28 fevereiro 2025

Evangelizar no Carnaval ou durante o Carnaval?

 por Rodrigo Gonçalez e Ewerton B. Tokashiki


A intenção de evangelizar no carnaval pode parecer nobre, mas é preciso cautela e discernimento. Muitos cristãos entram nesses ambientes de promiscuidade com “boas intenções”, mas acabam comprometendo o seu próprio testemunho. A Palavra de Deus nos exorta: “abstende-vos de toda forma de mal” (1Ts 5.22). Como pode um servo de Cristo anunciar a santidade de Deus em meio à imoralidade, à sensualidade e à embriaguez sem se contaminar ou se associar às obras das trevas? Como podemos expor nossos filhos (alguns ainda imaturos) a isso?

 A Escritura Sagrada também ensina: "Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniquidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas? Que harmonia, entre Cristo e o Maligno? Ou que união, do crente com o incrédulo?" (2 Co 6.14-15). O carnaval é uma festa marcada por excessos e imoralidade que afrontam a santidade de Deus. Participar, ainda que com o propósito de “evangelizar”, pode trazer confusão para os crentes mais fracos e desviar a atenção do verdadeiro evangelho.

 O Senhor Jesus evangelizava pecadores, é verdade, mas nunca adotava os costumes deles para ganhar sua atenção. Ele se assentava com publicanos e pecadores (Lc 5.30-32), mas a sua presença os transformava, e não o contrário (porque Ele é Deus). Muitos que tentam evangelizar no carnaval acabam absorvendo a cultura do evento e perdem sua distinção como embaixadores de Cristo (2Co 5.20). O uso de método de “assemelhar-se” com o ambiente para fazer-se aceito, é uma negação da diferença e contraste que o evangelho exige de nós a fim de sermos sal e luz neste mundo.

 Além disso, a Palavra nos alerta: "Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes" (1Co 15.33). A evangelização deve ser feita com sabedoria, sem comprometer a integridade daquele que o faz. Há muitas formas eficazes de pregar a Palavra sem se expor a ambientes de pecado explícito e culto a demônios. Em vez de ir ao carnaval, por que não investir em intercessão, evangelismo de rua em locais estratégicos ou acolhimento para os que saem desse meio buscando transformação?

 As Escrituras dizem outra vez: "pelo contrário, segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento" (1Pe 1.15-16), e não há como evangelizar de maneira eficaz se não houver uma separação visível do pecado. Que nós possamos lembrar que nosso maior compromisso não é com estratégias humanas, mas com a fidelidade a Deus e à sua santa Palavra.

 Daí respondemos à questão inicial: evangelizar no Carnaval ou durante o Carnaval? A evangelização é um dever em todo o tempo e a todas as pessoas. No entanto, a prudência, a coerência e a santidade devem ser observadas, enquanto a aparência do mal, a exposição à tentação e o escândalo devem ser evitados.

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