23 fevereiro 2018

Um breve e-mail ao Pr Gnésio Carismato

[o e-mail e o pastor são fictícios]

Meu querido Rev Gnésio Carismato

Quanta saudade!

É triste morarmos tão longe um do outro e não podermos, de vez em quando, beber um cafezinho acompanhado de pães de queijo. Os meus filhos sentem falta de seus “causos” e aquelas boas piadas que você conta tão bem.

Meu nobre irmão resolvi enviar este e-mail a fim de falar, com temor e tremor no Senhor, acerca de algo que você anda escrevendo. Recentemente li algumas de suas cartas na internet e tenho tirado bom proveito delas. Entretanto, preciso observar que embora elas gotejem alguma sabedoria e instruam a muitos em linhas gerais, parece-me que quem conhece o contexto de alguns assuntos nestes escritos, na verdade soam como desabafos de mágoas não resolvidas, e desafetos que ainda incomodam os seus pensamentos. Talvez, seja apenas uma errônea impressão minha, mas outros leitores têm a mesma percepção. Admiro-o, e não gostaria que as pessoas o lessem, lendo as entrelinhas, e percebendo que, às vezes, o amor cristão está ausente. E pior, que você está atacando, envergonhando, desmoralizando e matando a reputação de irmãos que poderiam ser corrigidos numa conversa franca, conforme nos instruí o Senhor Jesus em Mt 18.

Mas você também poderia ponderar que, talvez, a sua opinião esteja errada, e você se faz reprovado ao condenar o que pode ser verdadeiro. Afinal, somos uma igreja confessional, e este é o critério objetivo para julgar questões doutrinárias e morais, práticas litúrgicas, tradições ou inovações. Os padrões de fé são a norma normata, e nós juramos, em nossa ordenação, subscrição integral a estes documentos. Declaramos vigorosamente "sim" quando questionados se "2º. Vocês recebem e adotam a Confissão de Fé e os Catecismos desta Igreja como fiel exposição do sistema de doutrina ensinado nas Santas Escrituras?". Somos confessionais, então, pratiquemos a subscrição confessional.

Preocupo-me com a sua boa reputação, porque você é alguém muito querido ao meu coração. Meu irmão, se há alguma mágoa, algum pecado que precisa ser confessado, odiado e rejeitado, então o faça. Faça-o primeiro diante do Senhor, e se for necessário procure quem for preciso, mas não direcione a sua indisposição contra os nossos irmãos em Cristo, causando divisões, e fazendo sangrar o corpo do Redentor. Infelizmente, às vezes, as suas cartas têm ajudado a criar espantalhos, e lembre-se, pessoas machucadas atacam pessoas, e por vezes, usam rótulos amorfos convergindo neles sentimentos pecaminosos. Não criemos rótulos confusos que mais prejudicam do que esclarecem. Se discordamos de ideias ou doutrinas, seja o pensamento a arena de discussão, e não as nossas relações fraternas. Creio que na promoção de inimizades no meio da nossa denominação Deus não está sendo glorificado! Não alimente o pecado dessas pessoas.

Quando vier por estas bandas avise-me com antecedência. Quero recebê-lo em minha casa, e você sabe que a minha esposa e filhos o amam, e é sempre uma alegria tê-lo conosco. Você é bem-vindo ao meu lar!

P.S.* ainda aguardo que me devolva o livro que lhe emprestei. Antes tarde do que nunca kkkk

Um forte abraço,
De seu conservo.

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