28 julho 2018

Remédios preciosos contra as artimanhas do Diabo - Capítulo 6

Satanás conduz os crentes ao pecado fazendo-lhes pensar que os que se santificam sofrem muita oposição e dificuldades. Ele lhes diz que enquanto os pecadores gozam da “boa vida”, os que desprezam ao pecado somente experimentam tristezas e problemas. Satanás insiste em lhes inculcar que por serem justos e santos terão problemas. O sussurro do inimigo de que é muito melhor viver numa forma que não lhes ocasione tantos conflitos e que os pecadores não sofrem como os piedosos.

Como devem reagir, e o que pensar os crentes quando Satanás lhes inquieta com estas ideias?

Primeiro, devem recordar que todos os problemas que os filhos de Deus serão usados para o seu bem. Deus nunca envia aflições ao seu povo sem um bom propósito, ainda que no momento não seja possível entende-lo. Em seguida mencionarei alguns dos efeitos que sobrevêm aos piedosos como consequência da aflição: Aprendem acerca da maldade do pecado; o sofrimento lhes faz desprezar ao pecado; o sofrimento lhes faz ter cuidado com o pecado no futuro. O menino que se queima teme ao fogo. As aflições nos ajudam a mortificar ao pecado. As aflições são o crisol onde Deus purifica as impurezas do seu povo. Deus disciplina, corrige e instrui aos crentes para o seu bem, a fim de que participem de sua santidade (Hb 12.10-11). Ainda que a disciplina divina seja no momento dolorosa, produz a piedade e traz muitas bençãos aos crentes.

Deus está treinando ao seu povo: fazendo que estejam numa boa e saudável condição espiritual, o sofrimento é uma parte deste treinamento. O sofrimento lhes torna humildes e sensíveis ao ensino do Espírito Santo. O sofrimento aproxima de Deus e os motiva a orar duma forma mais intensa e sincera. O salmista disse: “Antes que eu fosse humilhado, andava desviado, mas agora guardo a tua Palavra” (Sl 119.67). Também o sofrimento fortalece aos crentes. Crescem mais fortes em seu amor a Deus e pelo seu povo; crescem mais fortes na fé, esperança e gozo.

Segundo, os crentes devem recordar o que é mais importante do que seus problemas. Eles não podem mudar o fato de que Deus lhes ama. As aflições podem resultar em sofrimentos do corpo e da mente, e até mesmo leva-los a perder a vida, mas não podem separá-los do amor de Deus.

Terceiro, os crentes devem recordar que seus problemas na realidade são passageiros e de curta duração. “Por um momento será sua ira, mas o seu favor durará toda a vida. Pela noite durará o choro, mas a alegria virá pela manhã” (Sl 30.5). Na realidade há um breve tempo entre o conhecer da graça de Deus na terra e o gozar da glória de Deus no céu. “Porque ainda um pouco e o que há de vir virá e não tardará” (Hb 10.36-37). Este breve tempo de sofrimento terminará e os crentes estarão com Cristo para sempre. Este tempo de tormenta é o prelúdio da tranquilidade eterna.

Quarto, os crentes devem lembrar que os problemas que lhes ocorrem provêm do grande amor que Deus tem por eles. O Senhor Jesus disse: “Eu repreendo e castigo a todos os que amo” (Ap 3.19). Deus está preparando aos crentes para o céu e, às vezes, esta preparação resulta dolorosa. Todavia, o fato de que Deus procura que estejam preparados para o céu, é prova de que lhes ama grandemente.

Quinto, os crentes devem medir as aflições por seu resultado espiritual e não pela dor que ocasionam. É necessário que vejamos o propósito de Deus em nossos sofrimentos. José sofreu no Egito e foi encarcerado injustamente. Não obstante, o propósito de Deus foi, que por meio de José, salvasse a sua família. Do mesmo modo, Davi foi rodeado de inimigos e esteve em perigo constante no início de sua carreira. Todavia, tornou-se rei e foi honrado por seu povo. Em ambos os casos foi o sofrimento o que conduziu o cumprimento do propósito de Deus. Isto nos ensina que os crentes devem julgar seus sofrimentos não pela dor que produzem, senão por seus resultados espirituais.

Sexto, o propósito de Deus nas aflições nunca é para condenar, ou causar desespero nos crentes. Deus não quer enfraquece-los, ou arruiná-los com a tristeza. Deus quer provar e fortalece-los, seu pensamento nunca é destruí-los. Moisés recordava aos israelitas deste ponto: “Te recordarás de todo o caminho por onde Jehová, teu Deus, te conduziu estes quarenta anos no deserto, para afligir-te, para provar, e para saber o que estava em teu coração, se guardarias, ou não os seus mandamentos” (Dt 8.2). “Para provar”, esse foi o propósito de Deus, não para prejudicar ou destruir.

Finalmente, os crentes sempre devem recordar que as tristezas e as misérias que acompanham o pecado sempre serão maiores e pesadas que a tristeza que, às vezes, acompanha a santidade e a piedade. A tristeza que o pecado acarreta não tem nada de bom. Não possui nenhuma esperança, nem bom propósito. A tristeza que procede do pecado somente conduzido pelo que é temível e terrível, ou seja, o desprezo justo e santo de Deus e sua ira.