07 março 2014

Será que Deus ama o pecador e odeia apenas os seus pecados?

Por Dr. John H. Gerstner

“Arrependam-se ou pereça” exige que as pessoas ponderem seriamente acerca do slogan popular: “Deus odeia o pecado, mas ama o pecador.” É necessário haver um arrependimento consistente diante da afirmação “Deus ama o pecador?” Se Deus ama o pecador, enquanto ele está vivo, é estranho que Deus o envie para o inferno, assim quando ele morrer. Deus ama o pecador até a morte? E não o amaria no tormento eterno?

Há algo errado aqui. Ou, Deus ama o pecador e não irá mandá-lo para dentro da fornalha de Sua ira eterna, ou Ele o enviará para a Sua ira eterna e não o ama. Ou, “você está indo para o inferno a menos”, porque Deus odeia você, como você é. Ou, Deus te ama e “você está indo para o inferno a menos que” é falsa.

O que leva quase todos a crerem que Deus ama o pecador é por Ele fazer tão bem ao pecador. Ele concede tantos favores incluindo deixar que continue vivendo. Como Deus pode permitir que o pecador viva e lhe dê tantas bênçãos, a não ser que Ele o ame? Há um tipo de amor entre Deus e os pecadores. Nós o chamamos de “amor de benevolência.” Isso significa que é um amor de boa vontade. Benevolens - bem disposto. Fazer bem. Deus pode fazer bem para o pecador sem amá-lo com o outro tipo de amor. “Amor complacente”, um prazer em, afeição por, admiração de. Ele existe na perfeição entre o Pai e o Filho, “em quem me comprazo” ( Mt 3:17; Mc 1:11).

Deus é perfeitamente descontente com o pecador. O pecador odeia a Deus, desobedece a Deus, é ingrato a Deus por todos os Seus favores, e até mesmo mataria a Deus, se pudesse. Este pecador está morto em seus delitos e pecados (Ef 2:1). “Os pensamentos e desígnios de seu coração são continuamente maus” (Gn 6:5). Ele é escravo do pecado (João 8:34) e um servo do diabo (Ef 2:2).

Deus não tem em nada amor complacente para com o pecador. Ele tem um ódio perfeito dele, de fato, Ele diz que “odeio-os com ódio consumado” (Sl 139:22 ).

Neste mundo o pecador em nada tem satisfação, senão no amor benevolente de Deus. Cada experiência de dor, bem como o prazer é do amor de Deus - de benevolência. Mesmo a dor é do Seu amor, porque Ele tende a despertar o pecador do seu perigo. Deus realmente ama o pecador, a quem Ele odeia com um ódio perfeito, mas com um perfeito amor de benevolência.

O pecador, como eu disse, torna em maldição cada bênção divina, incluindo o amor da benevolência de Deus. Isso ele faz por interpretar o amor de benevolência, como sendo um amor de complacência.

Tanto quanto “o ódio dos pecados” está relacionado, pois não existem pecados aparte do pecador. Deus odeia o pecar, ou seja, o matar, roubar, mentir, cobiçar, etc., mas isso faz alusão ao autor destes crimes.

Deus nunca odeia os remidos, mesmo quando eles pecam. Seria Ele um injusto admirador de pessoas? Não! (At 10:34) Deus odeia o pecador não redimido, mas ama os remidos, mesmo quando eles pecam por um motivo bom e justo. Deus ama os remidos, mesmo quando eles pecam, porque o Seu Filho, em quem Deus se compraz, vivendo sempre para interceder por eles (Rm 8:27, 34). Cristo morreu para expiar a culpa dos pecados de Seu povo. Quando eles pecam, estes são expiados - pelos pecados. Eles são pecados com sua culpa removida. Em certo sentido, estes pecados não são considerados. Deus não odeia o seu povo quando eles pecam, porque eles estão em Seu Filho, Cristo Jesus. E eles são feitos aceitáveis em seu Filho. Ele “nos faz aceitos no Amado” (Ef 1:6).

Nepotismo Divino? Não, o Seu Filho morreu por essas pessoas e pagou o preço por seus pecados passados, presentes e futuros. Eles são cancelados antes de serem cometidos. Essa é a verdade, não uma ficção. Justiça não é nepotismo favorecido. Na verdade, não é a sua relação original com Cristo que faz com que os seus pecados sejam sem culpa, mas a satisfação realizada por Cristo pelos seus pecados que criou o relacionamento como filhos adotados na família de Deus.

Quando o homem pecou, morreu espiritualmente e foi rejeitado da comunhão com Deus, seu criador e amigo (Gn 3; Rm 5:12). A ira de Deus estava sobre ele, o pesar no trabalho era a sua parte na maldição; bem como o sofrimento no parto; alienação e morte, como ameaçadas. Deus é santo; os seus olhos são tão puros que não podem contemplar a iniquidade. (Hq 1:13)

Esta foi uma terrível, mas santa ira. Deus estava usando o seu poder onipotente, mas segundo a Sua justiça perfeita. O homem foi afetado, mas ele mereceu. Não era mais, nem menos, do que ele merecia. Deus não é mais poderoso do que santo, nem mais sagrado do que poderoso.

Toda a glória a Deus por sua santa ira. (Jo 17:3; Rm 9:17).

Extraído de http://www.the-highway.com/lovesinner_Gerstner.html

Traduzido em 7 de Março de 2014.
Por Ewerton B. Tokashiki

Um comentário:

Adir Freitas disse...

Desde Adão, sabemos que Deus ama o pecador, já o pecador...!
Por ser quem é, o pecador, ainda que remido, salvo, escolhido por Deus, pensa que tem a opção de não amar. E justifica que não o faz porque o inimigo é malfeitor, é pecador, é samaritano, etc. Entretanto, aquele que diz que não peca, mente, pecando, portanto.
Conclusão:
1. Deus ama o pecador, ainda que seja eu ou você;
2. Eu e muitos cristãos não amamos, porque somos pecadores e desobedientes, mas sem a conivência de Deus. Ele não é nosso cúmplice do crime de não-amar
3. A ira divina é divina ira. Não podemos projetar em Deus os nossos sentimentos baixos e carnais ao Eterno. Deus não é Zeus!