23 abril 2017

A ideia de liberdade em Agostinho [uma breve nota]

Agostinho ensinava os quatro estágios da libertas naturae [liberdade da natureza], Richard A. Muller explica que “a liberdade que é própria de um ser dada a sua natureza particular”. Os quatro estados da libertas naturae são: 1) libertas Adami [liberdade de Adão]: “antes da queda - isto é a capacidade ou poder para não pecar”. 2) libertas peccatorum [liberdade de pecadores]: “uma liberdade que é própria e restrita aos limites da natureza caída e é, portanto, uma incapacidade absoluta de fazer o bem, ou para agir para o bem, sendo o pecador incapaz de não pecar”. 3) libertas fidelium [liberdade dos fiéis]: “a liberdade daqueles que são regenerados pelo Espírito Santo, que é próprio da natureza regenerada e, é caracterizada pela capacidade para o pecado e para fazer o bem”. 4) libertas gloriae [liberdade de glória]: “uma liberdade adequada à natureza redimida integralmente, que, como residentes do reino do céu estão agora caracterizados pela incapacidade para o pecado”.

Em outras palavras, os quatro estados do homem em relação ao pecado enumerados por Agostinho de Hipona são: 1) no estado antes da queda, o homem era capaz de não pecar (posse non peccare); 2) após a queda, ele é incapaz de não pecar (non posse non peccare); 3) sendo regenerado ele se torna capaz de não pecar (non posse peccare); e 4) no estado de glorificação ele será incapaz de pecar (peccare non posse).

Veja Richard A. Muller, Dictionary of Latin and Greek Theological Terms (Baker Book), p. 176.