13 fevereiro 2025

A personalidade do Espírito Santo

 Por Louis Berkhof

 

Com referência ao Espírito Santo, os seguintes pontos exigem consideração especial:

a) A pessoalidade do Espírito Santo. Não é tanto a divindade, mas a pessoalidade do Espírito Santo que é questionada por muitos. É negada por diversos sectaristas da igreja primitiva, pelos socinianos do tempo da Reforma, pelos unitaristas e pelos modernistas, e todas as espécies de sabelianos do presente. Eles preferem considerar o Espírito Santo meramente como um poder ou influência de Deus. Todavia, ele é claramente designado como pessoa (Jo 14.16,17-26; 15.26; 16.7-15; Rm 8.26). Características pessoais lhe são atribuídas, tais como inteligência (Jo 14.26; 15.26; Rm 8.16), afeição (Is 63.10; Ef 4.30), e vontade (At 16.7; 1Co 12.11). Além disso, ele executa atos próprios de uma pessoa, como falar, sondar, testificar, mandar, revelar, agir no homem, interceder (Gn 1.2; 6.3; Lc 12.12; Jo 14.26; 15.26; 16.8; At 8.29; 13.2; Rm 8.11; 1Co 2.10-11). Finalmente, há passagens em que o Espírito Santo é distinto de seu próprio poder (Lc 1.35; 4.14; At 10.38; Rm 15.13; 1Co 2.4).

b) A relação do Espírito Santo com as outras Pessoas da Trindade. Embora fosse afirmado anteriormente, com base em João 15.26, que o Espírito Santo procede do Pai, foi só no ano de 589 d.C. que a igreja ocidental adotou oficialmente a posição de que ele procede também do Filho. Essa doutrina baseia-se no fato de que o Espírito é também chamado o Espírito de Cristo e do Filho (Rm 8.9; Gl 4.6), e dele é dito ter sido enviado por Cristo (Jo 15.26; 16.7). Pelo fato de proceder do Pai e do Filho, o Espírito Santo permanece na relação mais íntima possível com as outras Pessoas. Ele perscruta as coisas profundas de Deus 1Co 2.10-11), e até certo ponto se identifica com Cristo (2Co 3.17). No Espírito, o próprio Cristo volta para os discípulos (Jo 14.16-18). Além disso, nas epístolas de Paulo algumas vezes é Cristo, algumas vezes o Espírito de Deus de quem é dito habitar nos crentes (Rm 8.9-10; Gl 2.20; 1Co 3.16).

 

Extraído de Louis Berkhof, Manual de Doutrina Cristã (Editora Cultura Cristã), pp. 64-65.

 

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