por Rodrigo Gonçalez e Ewerton B. Tokashiki
A intenção
de evangelizar no carnaval pode parecer nobre, mas é preciso cautela e
discernimento. Muitos cristãos entram nesses ambientes de promiscuidade com
“boas intenções”, mas acabam comprometendo o seu próprio testemunho. A Palavra
de Deus nos exorta: “abstende-vos de toda forma de mal” (1Ts 5.22). Como pode
um servo de Cristo anunciar a santidade de Deus em meio à imoralidade, à
sensualidade e à embriaguez sem se contaminar ou se associar às obras das
trevas? Como podemos expor nossos filhos (alguns ainda imaturos) a isso?
A Escritura
Sagrada também ensina: "Não vos ponhais em jugo desigual com os
incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniquidade?
Ou que comunhão, da luz com as trevas? Que harmonia, entre Cristo e o Maligno?
Ou que união, do crente com o incrédulo?" (2 Co 6.14-15). O carnaval é uma
festa marcada por excessos e imoralidade que afrontam a santidade de Deus.
Participar, ainda que com o propósito de “evangelizar”, pode trazer confusão
para os crentes mais fracos e desviar a atenção do verdadeiro evangelho.
O Senhor
Jesus evangelizava pecadores, é verdade, mas nunca adotava os costumes deles
para ganhar sua atenção. Ele se assentava com publicanos e pecadores (Lc
5.30-32), mas a sua presença os transformava, e não o contrário (porque Ele é
Deus). Muitos que tentam evangelizar no carnaval acabam absorvendo a cultura do
evento e perdem sua distinção como embaixadores de Cristo (2Co 5.20). O uso de
método de “assemelhar-se” com o ambiente para fazer-se aceito, é uma negação da
diferença e contraste que o evangelho exige de nós a fim de sermos sal e luz
neste mundo.
Além disso,
a Palavra nos alerta: "Não vos enganeis: as más conversações corrompem os
bons costumes" (1Co 15.33). A evangelização deve ser feita com sabedoria,
sem comprometer a integridade daquele que o faz. Há muitas formas eficazes de
pregar a Palavra sem se expor a ambientes de pecado explícito e culto a
demônios. Em vez de ir ao carnaval, por que não investir em intercessão,
evangelismo de rua em locais estratégicos ou acolhimento para os que saem desse
meio buscando transformação?
As
Escrituras dizem outra vez: "pelo contrário, segundo é santo aquele que
vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso
procedimento" (1Pe 1.15-16), e não há como evangelizar de maneira eficaz
se não houver uma separação visível do pecado. Que nós possamos lembrar que
nosso maior compromisso não é com estratégias humanas, mas com a fidelidade a
Deus e à sua santa Palavra.
Daí
respondemos à questão inicial: evangelizar no Carnaval ou durante o Carnaval? A
evangelização é um dever em todo o tempo e a todas as pessoas. No entanto, a
prudência, a coerência e a santidade devem ser observadas, enquanto a aparência
do mal, a exposição à tentação e o escândalo devem ser evitados.
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