A crise na liderança americana evangélica
Escrito por Carl R. Trueman
A recente revelação de que Mars Hill Church, em Seattle, pagou uma empresa externa para impulsionar as vendas dos livros de seu pastor, levantou questões não apenas sobre a integridade pessoal, mas também sobre a própria cultura do evangelicalismo americano.
Como um presbiteriano inglês vivendo nos EUA, eu nunca tenho a certeza sobre se eu sou, ou não, um "evangélico" no padrão norte-americano. Quando volto para casa, eu sei que sou evangélico, sem dúvida, mas aqui é mais complicado. De fato, eu sustento uma fé protestante tradicional, ortodoxo, com uma forte inclinação existencial. Mas o evangelicalismo americano é mais (e, às vezes, muito menos) do que isso. Os compromissos políticos do movimento são, em geral, um mistério para mim. E, embora, o modelo de liderança celebridade do movimento é compreensível para mim em termos sociológicos, acho que é de mau gosto e duvidosamente não-bíblica. É muitas vezes parece representar exatamente o que Paulo estava criticando em 1 Coríntios 1 .
Aos que não estão familiarizados com a recente história evangélica americana, algumas informações do contexto: a seis ou sete anos atrás, o Calvinismo se tornou legal. Mais do que isso, o Calvinismo se tornou tão legal que começou a tornar-se uma mercadoria muito vendável e para atrair muito dinheiro. Um movimento amplo, eclético e dinâmico surgiu, apelidado do “Jovem, Inquietos e Reformados” após o título de um livro escrito por Collin Hansen. Com isto, as igrejas calvinistas pareciam crescer como as principais igrejas empenhadas na luta. O recrutamento em seminários reformados permaneceu aquecido, ao mesmo tempo em que foram recusados em outro lugar. Os jovens estavam lendo teologia séria e procuraram conectar a sua fé com todas as áreas de suas vidas.
Como professor em um seminário reformado e como um pastor de uma igreja presbiteriana, eu certamente, me alegrei com o interesse renovado pelo ensino dos reformadores que esse movimento ajudou a gerar. Eu, pessoalmente, fui beneficiado com o movimento de muitas maneiras. O seu advento foi oportunamente muito bem-vindo. Como o poeta disse: “Estar vivo era a felicidade matinal, / Mas ser jovem era algo celestial!"
No entanto, o movimento, tal como ele era, logo começou a mostrar sinais de tensão. Mark Driscoll e James MacDonald compartilharam de uma base comum cristã com T.D. Jakes, um pregador da prosperidade e um ministro em uma denominação unitarista. Como resultado, eles desceram do Gospel Coalition, a organização emblemática do movimento, com os melhores desejos para seu futuro ministério, mas com fortes indícios que nos bastidores a sua saída tinha sido menos amigável. Em seguida, outras questões vieram à tona: No ano passado, surgiu a notícia de que Mark Driscoll teria usado escritores fantasmas para produzir alguns dos seus livros, e que o material aparentemente teria sido retirado a partir de outros autores sem a devida citação. Finalmente, na semana passada, veio a revelação de que o seu livro sobre casamento teria se tornando num best-seller com o uso de mais recurso financeiro da igreja, do que muitas congregações têm em todo o seu orçamento anual.
Mark Driscoll é uma pessoa, um indivíduo singularmente talentoso. No entanto, ele também tem promovido problemas estruturais dentro do próprio movimento dos novos reformados. Apesar das diferenças e, em muitos aspectos, sofisticações na sua teologia o movimento “jovem , inquieto e reformado” sempre foi , de algum modo, simplesmente a mais recente manifestação dos aspectos mais fracos da América evangelicalismo. Foi, e é, um movimento construído sobre o poder de um grupo seleto de personalidades dinâmicas, competentes comunicadores, e pregadores talentosos que tem usado o marketing de forma muito atraente. Essas coisas podem ter grandes benefícios, mas quando não há prestação de contas real envolvido, quando acordos financeiros são obscuros ao extremo, e quando personalidades começam a suplantar a mensagem, sérios problemas nunca estão longe.
O quadro geral é de desastre. Dentro da igreja, eu suspeito que a maioria dos pastores olham com horror para a quantidade de dinheiro envolvido em alguns desses projetos e se afastará por desgosto. Fora da igreja, as pessoas conhecem com nitidez esta prática quando a veem, não importa o quão estritamente legal ela possa ser. A reputação da igreja sofre, e, infelizmente, ele não sofre neste caso injustamente.
Então, finalmente, há o silêncio. A única coisa que poderia manter o movimento unido seria uma liderança pública forte, transparente, que abertamente policiada em si e, portanto, anunciando a sua integridade para que todos possam ver. No entanto, a coisa mais notável sobre toda esta triste saga, foi a partir do envolvimento com Jakes, e que até agora, mantém-se o silêncio de muitos destes homens que se apresentam como líderes do movimento, e que estavam felizes, naquele momento, para beneficiar a reputação e influência de Mark Driscoll. Alguém pode interpretar esse silêncio como uma recusa apropriada de comentar diretamente sobre o ministério de homens que não têm qualquer ligação formal com suas próprias organizações.
No entanto, os líderes do “jovem, inquieto e reformado” não têm normalmente autorizado a redução dos seus antigos comentários. Muitos deles são francos, por exemplo, quanto ao ensino de Joel Osteen. Em seus primeiros dias, quando a Igreja Emergente estava disputando com o Novo Calvinismo pela prominência no mundo evangélico americano, eles fizeram com regularidade, e muitas vezes de modo minucioso, algumas críticas aos líderes emergentes. Em retrospectiva, no entanto, é evidente que estes eram alvos fáceis. A sua própria distância teológica os manteve seguros. Problemas mais perto de casa são sempre muito mais difíceis de falar, muito mais chances de ganhar o desprezo de amigos, e, portanto, muito mais propensos a serem ignorados. O resultado, porém, é que alguns líderes se tornam muito acostumados a sempre fazerem as coisas à sua maneira. Todos nós, que pensamos como evangélicos, ou reformados, viveremos com o fruto amargo daquele fracasso da liderança.
Escrito por Carl R. Trueman is Paul Woolley Professor of Church History at Westminster Theological Seminary.
Extraído de http://www.firstthings.com/web-exclusives/2014/03/mark-driscolls-problems-and-ours acessado às 9:30h, em 15 de Março de 2014.
3 comentários:
Vivo hace un tiempo en Seattle, US, y Y he ido a la iglesia de mars hills y es rara. Más allá de andar haciendo arreglines con sus libros, tambien es con sus discos. Entras y te esperan en la puerta bien amables, luego te pasan un papelito y ya sale la opcion de si quieres hacer una donación para levantar mas iglesias.
La iglesia no es iglesia, es un escenario donde estas lleno de camaras profesionales por todos lados y luces comp si fueras a un recital y la gente se sienta a escuchar una prédica que sale de una pantalla. Fue escalofriante para mi. Y cuando termina el "sermon" te esperan en la recepcion con pop-corn y esas dulces de azucar como si anduvieras en un parque y te esperan para vender los libros y sus CDs. ..
Nunca más quise ir.
Yo he ido a la iglesia de mars hills y es rara. Más allá de andar haciendo arreglines con sus libros, tambien es con sus discos. Entras y te esperan en la puerta bien amables, luego te pasan un papelito y ya sale la opcion de si quieres hacer una donación para levantar mas iglesias.
La iglesia no es iglesia, es un escenario donde estas lleno de camaras profesionales por todos lados y luces comp si fueras a un recital y la gente se sienta a escuchar una prédica que sale de una pantalla. Fue escalofriante para mi. Y cuando termina el "sermon" te esperan en la recepcion con pop-corn y esas dulces de azucar como si anduvieras en un parque y te esperan para vender los libros y sus CDs. ..
Nunca más quise ir.
Cara Carolina
Gracias por tu comentário!
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