10 maio 2007

A carta de Plínio “o jovem” a Trajano

A carta de Plínio “o jovem” ao imperador romano Trajano tornou alvo de citação dos exegetas, teológos e historiadores por causa da sua menção a duas mulheres que foram presas por causa da fé cristã. Segundo alguns estudiosos esta carta seria uma evidência documental de que existiram diaconisas na Igreja Cristã no período do século II. A data mais aceita para a redação desta carta foi de 113 d.C.

Gaius Plinius Caecilius Secundus, conhecido como Plínio “o jovem”, foi governador da Bitínia, não era cristão, mas adquiriu fama pelos julgamentos imparciais de funcionários e militares, e outros acusados de delitos políticos. Nesta carta ele explica como examinava o testemunho dos cristãos nos interrogatórios. Ao relatar a Trajano sobre duas mulheres, escreve que “julguei ser mais importante descobrir o que havia de verdade nessas declarações através da tortura a duas moças, chamadas diaconisas, mas nada achei senão superstição baixa e extravagante.”[1]

A tradução adotada por Henry Bettenson não é exata com o original latino que declara: “ex duabus ancillis quae ministae dicebantur” (de duas escravas a quem chamam de servas, tradução minha). Ele adota uma tradução equivocada para a expressão latina duabus ancillis (duas escravas) preferindo verter por “duas moças”, o que não se justifica, pois, o termo não se refere à idade das mulheres, mas ao seu status social.

Mesmo insinuando a possibilidade de que estas duas mulheres fossem diaconisas, Bettenson esclarece que “neste caso, aqui temos a última menção às ‘diaconisas’ até o quarto século, momento em que elas reconquistaram certa importância no Oriente”.[2] O que podemos concluir é que estas mulheres exerciam alguma atividade especial na igreja, mas, não temos nenhuma informação específica na carta de Plínio de que função era. Entretanto, não há como afirmar que elas eram oficiais da Igreja, ou que tenham exercido liderança ordenada.

É necessário lembrar que Plínio menciona estas duas mulheres, a partir de informações que lhe foram passadas, pois conforme ele mesmo declara neste relatório “nunca presenciei nenhum julgamento de cristãos”.[3] O seu testemunho é de alguém que não conhecia a fé e organização cristã de fonte autorizada, e o seu relato é apenas circunstancial, e não uma descrição de um exame pessoal de fontes fidedignas.

Notas:
[1] Henry Bettenson, Documentos da Igreja Cristã (São Paulo, ASTE, 2001), p. 30.
[2] Henry Bettenson, op.cit., p. 30, vide nota de roda-pé 9.
[3] Henry Bettenson, op.cit., p. 28.

Rev. Ewerton B. Tokashiki

17 comentários:

Anônimo disse...

Oii
eh Legal

Anônimo disse...

Na verdade não é bem um comentário, mas um questionamento. Gostaria de saber se em alguma das cartas de Plínio existe referencia sobre ele ver a passagem de Cristo aqui na terra?
Obrigada!!

Unknown disse...

Aluska: não, não existe nada referente a "existência" de Cristo. É apenas dito sobre o culto a "certo Cristo", mas sem nenhuma especificação, o que mostra que nem Plínio, o Jovem nem o Imperador Trajano - em sua resposta - conheciam a Jesus Cristo.
Tenho uma crítica em relação ao texto. Foi utilizado a palavra IGREJA, contudo tal Instituição iria se formar tão somente no século IV d.C. Ou seja, é um tanto precoce falar em Igreja no final do séc. I e inicio do II.

Ewerton B. Tokashiki disse...

Caro Thiago

Há evidências históricas suficientes da existência de Cristo!

(...)

Colega, tu é ruim de história hein!? Vai estudar, e deixa de ser papagaio de herege!

Marlon Pevidor disse...

Aluska, Plínio nasceu em 61 d.C. e morreu em ca. 112 d.C. Não haveria como ele ter "visto" a passagem de Cristo aqui na terra. Como sugeriu Ewerton, há um grande número de estudiosos que concordam com a existência de Cristo. As cartas de Plínio podem não ser consideradas como evidências de Cristo, mas devem ser incluídas em qualquer lista de documentos antigos que comprovam a existência de Cristo. Plínio menciona não apenas cristãos, mas especificamente Cristo (Livro 10, carta 96). Essa menção por si só não atesta sua existência, mas somada a outras evidências, do ponto de vista do estudo de documentos antigos, pode ser considerada como evidência se, como eu disse anteriormente, for acrescentada a uma lista de outras evidências. Plínio aqui menciona Cristo por causa do movimento de cristãos que, de acordo com essa mesma carta, vinha aumentando em ocorrência. (Esse é, aliás, o motivo da carta: devido ao crescente número de ocorrências, Plínio não sabe exatamente como proceder e pede aconselhamento do Imperador Trajano) Quanto à palavra igreja, levantada por Thiago, depende da tradução. Eu não conheço o texto em latim, mas o meu em inglês (considerada uma das melhores, senão a melhor tradução disponível em inglês, feita por Betty Radice) não menciona igreja (ao menos nessa carta). Diz apenas que os cristão se reuniam antes do amanhecer. Há menção de templo, mas não cristão.

Um ponto fora dessa questão que merece destaque é a consciência de Plínio quanto à fidelidade dos cristãos. Plínio expõe, nessa carta, o método que usava para confirmar se uma pessoa era de fato cristã: forçá-la a repetir uma invocação aos deuses e oferecer vinho e incenso à estátua de Trajano e outras imagens de deuses, além de, é claro, negar Cristo. Plínio acrescenta: "nenhuma dessas coisa, eu entendo, um cristão genuíno pode ser forçado a fazer". É uma evidência de como se via a fidelidade de cristãos - genuínos, naturalmente. Como provocação, fica a pergunta óbvia: que cristão, em pleno século 21, seria capaz de ser fiél a Cristo, mesmo tendo sido ameaçado de execussão sumária diante de tal fidelidade? Visitem o meu website para outras discussões sobre esses temas: http://marlonmeira.com/

Unknown disse...

Olá Marlon...sei que você não irá ler este meu comentário, pois o "dono" do blog não aceita as minhas opiniões. Eu fiz um comentário ENORME sobre vários pontos da Epístula, mas foi sumariamente deletado. Quanto a palavras "igreja": ela de fato NÃO existe. Possuo a mesma versão da Betty Radice, contudo ela é bilingue - inglês e latim. Eu gostaria de fazer comentários a mais...mas não será possível devido a postura do "dono da verdade". Mas caso queira trocar umas idéias, estou terminando meu mestrado em História Antiga pela Universidade Federal do Paraná e trabalho especificamente sobre as Epístulas de Plínio, o Jovem - inclusive tenho um artigo publicado "Arrependimento em Plínio, o Jovem".

Abraços

Ewerton B. Tokashiki disse...

Caro Tiago

Tenho alguns critérios para aceitar comentários em meu blog. Garanto-lhe que a discordância ideológica não é censurada, inclusive, caso se interesse em verificar veja outros dos meus artigos e leia pacientemente o comentários e, descobrirá que há comentários contrários ao que penso ou escrevo. Entretanto, censuro comentários da seguinte natureza:
1. Ofensivos, em se falte o respeito acadêmico;
2. Em que se use palavras de baixo escalão, o vulgo "palavrão".
3. Comentários de caráter imorais.

Provavelmente o teu comentários se enquadrou num destes. E, este último passou perto do primeiro item.

Lamento que um estudante de mestrado se mantenha argumentando com linguajar tão impróprio como o seu!

Respeitosamente,
Ewerton

Marlon Pevidor disse...

Thiago,

Vamos começar com sua crítica no primeiro comentário. Com que intenção você levantou a questão do uso da palavra igreja? Inicialmente eu imaginei que você fosse um ateu leigo, naquela ocasião tentando "provocar" (uso acadêmico do termo) a Aluska. Por isso a minha resposta sobre versões e traduções. Nesse último comentário, vejo que você não é leigo. Mas me preocupa que você tenha reconhecido que o termo igreja não consta do original. Agora imagino que você seja um ateu interessado em confundir cristãos e conduzi-los, no mínimo, à dúvida. Espero que não seja essa sua postura. Se não for, devemos então continuar nosso debate. Comente no meu blog: http://marlonmeira.blogspot.com/.

Parece que o Ewerton já está meio "cheio" de você. O comentário dele às 11:24 AM nessa postagem dá essa impressão. Não gostei do termo dele, "papagaio de herege", mas essa é a opinião dele (e o blog dele).

Meu interesse é o debate. Portanto, continuemos. Publique aquele seu comentário "enorme" em http://marlonmeira.blogspot.com/2009/12/carta-de-plinio-o-jovem-trajano.html e vamos lá.

Antes de mais nada, me diga se as cartas foram traduzidas para o Português.

Ewerton B. Tokashiki disse...

Caro Thiago

Em seu primeiro comentário você afirmou que "é um tanto precoce falar em Igreja no final do séc. I e inicio do II." Concluo a partir desta afirmação que você como pesquisador deveria estudar um pouco mais sobre história. Negar a existência de Cristo, ou entrar na tosca discussão da "Busca pelo Jesus Histórico" já uma perda de tempo, mas negar a historicidade da Igreja no séc. I, é uma declaração de absurda ignorância. Assim, num dá nem prá continuar respondendo os seus comentários...

Faça contribuições relevantes e não apenas afirmações "achólogas".

[...]

Caro Marlon
Fico feliz que você tenha mais tempo do que eu prá ficar respondendo as elocubrações de um "livre pensador" que não documentam, não acusam fontes. Deus o abençoe em sua empreitada, que você consiga ser frutífero nela.

Muito obrigado pela sua participação.

Ewerton

Marlon Pevidor disse...

Ewerton,

Discutir e comprovar cientificamente o Jesus Histórico é um dos propósitos de um campo acadêmico chamado Apologética Cristã, ao qual muitos proeminentes estudiosos e eruditos, entre eles Dinesh D'Souza, Gary Habermas, Ravi Zacharias, William Lane Craig, Norman Geisler se dedicam profissionalmente e em tempo integral. É parte da chamada pré-evangelização (termo usado por Norman Geisler em seu livro When Skeptics Ask) que acrescenta muito ao reino de Deus. Pedro já alertava para essa necessidade em 1 Pedro 3:15b, "...e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós". Você não usou mansidão nem temor com o Thiago (ainda). Não se trata de discussão tosca (seja lá o que você quis dizer com isso), e menos ainda uma perda de tempo. Espero que você não tenha sequer imaginado que os estudiosos mencionados acima estejam perdendo seu tempo com essa atividade. Tenho algumas postagens sobre Apologética Cristã em minha página (http://marlonmeira.blogspot.com/search/label/Apologética Cristã) e gostaria que você desse uma olhada principalmente em um debate com um certo Thiago (não é o mesmo dessa nossa discussão). Como irmão em Cristo, acredito que você deveria mudar o seu tom quando se relacionar com infiéis. São posturas como essas que os mantêm cada vez mais convencidos de que nós cristãos somos meros "crentes", no sentido pejorativo do termo. Parece que você e eu compartilhamos da mesma certeza de inúmeras evidências cientificamente comprovadas de que o nosso Deus é de fato o Deus das Escrituras. Vamos juntos usar essas evidências com cuidado. A fé pode parecer óbvia pra você e pra mim, mas nem sempre é assim para todos. Não publique esse comentário se eu te ofendi. Não é essa a intenção. Que Deus te abençoe.

Ewerton B. Tokashiki disse...

Caro Marlon

Pelas citações de autores, especialmente de Norman Geisler [olhei seu blog], percebo que você segue uma linha apologética chamada "evidencialista". Sei que há elementos úteis nesta perspectiva, mas prefiro a apologética "pressuposicionalista racional", representada especialmente por Gordon H. Clark, Carl F.H. Henry e Ronald Nash.

Caso você esteja pensando que trato com desdenho todos os ímpios, sugiro que leia os comentários dos outros artigos. Neles você descobrirá a minha paciência com discordantes, mesmo falando absurdos. Como já comentei apenas tenho alguns critérios para aceitar coments em meus artigos. E,às vezes, tenho respostas irônicas para alguns.

Quanto ao valor acadêmico de se discutir a pesquisa e estudo sobre a tal perspectiva "Jesus Histórico" não sou um obscurantista a ponto de dizer que não precisamos responder aos neo-ortodoxos ou liberais ou quaisquer outros céticos sobre este assunto. Apenas disse que vejo como uma tolice esta abordagem. E no caso do Thiago percebo ignorância dele em querer discutir um assunto que percebo que ele não conhece. Não acredito que "provar" historicamente que Jesus realmente existiu seja uma evidência evangelistica; se o fosse os fariseus que viram, ou os que foram curados pessoalmente por Jesus teriam se convertido. Quer mais evidência histórica do que viver nos dias de Cristo. A historicidade dos fatos deve ser apresentadas diante das evidências históricas como "testemunhas", mas elas não podem convencer os insensatos de sua incredulidade.

Não me preocupo em agradar, ou em me tornar agradável ao paladar dos ímpios com meus escritos. Por mais simpático que você seja, a VERDADE, biblicamente falando, sempre será intolerante, insuportável e desagradável para os incrédulos. Creio que você como evangelista deve ter descoberto ou aprendido isto.

Em Cristo,
Ewerton

Marlon Pevidor disse...

Ewerton,

fico por aqui. Não valeu a pena. Lamento.

Ewerton B. Tokashiki disse...

Caro Marlon

Agradeço pela sua opinião.

Respeitosamente,
Ewerton

Unknown disse...

Ewerton,

As suas respostas são engraçadas, para não dizer tristes.

1°) "Igreja" como conhecemos HOJE não existia DE MANEIRA NENHUMA no século I.

2°) A sua interpretação é tão fraca. Diga-me ONDE eu quis provar a existência de Cristo, ou negá-la????? Se você não percebeu eu te clareio as idéias: em todo o momento estava falando das CARTAS DE PLÍNIO, O JOVEM. E nelas, meu caro, dá para saber que nem Plínio, nem Trajano conheciam algo sobre "Cristo"...era uma SUPERSTICIO como outra qualquer.

3°)Quando uma pessoa diz que "o outro não sabe nada" e não apresenta argumento nenhum...é simplesmente por não corrobar com as idéias do participante e não, como você quer parecer, que sabe muito mais, até porque você não tem credênciais para adentrar ao CAMPO HISTÓRICO. Fique no campo TEOLÓGICO que quem sabe saia algo de valor.

Ewerton B. Tokashiki disse...

Caro Thiago

Permita-me fazer algumas observações às suas afirmações:
1. Você não foi claro em sua última declaração, tanto em argumentação, como na escrita falta clareza redacional. Até então você vinha dizendo que no século I não existia IGREJA, agora você pôs a ênfase no HOJE. O que você quer realmente dizer? Seja mais claro... Se a questão é diferenciar a Igreja Primitiva [existente] e da Igreja institucionalizada HOJE, digamos que é sabido no mundo acadêmico do desenvolvimento e desvio institucional que a IGREJA sofreu no decorrer de pelo menos 16 séculos; por isso, ocorreu a REFORMA. Mas, se o que você realmente quer dizer é que não EXISTIA de modo algum IGREJA no século I, você subscreveu o seu diploma de ignorância.

2. Sugiro que você releia o texto e os comentários. Quem te respondeu entrando nessa conversa de negar ou afirmar a historicidadde de Cristo, não fui eu, mas o Marlon, e ele o fez apenas por inferência ao responder a pergunta da Aluska. Quer atirar, mire no alvo correto... E, apenas um detalhe, o meu artigo adentra em analisar uma carta de Plínio, apenas no que me interessa desmontar um argumento à favor da ordenação feminina de diaconisas. Em momento algum no meu texto discuti a historicidade da IGREJA, embora a pressopus como fato óbvio, muito menos apresentei argumentos da historicidade de Cristo, embora tenha suficientes evidência para crêr nEle.

3. Qto à sua última afirmação permita ainda fazer algumas considerações: primeiro, não preciso me auto-afirmar prá você; sei quem sou e o que sei. Segundo, apesar dos meus diplomas, não penso que titulação, ou credencial transmita ex opere operato algum tipo de conhecimento. Ah! Coincidentemente também sou Professor de História da Igreja e História da Teologia, tenho uma boa biblioteca ao meu dispor... E, História e Teologia não oposto ou autoexcludentes.

Respeitosamente,
Ewerton

Unknown disse...

Apesar do post ser antigo, tenho uma novidade, mesmo que não interessem diretamente ao estudo de vocês, pois diz respeito apenas aos livros publicados por Plínio (I-IX) e não às epístolas enviadas a Trajano:

Há pouquíssimas publicações de tradução das para o português do Brasil. Leopoldo Pereira, em seu livro Poetas e Prosadores Latinos: Idéias da Antiguidade, publicou seis epístolas: a Cornélio Tácito (Ep. VI, 16 e 20; Ep. VII, 20); a Nepos (Ep. III, 16); a Prisco (Ep. VII, 19); e a Paterno (Ep. IV, 14). Marly de Bari Matos, em sua tese O estudo da pueritia nos séculos I e II d.C., também apresenta alguns trechos traduzidos das epístolas e do Panegírico que abordam o tema da educação . João Angelo Oliva Neto publicou duas epístolas (Ep. IV, 14 e Ep. V, 3) e disponibilizou recentemente a tradução inédita da Ep. I, 20 na internet ; além dessas, o professor também possui dois projetos de tradução de epístolas de Plínio: o primeiro finalizado e o segundo em andamento, porém, até o momento, não publicados.

Unknown disse...

Apesar do post ser antigo, tenho uma novidade, mesmo que não interessem diretamente ao estudo de vocês, pois diz respeito apenas aos livros publicados por Plínio (I-IX) e não às epístolas enviadas a Trajano:

Há pouquíssimas publicações de tradução das para o português do Brasil. Leopoldo Pereira, em seu livro Poetas e Prosadores Latinos: Idéias da Antiguidade, publicou seis epístolas: a Cornélio Tácito (Ep. VI, 16 e 20; Ep. VII, 20); a Nepos (Ep. III, 16); a Prisco (Ep. VII, 19); e a Paterno (Ep. IV, 14). Marly de Bari Matos, em sua tese O estudo da pueritia nos séculos I e II d.C., também apresenta alguns trechos traduzidos das epístolas e do Panegírico que abordam o tema da educação . João Angelo Oliva Neto publicou duas epístolas (Ep. IV, 14 e Ep. V, 3) e disponibilizou recentemente a tradução inédita da Ep. I, 20 na internet ; além dessas, o professor também possui dois projetos de tradução de epístolas de Plínio: o primeiro finalizado e o segundo em andamento, porém, até o momento, não publicados.