10 fevereiro 2015

Deontologia

A deontologia (do grego deon, aquilo que é obrigatório) é, em geral, o estudo da obrigação moral, e em concreto de um tipo específico de teoria da obrigação. Em contraste com as teorias consequencialistas da obrigação, as deontológicas sustentam que os atosnão são bons ou maus devido simplesmente a suas consequências boas ou más. Entretanto, os atos são, ou não, cumprimento do dever e o dever não é determinado plenamente em termos de suas consequências.

As teorias deontológicas diferem no que se refere a qual é o fundamento do dever: para alguns é a vontade de Deus; para outros a racionalidade como tal; para outros os deveres carecem de fundamento, sendo realizados arbitrariamente. As teorias também discrepam sobre até que ponto a obrigação é independente das consequências. Para Kant as consequências eram irrelevantes para a obrigação ("cumpre com o teu dever ainda que o mundo se acabe!"), enquanto que W.D. Ross (1877-1940) defendia que as consequências eram somente um fator entre muitos dos relevantes para a obrigação. As teorias deontológicas foram elaboradas pela congruência com as intuições morais das pessoas normais, incluindo aquela de que "o fim nem sempre justifica os meios". Elas são criticadas para dar a impressão de que a obrigação moral é arbitrária ou inexplicável, e por viciar os incentivos para agir de uma forma moral.


M.T. Nelson, "Deontología" in: David Atkinson & David H. Field, orgs., Diccionario de Ética y Teología Pastoral (Barcelona, Editorial CLIE, 2004), p. 426.

Nenhum comentário: