08 março 2018

Crianças pequenas devem participar do culto ao Senhor?

Por Randy Booth

Bem, em certo sentido a Bíblia diz que todos nós somos criancinhas, como Jesus indicou quando disse a seus discípulos: “Filhinhos, ainda um pouco estou convosco” (João 13:33). Portanto, em princípio, está claro que as crianças pequenas devem adorá-Lo. Mas há um outro sentido em que falamos “crianças pequenas”, e que, claro, se refere a bebês que ainda dão os primeiros passos. Que obrigação têm eles, se têm, no culto a Deus e, mais particularmente, que lugar eles têm, se têm, na reunião de culto a Deus?

Como povo de Deus, nós devemos nos regozijar ao ouvir barulho de crianças em nosso meio. Isso é uma indicação da bênção que elas têm na aliança e de seu dom da vida. Deus dessa forma aumenta nosso número e avança seu reino através das gerações. Mas isso significa que, sem exceção, as crianças devem sempre estar presentes com seus pais na congregação? Este artigo busca oferecer algumas diretrizes bíblicas tanto para pais de crianças pequenas como para a congregação ao se reunir para adoração.

A menor das crianças é capaz de aprender grandes coisas

Crianças pequenas são esponjas quando se trata de absorver nova informação. Em Lucas 1:44 a Bíblia registra esta assertiva de Isabel, a mãe de João Batista, quando ela ouviu Maria: “Pois, logo que me chegou aos ouvidos a voz da tua saudação, a criança estremeceu de alegria dentro em mim”. Mesmo quando eles parecem não estar prestando atenção, as crianças menores com freqüência nos surpreendem quando as ouvimos recitar exatamente o que nós pensávamos que eles tinham deixado passar (às vezes, para nosso deleite ou desgosto). A partir do momento em que uma criança nasce (ou talvez mesmo antes disso), os pais começam a ensinar seus filhos falando, cantando e praticando perante eles a vida cristã. O fato de elas não poderem articular ou imitar imediatamente tudo o que compartilhamos com elas não nos leva a parar de ensiná-las. Nós sabemos que logo elas vão pegar e imitar o que lhes foi ensinado. Mesmo que a criança não entenda tudo o que ela está fazendo, ela está aprendendo que essas são as coisas que o povo de Deus faz. No seu tempo ela entenderá por quê.

Não há nada mais importante para uma criança aprender do que o culto a Deus, privado e na congregação. Essa é uma das principais obrigações de todas as criaturas de Deus. Assim como ensinamos nossos filhos a andar e a falar, ao mesmo tempo nós deveríamos diligentemente ensiná-las as Escrituras e como elas devem adorar a Deus ao “sentarem em sua casa”, ao “andarem pelo caminho”, ao “deitar”, ao “levantar” (Dt 6:6-7). Nós temos um exemplo claro na Bíblia da importância desse treinamento desde cedo encontrado em 2 Timóteo 3:15, onde o apóstolo Paulo escreve a Timóteo, dizendo: “E que desde a infância sabes as sagradas letras que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus.” A palavra grega para “infância” neste texto é a palavra usada para descrever um bebê de berço. Sem dúvida, o infante Timóteo ouviu a palavra de Deus da boca de sua mãe fiel Eunice e de sua avó Lóide desde que nasceu.

Ser adulto não é garantia de que se aprenderá ou compreenderá a verdade de Deus. Jesus é grato porque a verdade é revelada mesmo aos imaturos: “Naquela hora exultou Jesus no Espírito Santo e exclamou: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas cousas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado” (Lc 10:21). Enquanto possa ser um mistério para os adultos, contudo Deus é claramente capaz de se comunicar com e receber louvor até mesmo de bebês. De fato, nós lemos a profecia no Salmo 8:2 de que, na verdade, é assim que acontece; uma profecia que foi cumprida em Mateus 21:15-16: “Mas vendo os principais sacerdotes e os escribas as maravilhas que Jesus fazia, e os meninos clamando: Hosana ao Filho de Davi, indignaram-se, e perguntaram-lhe: Ouves o que estão dizendo? Respondeu-lhes Jesus: Sim; nunca lestes: Da boca de pequeninos e crianças de peito tiraste perfeito louvor?” Embora os cristãos não devam ser místicos, entretanto, também não devemos rejeitar o fato de que há mistérios nos caminhos de Deus, e que o Espírito, assim como o vento, “sopra onde quer” (Jo 3:8).

Crianças são membros da comunidade do pacto

Nós precisamos entender de forma clara que todas as promessas de Deus com relação ao pacto pertencem a “ti e teus filhos”. Os filhos da aliança são membros da comunidade da aliança e tem direito a seus benefícios. Assim como a circuncisão era um benefício dos judeus [“Muita, sob todos os aspectos” (Rm3:2)], assim também, aqueles que receberam o sinal do pacto e selo do batismo têm todos os privilégios do pacto. Paulo especialmente aponta para o fato de que o principal privilégio deles é que a eles foram dados “os oráculos de Deus”. Em outras palavras, a Palavra de Deus é dada a todos os membros da comunidade do pacto, incluindo as crianças pequenas.

Quando Moisés reuniu a congregação do Senhor, pelo que Deus os estabeleceu como Seu povo da aliança, a congregação estava toda incluída: “Vós estais hoje todos perante o Senhor vosso Deus: os cabeças de vossas tribos, vossos anciãos e os vossos oficiais, todos os homens de Israel: os vossos meninos, as vossas mulheres, e o estrangeiro que está no meio do vosso arraial; desde o vosso rachador de lenha até ao vosso tirador de água; para que entres na aliança do Senhor teu Deus, e no seu juramento que hoje o Senhor teu Deus faz contigo; para que hoje te estabeleça por seu povo, e ele te seja por Deus, como te tem prometido, como jurou a teus pais, Abraão, Isaque e Jacó. Não é somente convosco que faço esta aliança, e este juramento, porém com aquele que hoje aqui está conosco perante o Senhor nosso Deus, e também com aquele que não está aqui hoje conosco” (Dt 29:10-15).

O pacto de Deus com seu povo obviamente inclui não apenas seus filhinhos, mas até mesmo aqueles ainda não são nascidos. Esse pacto continua na Nova Aliança, onde a promessa é ratificada no dia de Pentecoste: “Pois para vós outros é a promessa, para vossos filhos, e para todos os que ainda estão longe, isto é, para quantos o Senhor nosso Deus chamar” (At 2:39). As epístolas do Novo Testamento são com freqüência endereçadas aos membros constituintes da família da aliança, i.e., maridos, pais, mulheres, mães, filhos e servos (cf. Ef 5:6; Cl 3:18-25).
Os filhos eram centrais na obra da Antiga Aliança e, sendo que a Nova Aliança não é senão uma expansão da Antiga Aliança, eles continuam a ser centrais na obra redentora de Deus entre Seu povo. No coração da aliança de Deus com Abraão estava a condição que Deus estabeleceu a Abraão: “Porque eu o escolhi para que ordene a seus filhos e a sua casa depois dele, a fim de que guardem o caminho do Senhor, e pratiquem a justiça e o juízo; para que o Senhor faça vir sobre Abraão o que tem falado a seu respeito” (Gn 18:19).

Crianças pequenas devem ser incluídas na reunião do culto público?

Esta é uma importante pergunta. Nós encontramos precedentes bíblicos tanto para resposta afirmativa como para negativa, ou talvez melhor dizendo: às vezes, sim; e às vezes, não. Com freqüência, quando a Bíblia se refere à assembléia do povo de Deus ou à congregação, as crianças menores estão incluídas. Por exemplo, em 2 Crônicas 20:13: “Todo o Judá estava em pé diante do Senhor, como também as suas crianças, as suas mulheres, e os seus filhos”; e em Josué 8:35: “Palavra nenhuma houve, de tudo o que Moisés ordenara, que Josué não lesse para toda a congregação de Israel, e para as mulheres, e os meninos, e os estrangeiros, que andavam no meio deles”. Da mesma forma, em Joel 2:15 nós lemos: “Tocai a trombeta em Sião, promulgai um santo jejum, proclamai uma assembléia solene. Congregai o povo, santificai a congregação, ajuntai os anciãos, reuni os filhinhos e os que mamam; saia o noivo de sua recâmara, e a noiva de seu aposento.” Logo após este chamado de trombeta nesta profecia (2:28-32), Pedro nos diz que Joel estava falando do derramamento do Espírito Santo no Dia de Pentecostes.

O próprio Jesus pensou que era apropriado que crianças fossem trazidas à sua presença: Marco 10:13-16: “Então lhe trouxeram algumas crianças para que as tocasse, mas os discípulos os repreendiam. Jesus, porém, vendo isto, indignou-se e disse-lhes: Deixai vir a mim os pequeninos, não os embaraceis, porque dos tais é o reino de Deus. Em verdade vos digo: Quem não receber o reino de Deus como uma criança, de maneira nenhuma entrará nele. Então, tomando-as nos braços e impondo-lhes as mãos, as abençoava.” Novamente, a palavra grega usada aqui é “bebês”. Parece ser um erro proibir mesmo as crianças mais pequenas de participar do culto a Cristo.

Como regra, os filhos da aliança devem estar presentes com a congregação no culto. Eles fazem parte do corpo unido e por isso devem fazer parte do culto unido. Isso faz parte da essência de quem eles são como filhos do pacto, contudo, isso não é o mesmo que dizer que seja sempre necessário que esses pequeninos estejam presentes em todo tipo de reunião congregacional. Algumas reuniões podem não ser apropriadas para crianças muito pequenas. No Velho Testamento nós vemos que três vezes ao ano apenas os homens apareciam perante o Senhor, e em Neemias 8:2 nós lemos: “Esdras, o sacerdote, trouxe a lei perante a congregação, assim de homens como de mulheres, e de todos os que eram capazes de entender o que ouviam. Era o primeiro dia do sétimo mês.” Algumas reuniões podem ser especialmente engendradas para homens, ou pastores, ou alguma outra ocasião especial. Elas podem ser muito longas para crianças pequenas, como no caso de conferências com múltiplas sessões, ou (como no caso citado acima) o assunto simplesmente esteja além de sua compreensão. Contudo, essas reuniões são primariamente mais para instrução do que para culto.
Quando crianças são trazidas ao culto é essencial que os pais estejam conscientes do fato de que não basta que simplesmente elas estejam presente, mas também que elas devem ser treinadas no modo apropriado de cultuar. As crianças devem ser ensinadas a sentar e permanecer quietas em respeito a seus pais e aos outros, e elas devem também aprender que a razão disso é a honra e a adoração a Deus. Os pais, da mesma forma, têm uma obrigação para com os outros adoradores e para com o próprio Deus em não permitir que seus filhos se distraiam no culto. É responsabilidade dos pais ensinar, disciplinar e manter controle de seus filhos no culto. O objetivo é treinar as crianças a exercer autocontrole e aprender como adorar.

Os pais devem estabelecer de forma clara as regras de comportamento para suas crianças, assim como ajudá-las a entender a razão por que elas estão no culto. Durante o processo deste treino as crianças inevitavelmente cruzarão linhas e precisarão de mais ensino, reprovação, correção e instrução na justiça (2 Tm 3:16). Eu mencionei na introdução que as congregações “deveriam se regozijar ao ouvir o barulho de infantes em seu meio”. Um dos sons sobre o que elas deveriam se regozijar são os sons da disciplina: uma criança senso discretamente corrigida por seu pai ou mãe, ou até o som ocasional de choro ao serem elas levadas do santuário para uma forma mais intensa de repreensão.

Pais com crianças muito pequenas, ou aqueles com filhos no processo de serem treinadas, deveriam sentar próximo à porta e estar preparadas para discretamente sair do santuário, se seus filhos começarem a chorar, ou, do contrário, distrairão os outros. Um choramingo ou acalento ocasional é normal e geralmente não requer muito mais que pegar a criança e embalá-la ou dar-lhe palmadinhas nas costas. Contudo, se isso não for o suficiente para sossegar a criança, os pais devem, por cortesia e respeito pelos outros e pelo culto, retirar seu filho da assembléia até que ele tenha sido acalmado.

Crianças que estão começando a andar são um desafio diferente para os pais. A esta altura elas deveriam estar treinadas a entender o que a palavra “não” significa e deve-se esperar que permaneçam sentadas durante o culto tranquilamente. Se fracassarem em fazer assim, então elas devem ser tratadas como em qualquer outra desobediência obstinada (i.e., pecado) e a disciplina apropriada deve ser aplicada. Todos nós entendemos que elas são “crianças pequenas”, mas lembre-se, nossa responsabilidade como pais é trazê-las à maturidade ensinando-as o que devemos e insistindo que elas obedeçam. Se uma criança está geniosa porque esteve doente, ou está nascendo dente, ou tem alguma outra razão legítima para não se sentir bem, então, talvez, não seja adequado que ela esteja presente com a congregação nesse dia. Entretanto, mesmo cansada ou doente as crianças não devem ser permitidas que pequem. Algumas sugestões práticas para pais de crianças que estão começando a andar são:

1. Fique certo de que você deixou claro quais são as regras de comportamento com relação ao que você espera de seu filho durante o culto (ex: não falar, não fazer outros barulhos, mexendo-se, rasgando papel, dando voltas ao redor do assento, etc.).Ensine-o para o que é o culto, usando termos apropriados para a sua idade. Pratique durante o culto doméstico como eles devem se comportar no culto público: ensine-os a ficar quietos quando a Bíblia é lida, a ouvir o pregador, e a cantar salmos e hinos. Se você faz culto regularmente e com ordem em casa, você não deverá ter problema no culto público no Dia do Senhor.

2. Pais sabem quais são as necessidades de seus filhos. Algumas crianças precisam queimar um pouco de energia (ex: correndo e brincando), enquanto outras é melhor que não se firam antes ou entre os cultos. Em ambas, os pais são responsáveis por ajudá-las a estarem preparadas para o culto e as crianças têm o dever de obedecer aos seus pais e a se conduzirem de maneira respeitosa.

3. Leve-os à sala de descanso e para tomar água antes ou entre os cultos.

4. Se seu filho quebrar as regras durante o culto, e uma correção menor não o fizer se conformar, então os pais deverão retirar-se com a criança, discipliná-la e trazê-la de volta. Levá-la simplesmente para fora do culto ou levá-la à sala de berço sem disciplina não funcionará. Eles simplesmente aprenderão que seu mau comportamento os habilita a manipular seus pais.

5. Quando os pais ensinam a seus filhos de forma consistente que o que eles dizem é sério e os punirão de forma consistente se eles não obedecerem, suas crianças estarão mais inclinadas a atender à correção sussurrada durante o culto.

6. Os pais devem ter em mente que o “culto de uma criança que está aprendendo a andar” vai parecer diferente do culto adulto. Elas podem segurar o hinário de cabeça para baixo, ou dizer amém na hora errada. Além do mais, isso variará de criança para criança e elas não aprenderão todas do mesmo jeito ou ao mesmo passo. O importante é que elas estão aprendendo como adorar.

E sobre berçários?

É óbvio que nas Escrituras há um silêncio sobre aquilo que passamos a chamar de berçário. O princípio bíblico que governa esta questão é o fato de que os pais são responsáveis por seus filhos. A igreja não tem nenhuma obrigação específica de providenciar serviços com crianças, embora certamente obras de misericórdia possam conclamar por ajuda voluntária em circunstâncias especiais. Todos vimos com simpatia os fardos de uma mãe de primeira-viagem ou uma mãe com muitos filhos. Às vezes, ela se sente sobrecarregada com suas responsabilidades e pode pensar: “Não vale a pena ir à igreja, se tenho que lidar com todas essas crianças.” Talvez as sugestões seguintes possam ser de alguma ajuda:

1. Os pais deveriam providenciar algum tempo livre para as mães durante a semana, cuidando das crianças eles mesmos ou pelo menos assegurando que sua esposa tenha outra forma de assistência de seus constantes labores. Isto evitará que o domingo pareça ser o único tempo que ela tenha uma folga.

2. Membros regulares da igreja devem trazer seus filhos ao culto imediatamente, a fim de começar a treiná-los em uma das coisas mais importantes que Deus nos chama a fazer: adorar.

3. Membros amigos na igreja ou parentes podem ser chamados para auxiliar nessa tarefa de ajudar com as crianças durante o culto, especialmente quando há muitas crianças para cuidar.

4. Os diáconos devem assegurar que os assentos próximos à porta do santuário permaneçam disponíveis para pais com crianças pequenas a fim de facilitar melhor uma saída necessária.

5. Os diáconos, onde for possível, poderiam providenciar uma “sala do choro” para mães e seus filhos. Essa sala poderia ser equipada com som, vídeo ou um vidro com película espelhada de modo que as mães possam ainda receber alguma porção do culto, se elas precisarem estar ausentes temporariamente.

6. Uma lista de voluntários para trabalhar no berçário deveria ser mantida em caso de necessidades especiais, especialmente para visitantes cujas crianças possam não ficar sob controle ou não estar preparadas para permanecer sentadas durante o culto.

Conclusão

Obviamente, crianças pequenas devem fazer parte do culto. Elas estão prontas para participar junto com a congregação tão logo os pais assumam a responsabilidade de ensinar, treinar e disciplinar seus filhos para o culto. Certamente, há exceções em que não será sábio ou apropriado que crianças pequenas estejam presentes numa reunião congregacional. Nesses casos, embora os pais continuem responsáveis pelo cuidado de seus filhos, um berçário voluntário poderá se provar um genuíno serviço cristão para se lidar com essas necessidades temporárias. Quando os pais levam a sério sua responsabilidade em treinar seus filhos para participar do culto do Senhor (respeitando as necessidades dos outros presentes), então seus pequeninos serão um deleite para todos: especialmente para o Senhor. Da mesma forma, a paciência, orações e auxílio dados a esses pais e crianças pelo resto da congregação facilitará a preparação dos filhos da aliança para o culto. Esse labor será muito válido quando outra geração de crianças for habilitada para servir e adorar fielmente ao nosso glorioso Deus.

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Robert [Randy] Booth tem sido pastor da Igreja Presbiteriana do Pacto da Graça (PCA) em Texarkana, Arkansas, nos últimos 16 anos. Ele também serve como diretor da Covenant Media Foundation e é um membro do corpo docente da Veritas Classical Christian School, e é o autor do livro Filhos da Promessa.

Extraído do Ordained Servant, vol. 8, nº 4 (Outubro 1999).
Revisado por Ewerton B. Tokashiki

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