28 maio 2025

Por que a "Teologia Gay Celibatária" é um compromisso perigoso que a Igreja deve rejeitar

por Rosaria Butterfield

A teologia gay celibatária – que afirma defender uma visão bíblica tradicional da sexualidade – tornou-se o compromisso padrão em igrejas e ministérios paraeclesiásticos. Ela abraça a orientação e a identidade homossexuais, mas proíbe o sexo gay. Categoriza o desejo homossexual como uma tentação moralmente neutra. Desfigura o evangelho, substituindo arrependimento e fé por vitimismo e “quebrantamento”. Em vez de se arrepender do pecado, o cristão gay celibatário é chamado a administrar seus desejos pecaminosos de maneiras supostamente meritórias. E embora possa soar como uma maneira de defender os padrões bíblicos de ética sexual de uma forma que soe menos “maldosa” para o mundo em geral, ela fica perigosamente aquém tanto do que Deus requer daqueles que O seguem quanto da liberdade que Ele oferece aos pecadores em Cristo Jesus. Além disso, essa heresia grosseira tem inundado igrejas com cristãos desanimados que não sabem como lutar contra seu pecado sexual porque recusam-se a categorizá-lo como pecado.

 Construído com base na psicologia freudiana e na teoria crítica da identidade, o cristianismo gay celibatário, em vez disso, abraça o pecado e exige que outros também o façam. Wesley Hill, que se autodenomina um “cristão gay celibatário”, resume esse movimento da seguinte forma: “A experiência do desejo pelo mesmo sexo pode ser o caminho divinamente designado pelo qual cristãos gays celibatários descobrem o poder de Cristo aperfeiçoado em suas vidas” (Washed and Waiting: Reflections on Christian Faithfulness and Homosexuality [Lavado e Esperando: Reflexões sobre Fidelidade Cristã e Homossexualidade] (Grand Rapids, MI: Zondervan, 2010, 201). Você entendeu? A homossexualidade, não mais um pecado da carne a ser mortificado, agora é uma graça divinamente designada.

 Em qual religião isso poderia ser verdade? Não na fé cristã.

 A teologia gay celibatária surgiu na década de 2000, com o desejo de mobilizar a igreja para apoiar e cuidar de pessoas com desejos homossexuais indesejados. Compartilho desse desejo. Como alguém que viveu como lésbica por uma década, beneficiei-me do cuidado amoroso de um pastor e de uma igreja para guiar-me no arrependimento e na fé em Cristo. Mas a diferença entre o que vivenciei na Igreja Presbiteriana Reformada de Syracuse em 1999 e o movimento cristão gay celibatário é profunda – e revela evangelhos conflitantes e religiões diferentes.

 Quando eu vivia como lésbica, um pastor fiel, Ken Smith, e a igreja que ele liderava conheceram-me como descrente e apresentaram-me o evangelho em jantares e reuniões informais. O pastor Ken conduziu-me a Jesus por meio do arrependimento e da fé, e guiou-me na busca pelos meios da graça de Deus para abandonar o pecado. Ele encorajou-me a fazer uma declaração de fé pessoal e, em seguida, uma pública profissão de fé, fazendo votos de aliança em uma igreja fiel. Quando minha vida ficou difícil, meu pastor e os presbíteros estavam lá para me ajudar. Logo após minha conversão, os presbíteros conduziram estudos bíblicos para amigos curiosos e alunos irritados na minha sala de estar. Quando uma aluna minha de pós-graduação sobreviveu a uma tentativa de suicídio, ela se recuperou na casa do meu pastor.

 A Igreja Presbiteriana Reformada de Syracuse foi um refúgio para mim e o lugar onde mais lutei contra o meu pecado de escolha. O chamado ao arrependimento e à fé foi um salva-vidas, mas, ao mesmo tempo, representou a morte da vida que eu amava. Aprendi que a liberdade de um cristão renascido incluía abandonar minha homossexualidade (e outros pecados) e lutar por uma santificação cada vez maior. Liberdade em Cristo significava liberdade para obedecer a Deus. Liberdade em Cristo também significava aprender a carregar a imagem de Deus como mulher. Tive que abandonar uma série de pecados para conseguir isso, começando pelo feminismo e pela androginia.

 Mas, não é isso que o cristão gay celibatário tem em mente quando pensa em fé. No cristianismo gay celibatário, é a igreja que é chamada a ter mudanças. Como exemplo, examine a lista de verificação da organização Celibat Gay Christian Living Out, sediada no Reino Unido, intitulada "Quão Biblicamente inclusiva é a sua igreja? 10 Declarações para ajudá-lo a auditar a sua igreja". O objetivo desta lista de verificação é mensurar quantas vezes a sua igreja consegue responder VERDADEIRO às seguintes perguntas:

1. As reuniões familiares da sua igreja incluem pessoas que podem ser rotuladas como LGBTQ+/que sentem atração por pessoas do mesmo sexo.

2. Linguagem depreciativa ou atitudes estereotipadas em relação a qualquer pessoa não seriam toleradas, nem na frente nem em conversas entre os membros da família da igreja.

3. Todos na sua igreja sabem que todos nós vivenciamos a fragilidade sexual e todos estão sendo encorajados a confessar seus próprios pecados sexuais.

4. Relacionamentos sexuais entre pessoas do mesmo sexo nunca são mencionados isoladamente de outros padrões pecaminosos de comportamento ou do perdão oferecido a todos pela fé em Cristo crucificado.

5. Todos na sua igreja estão ouvindo o mesmo chamado ao auto-sacrifício radical em resposta à entrega de Deus em Jesus.

6. Todos em sua igreja são encorajados a desenvolver uma identidade fundada, antes de tudo, em sua união com Jesus Cristo.

7. A orientação sexual de um cristão piedoso jamais o impedirá de exercer seus dons espirituais ou de servir na liderança de sua igreja.

8. Os dons divinos, seja o celibato ou o casamento, são igualmente promovidos, valorizados e apoiados na prática na vida da família de sua igreja.

9. Os membros da família da igreja compartilham instintivamente refeições, lares, feriados, festivais, dinheiro e vida familiar com outras pessoas de diferentes origens e situações de vida.

10. Ninguém seria pressionado a esperar ou buscar qualquer "cura" ou mudança que Deus não tenha prometido a nenhum de nós até a renovação de todas as coisas.

 Observe a questão 10, que se ofende com um evangelho que inclui cura e transformação. O cristianismo gay celibatário não tem lugar para Jo 8.31-32: “Se permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos, e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.”

 Embora a lista de verificação do Living Out contenha muitos problemas teológicos – parece votos que uma amante escreve para a noiva – o erro mais profundo de todos é que ela opõe a graça de Deus à lei da natureza. Em Gn 1.27-28, parte da ordenança da criação, captura a lei da natureza: “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. E Deus os abençoou. E Deus lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a.” A natureza mostra que esse padrão (masculino ou feminino) tem um propósito (procriação).

 É por isso que somente a heterossexualidade é vivificante. A homossexualidade é sempre estéril. Por quê? Porque é uma rebelião contra a ordem criada. A igreja convoca o pecador a se arrepender e crer, mas o cristianismo gay celibatário convoca a igreja a deixar homens e mulheres escravizados ao pecado.

 O cristianismo gay celibatário é uma doutrina falsa, e não importa quão apaixonados sejam seus seguidores, seus ministérios paraeclesiásticos sejam abastados, suas celebridades sejam cativantes, o cristianismo gay celibatário continua sendo uma religião diferente da fé cristã genuína. Ele ensina:

1. Uma compreensão antibíblica da personalidade. A identidade homossexual é freudiana, não bíblica. Ela se rebela contra a ordenança da criação e a natureza (Gn 1.27-28).

2. Uma compreensão antibíblica da autoridade das Escrituras. Em Hb 4.12 nos diz: “A palavra de Deus é viva e eficaz, mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até a divisão da alma e do espírito, das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.” A Palavra de Deus me conhece melhor do que eu mesmo. Meus sentimentos não determinam a verdade. A Palavra de Deus, sim.

3. Uma compreensão antibíblica do pecado: original, real e interior. O Sl 51 revela que todo pecado é um ataque contra Deus. Em Êx 20.17 mostra que mesmo aqueles desejos pecaminosos que não são postos em prática são, de fato, pecado. Por fim, Rm 7.15-24 mostra que até mesmo o pecado não escolhido é nosso para mortificar. A nossa tarefa não é orar para que a homossexualidade desapareça. É assumi-la como nossa e então mortificá-la. Devemos aprender a odiar o nosso pecado sem odiar a nós mesmos.

4. Uma compreensão antibíblica da cruz. O sangue de Cristo não se alia ao pecado, ele o esmaga na cruz.

5. Uma compreensão antibíblica da santificação. A Bíblia situa nossa santificação (crescimento em santidade por meio do arrependimento do pecado e da obediência fiel) em nossa justificação (o ato judicial de eleição de Deus que concede o perdão dos pecados por meio do sangue de Cristo e seu resgate). O movimento cristão celibatário gay nega a exigência evangélica do arrependimento. Em vez de arrepender-se do pecado dos desejos não naturais e profanos, o cristão celibatário gay compromete-se com o celibato por toda a vida. Quando Deus exige arrependimento, nossas obras de justiça escolhidas acrescentam pecado a pecado.

6. Uma compreensão antibíblica da santidade de Deus. A santidade de Deus não tolera o pecado.

 Aqueles que abraçam o cristianismo celibatário gay ou o promovem – Preston Sprinkle, Greg Coles, Andy Stanley, só para citar alguns – estão fanaticamente enganados ao se considerarem mais misericordiosos do que Deus. A orientação homossexual não oferece proteção para o pecado, nem desculpa e isenção para o arrependimento. Os defensores do cristianismo gay celibatário estão destruindo a paz e a pureza da igreja e desfigurando o evangelho ao negar a mais básica das verdades: A homossexualidade é encontrada na carne, proibida na lei de Deus e vencida no Salvador. O movimento cristão gay celibatário é comandado por bodes e lobos.

 

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