Esta palavra alemã é traduzida como "história sagrada" ou "história da salvação". A ideia não era completamente nova para Hoffman de Erlangen (sendo anticipada por Bengel), ele é o teólogo que incluiu a ideia em seu uso sistemático e a fez parte da terminologia teológica (veja HCT, de Otto Piper, pp. 156-159; lB, de J. C. K. von Hoffman; CT; de O. Cullmann).
1. Heilsgeschichte é, antes que tudo, uma reação a antiga ortodoxia protestante que fez da Escritura o fundamento final da religião cristã. De acordo com este ponto de vista, o fundamento final é história sagrada e o significado da Escritura é que ela é o registro desse fundamento. A Escritura é o testemunho deste fundamento e não a sua realidade.
2. Aqueles que sustentam a ideia de Heilsgeschichte, é permitido em certa medida algum tratamiento crítico da Biblia. É entendido ser falsa a antítesis entre crítica e teologia. As Escrituras podem estar sujeitas a uma medida da metodologia crítica, mas nunca a destrução da construção essencial da história sagrada.
3. Os teólogos de Heilsgeschichte tratam a Escritura como fundamentalmente o documento da história sagrada. Isto significa que há um limite para a historiografia científica. Deus atua na história e, portanto a história sagrada terá elementos que são indigestos ao historiador científico. Mas este é o caráter da história sagrada - ser evento histórico e ato de Deus ao mesmo tempo. Além disso, os momentos ou peças da historia bíblica deverão ser interpretados em virtude de seu lugar no panorama total da história sagrada. O intérprete deve encontrar como cada livro ou cada seção dentro de um livro, serve ao propósito da história sagrada.
4. Um intérprete conhece lado interno desta história somente enquanto se identifique a com ela. Isto ele o faz por medio da fé em Cristo, pela qual participa na regeneração. Assim, o princípio externo da hermenêutica é a historia sagrada e o principio interno é a identificação do intérprete com esta historia por medio da fé em Cristo.
Heilsgeschichte é usada num sentido lato e num sentido estrito. Num sentido estrito significa um quadro particular da interpretação da história sagrada, como no livro Christ and Time de Oscar Cullmann.[1] E num sentido lato, significa a prioridade do evento histórico sobre as Escrituras como o fundamento primário da fé bíblica. Neste último sentido, a noção de Heilsgeschichte é amplamente aceitada por eruditos tanto do Antigo como do Novo Testamento. Para uma tentativa recente de traçar em detalhe alguma interpretação de história sagrada, tanto del Antiguo Testamento como do Novo Testamento, veja o livro Salvation History de E. C. Rust.[2]
Traduzido por Rev Ewerton B. Tokashiki
Extraído de Bernard Ramm, A Handbook of Contemporary Theology (Grand Rapids, Eerdmans, 1966).
NOTAS:
[1] Oscar Culmann, Christ and Time (Philadelphia, The Westminster Press, 1951).
[2] Ernest C. Rust, Salvation History: A Biblical Interpretation (Richmond, John Knox Press, 1963).
Um comentário:
Professor,graça e paz
É um privilégio saborear ao menos um pouco de estudos, que alunos de Teologia estudam.Isso é maravilhoso.Só pra constar,até imprimi um do seus posts,sobre o Pentateuco;como eu estou adquirindo alguns livros com o tema Antigo Testamento,quando dei de cara com seu texto sobre o Pentateuco aproveitei e imprimi.Valeu Professor Deus te abençõe.
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