14 outubro 2017

William Greenough Thayer Shedd (1820-1894)

por M. A. Noll[1]

William Shedd foi o maior sistematizador, depois de Charles Hodge, da teologia calvinista americana entre a Guerra Civil e a Primeira Guerra Mundial. O seu pai foi um ministro congregacional que encorajou a sua educação na Vermont University e no Andover Theological Seminary. Em Vermont, Shedd estudou aos pés de James Marsh, que o encorajou a ler Platão, Kant e Coleridge, um trio de autores que mantiveram uma influência em sua teologia pelo resto de sua vida. Shedd serviu, por um breve período, como ministro congregacional em Vermont. Ensinou inglês na Vermont University, retórica sagrada no Auburn Theological Seminary e história da igreja em Andover, antes de assumir o serviço ministerial, como pastor-auxiliar na Brick Presbyterian Church, em Nova Iorque. Em 1863 ele se tornou um professor de Bíblia e teologia no Union Theological Seminary, em Nova Iorque, onde permaneceu por mais de trinta anos.

A obra mais conhecida, dentre as muitas de Shedd, foi a Dogmatic Theology,[2] publicada originalmente em três volumes, entre 1888 a 1894. Como a Teologia Sistemática[3] (1872–73) de Hodge, o manual de teologia sistemática de Shedd defende o “alto Calvinismo” da Confissão de Westminster contra o arminianismo, o catolicismo romano e o racionalismo moderno. Shedd não foi tão abrangente quanto Hodge no tratamento das várias divisões da teologia, mas ele incorporou aspectos do pensamento moderno em sua obra mais do que Hodge ou quase qualquer outro conservador de sua geração, especialmente ideias de desenvolvimento histórico. Novamente ele foi incomum em sua confiança sobre a história do Cristianismo como um antídoto para os ensinos medíocres, quer antigos, quer modernos. Para ele, Atanásio sobre a Trindade, Agostinho sobre a natureza do pecado, Anselmo sobre a existência de Deus e os reformadores sobre a salvação, eram mais do que capazes de delinear os contornos da ortodoxia. Ele sabia que a tradição agostiniana-calvinista carregava amplos recursos bíblicos, teológicos e filosóficos para suportar o teste do tempo.

Os interesses de Shedd se estenderam bem além da teologia, abrangendo a literatura, a história da igreja, a homilética e o comentário bíblico. Ele publicou obras em cada uma dessas áreas. Testificou o seu interesse na ideia do desenvolvimento histórico orgânico ao publicar Lectures on the Philosophy of History, em 1856, e editando as obras completas de Samuel Taylor Coleridge, publicada em sete volumes, em 1853.

NOTAS:

[1] J. De Witt, “William Greenough Thayer Shedd,” PRR 6:295–332. Traduzida por: Felipe Sabino de Araújo Neto e revisada por Ewerton B. Tokashiki.
[2] Encontra-se disponível uma nova edição com notas, num único volume. Alan W. Gomes, ed., William G.T. Shedd, Dogmatic Theology (Phillipsburgh, P&R Publishing, 3ª ed., 2003). Nota do revisor.
[3] Publicada pela Editora Hagnos. Nota do revisor.

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