28 dezembro 2006

Breve histórico da Igreja Presbiteriana dos EUA

Os puritanos de convicção presbiteriana imigraram para os Estados Unidos da América, quando esta ainda era uma colônia da Inglaterra. Durante a colonização do novo mundo, os presbiterianos chegaram da Europa, e se estabeleceram no hemisfério Norte dos EUA, participando da formação das primeiras treze colônias. Estas treze colônias buscaram a sua independência da Inglaterra, dando origem a Revolução Americana. A história registra que pelo menos catorze presbiterianos assinaram a “Declaração de Independência”, sendo o mais conhecido deles o Rev. John Witherspoon.

O primeiro presbitério se formou na Philadelphia, em 1705. Mas, em 1837, a Igreja Presbiteriana dividiu-se internamente entre dois grupos que ficaram conhecidos como a “Nova Escola” e a “Velha Escola”. O desentendimento era causado pelas questões sobre a cooperação na formação teológica dos ministros e possibilidade de unificação entre a Igreja Presbiteriana e a Igreja Congregacional, pois a Velha Escola era teologicamente mais conservadora, e rejeitou a cooperação por questões de desvios doutrinários da parte de alguns pastores congregacionais.

Em 1861, por causa da Guerra civil, a Igreja Presbiteriana se dividiu em linhas nacionais, ou seja, os presbiterianos do Norte e do Sul separaram-se em duas denominações. Os presbiterianos do Sul se uniram em 1861, e formaram a Presbiterian Church of USA (PCUS), e os do norte se uniram em 1869, e formaram a Presbiterian Church of USA (PCUSA). Esta divisão consolidou-se com a Guerra Civil americana que durou quatro anos, de 1861 a 1865. Este cisma ocorreu devido aos problemas com a interpretação da Escritura acerca da escravatura. Entretanto, os presbiterianos do Sul afirmam que eles não dividiram do norte motivados pela questão da escravatura, mas, por causa da imposição de lei nacional sobre a igreja do Sul. Foi neste período que o Rev. Ashbel G. Simonton foi enviado como missionário para o Brasil pela Junta de New York, da Igreja do Norte, embora posteriormente, a Junta de Nashville, da Igreja do Sul também enviou os seus missionários.

Os presbiterianos do norte e do sul reunificaram-se somente em 1983, cento e vinte e dois anos após o cisma. Naquela época, a Igreja do norte era conhecida como a United Presbyterian Church, porque em 1958 a Presbiterian Church of the United States havia se unido com a United Presbyterian Church, e a nova denominação adotou o nome de United Presbyterian Church. Esta divisão durou mais de meio século, e que terminou em Junho de 1883, quando se reuniram as duas Igrejas conhecidas até esse momento como a United Presbyterian Church of USA (PCUSA que era do norte) e a Presbyterian Church in the U.S. (PCUS do sul). A união das duas denominações forjou a United Presbyterian Church of USA (UPCUSA).

Em 1924, cerca de 1300 ministros presbiterianos assinaram a liberal Declaração de Auburn, que nega a inerrância da Bíblia, e declara que a crença em doutrinas essenciais, como a expiação substitutiva de Cristo e a sua ressurreição corpórea não deveriam ser “testes para a ordenação, ou para a boa norma da nossa igreja.” A United Presbyterian Church in the United States of America (UPCUSA) é um ramo do norte do Presbiterianismo dos EUA. Ela foi formada pela união da Presbyterian Church in the United States of America (PCUSA - o principal ramo da Igreja Presbiteriana do norte) com a United Presbyterian Church of North America (uma pequena igreja de tradição escocesa sucessora dos Pactuantes) em 1958. A UPCUSA mantém a Confissão de Fé e os Catecismos de Westminster, mas acrescentou outras confissões e guias doutrinários (opondo-se aos “restritos” padrões) em seu Book of Confessions, como também criou a Confession of 1967 como uma contemporânea declaração de fé.

O Princeton Theological Seminary em New Jersey, representou por muitas décadas a ortodoxia presbiteriana dentro da UPCUSA. Mas, em 1929, a sua Junta [Conselho Diretor] foi reorganizada com uma decisão de colocar professores liberais para lecionar na faculdade. Quatro professores deixaram o Princeton Theological Seminary e fundaram o Westminster Theological Seminary na Philadelphia como uma instituição independente para dar continuidade ao ensino do Cristianismo bíblico.[1]

O grande opositor ao liberalismo dentro da UPCUSA naqueles dias foi J. Gresham Machen. Era um ministro presbiteriano e professor no Princeton Theological Seminary, e posteriormente no Westminster Theological Seminary. Quando J. Gresham Machen denunciou que o liberalismo teológico havia contaminado a junta de missões da UPCUSA, a Assembléia Geral nada fez acerca do assunto. Por causa disto, em 1933, ele e outros reivindicando a genuína pregação do evangelho estabeleceram The Independent Board for Presbyterian Foreign Missions. Em 1934, a Assembléia condenou a sua ação, e foi deposto do seu ofício. Em resposta, 34 ministros, 17 presbíteros regentes, e 79 leigos reuniram-se na Philadelphia, em 11 de Junho de 1936, para constituir a Presbyterian Church of America, que posteriormente, em 1939, o nome da nova igreja foi mudado para Orthodox Presbyterian Church (OPC). Quando foi organizada, a OPC perdeu para a PCUSA todo o seu patrimônio, especialmente os templos.

A Orthodox Presbyterian Church que começou no norte dos EUA, mas implantou novas igrejas na região Sul. Outro grupo enfraqueceu a OPC, quando dividiram formando a dividiu da Reformed Presbyterian Church, Evangelical Synod. Este grupo separou-se da OPC sob a liderança de Rev. Carl McIntyre, por causa de discussões que envolveram questões da liberdade cristã, adotavam o Dispensacionalismo, mantendo um maior vínculo com o movimento Fundamentalista. O grupo que se separou da OPC em 1937, ficou conhecido como Bible Presbyterian Church, e mais tarde mudou o seu nome para Evangelical Presbiterian Church, e então, tornou-se a Reformed Presbyterian Church, Evangelical Synod (RPC). Em 1982, a Reformed Presbyterian Church, Evangelical Synod, uniu-se com a Presbyterian Church in America. A Reformed Presbyterian Church, Evangelical Synod havia se formado em 1965 por uma união da Evangelical Presbyterian Church e da Reformed Presbyterian Church in North America, General Synod.

Surge outra denominação presbiteriana de orientação teológica Reformada. Em dezembro 1973, delegados, representando cerca de 260 congregações com aproximadamente 41.000 membros comungantes deixaram a Presbyterian Church in the United States (a PCUS da região do sul). Separaram da PCUS em oposição ao liberalismo teológico que negava a divindade de Jesus Cristo, a inerrância e a autoridade de Escritura. A PCA manteve a posição tradicional acerca de que as mulheres não devem receber o governo como oficiais da Igreja. Então, reunidos na Briarwood Presbyterian Church, no Alabama, organizaram a National Presbyterian Church, que se transformou mais tarde, em 1974, na Presbyterian Church in América (PCA). Embora esta denominação tenha iniciado no sul, atualmente tem novas congregações no Norte e no Oeste dos EUA.

A maior das denominações presbiterianas é a PCUSA, mas, está perdendo muitos dos seus membros por causa do seu pluralismo [e liberlismo] teológico. A segunda mais expressiva denominação presbiteriana é a PCA, que está crescendo, como também a OPC, embora ainda sejam pequenas denominações mantém-se como referências da ortodoxia reformada nos EUA.

Rev. Ewerton B. Tokashiki

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