ou, julgado como exigência ou, necessário para a salvação. Na Bíblia o homem encontra tudo o que precisa saber, e tudo o que necessita fazer a fim de que seja salvo, e viva de modo agradável a Deus, servindo e adorando-O (2 Tm 3:16-17; 1 Jo 4:1; Ap 22:18). Somente a Escritura Sagrada é autoridade absoluta para definir as nossas convicções, porque apenas nela encontramos a verdadeira sabedoria do alto. Ela rege as nossas decisões e molda o nosso comportamento, como também determina a qualidade dos nossos relacionamentos.

3 comentários:

Adeilton Dutra disse...

Rev. Ewerton,

Posso fazer uma pergunnta senhor Ewerton, onde a Bíblia ensina isto? (solascriptura)

Fico no aguardo.

Paz e bem.

Ewerton B. Tokashiki disse...

Toda a Escritura foi nos entregue para somente nela e por ela conheçamos a Palavra de Deus. Ap 22:18-20.

Adeilton Dutra disse...

Permita-me discosdar,
Eu já fui presbiteriano,mas a doutrina do "solascriptura" é muita subjetiva,por exemplo; cada seita diz que sua doutrina está baseado na Bíblia, é o caso dos testemunhas de Jeová, dos adventistas, dos pentecostais, dos Batistas, dos Presbiterianos, dos congregacionais, dos metodistas, dos arminianos, dos calvinistas, dos neo-pentecostais, dos mormons, e mais de 50.000 seitas que existem hoje, cada uma se contradizendo e se condenando uma as outras, cada uma querendo provar pela Bíblia sua doutrina.

uns batizam crianças(presbiterianos) outros dizem que é errado(batistas),uns guardam o sábado(adventistas), outros dizem que é errado, uns dizem que Jesus não é Deus(Tjs)outros dizem que sim,e agora cada um quer provar pela Bíblia?
veja o que Vicente de Lerins disse a respeito de tantas interpretações:


“Perguntando eu com toda a atenção e diligência a numerosos varões, eminentes em santidade e doutrina, que norma poderia achar segura para distinguir a verdade da fé católica da falsidade da heresia, eis a resposta constante de todos eles: quem quiser descobrir as fraudes dos hereges nascentes, evitar seus laços e permanecer íntegro na sadia fé, há de resguardá-la, sob o duplo auxílio divino: primeiro, com a autoridade da lei divina e segundo com a tradição da Igreja católica. Ao chegar a este ponto, talvez pergunte alguém: sendo perfeito como é o cânon das Escrituras e suficientíssimo por si só para todos os casos, que necessidade há de se acrescentar a autoridade da interpretação da Igreja? A razão é que, devido à sublimidade da Sagrada Escritura, nem todos a entendem no mesmo sentido, mas cada qual interpreta à sua maneira as mesmas sentenças, de modo a se poder dizer que há tantas opiniões quantos intérpretes. De uma maneira a expõe Novaciano, diversamente Sabélio, Donato, Ário, Eunômio, Macedônio; de outra forma Fotino, Apolinário, Prisciliano; de outra, ainda, Joviniano, Pelágio, Celéstio ou Nestório. Portanto, é necessário que, em meio a tais encruzilhadas do erro, seja o sentido católico e eclesiástico o que assinale a linha diretriz na interpretação da doutrina dos profetas e apóstolos. E na própria Igreja Católica deve-se procurar a todo custo que nos atenhamos ao que, em toda a parte, sempre e por todos foi professado como de fé, pois isto é próprio e verdadeiramente católico, como o diz a índole mesma do vocábulo, que abarca a globalidade das coisas. Ora obtê-lo-emos se seguirmos a universalidade, a antigüidade e o consentimento. Pois bem: seguiremos a universalidade se professarmos como única fé a que é professada em todo o orbe da terra pela Igreja inteira; a antigüidade, se não nos afastarmos do sentir manifesto de nossos santos pais e antepassados; enfim, o consentimento, se na mesma antigüidade recorrermos às sentenças e resoluções de todos ou quase todos os sacerdotes e mestres”

(Vicente de Lérins, +450, Comonitório)